segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sonda da Nasa detecta ingrediente de plástico na maior lua de Saturno


A sonda espacial Cassini, da Nasa, identificou pela primeira vez um ingrediente do plástico fora da Terra, na maior lua de Saturno. 

Pequenas quantidades de propileno foram detectadas nas camadas mais baixas da atmosfera enevoada de Titã, um dos alvos da missão, que orbita o planeta dos anéis e seus satélites desde 2004. 

A descoberta aparece na revista "Astrophysical Journal Letters" desta segunda-feira (30). Anteriormente, a Cassini já havia visto sinais de propileno em Titã, mas agora um instrumento da sonda mediu o calor vindo de Saturno e de suas luas, e acabou comprovando a existência do material. 

Para os astrônomos, a detecção preenche uma misteriosa lacuna deixada nas primeiras observações de Titã, feitas em um voo rasante pela sonda Voyager 1 em 1980. 

"Esse sucesso reforça nossa confiança de que vamos encontrar ainda mais produtos químicos escondidos há muito tempo na atmosfera de Titã", diz o cientista Michael Flasar, do Centro Espacial Goddard da Nasa, em Greenbelt, Maryland. 

Na Terra, o propileno se junta em longas cadeias para formar o produto químico polipropileno, usado na fabricação de recipientes para alimentos, copos, saca-rolhas, brinquedos, material hospitalar, autopeças e combustível. 

Hidrocarbonetos e metano 

Segundo os cientistas, Titã também é um dos poucos corpos do Sistema Solar com uma atmosfera formada significativamente por hidrocarbonetos, compostos químicos naturais constituídos de átomos de carbono e hidrogênio, que se ligam a oxigênio, nitrogênio e enxofre. Essas substâncias químicas são a base do petróleo e dos combustíveis fósseis aqui na Terra. 

O segundo gás mais abundante nessa lua de Saturno é o metano, considerado pelos astrônomos um possível indicador de presença de micro-organismos, o que não foi detectado em Marte, por exemplo. 

Meteorito é descoberto horas antes de passar próximo à Terra


Um corpo celeste com tamanho aproximado ao do meteorito de Chelyabinsk (que deixou centenas de feridos na Rússia) passou próximo à Terra na noite de sexta-feira. As informações são da agência RIA Novosti. 

Segundo o site da agência russa, o objeto passou a cerca de 11 mil quilômetros do nosso planeta. A pedra foi detectada por cientistas da Universidade de Moscou. 

"(O meteorito) foi descoberto na noite de sexta-feira por nossa estação perto do lago Baikal e nove horas depois ele passou a 11,3 mil quilômetros da superfície da Terra, abaixo da órbita geoestacionária de satélites. Ele tinha cerca de 15 metros", diz Vladimir Lipunov, pesquisador da universidade e do Instituto Astronômico Sternberg 

A princípio, os cientistas achavam se tratar de um objeto feito pelo homem, como um motor de foguete, mas descartaram essa opção ao não encontrarem dados do objeto nos registros de lixo espacial. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Marte: Nasa divulga análise de rocha com forma de pirâmide


A primeira rocha analisada por alguns dos instrumentos da sonda Curiosity em Marte chamou a atenção pelo incomum formato de pirâmide. A pedra, contudo, é comum na Terra e se forma nas profundezas do planeta, afirmam os cientistas, que apresentaram o resultado da análise nesta quinta-feira na revista especializada Science.

A rocha foi apelidada de Jake_M pela Nasa - em homenagem ao engenheiro Jake Matijevic, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência. Ela é um mugearite, um tipo encontrado na Terra em ilhas oceânicas e fendas nos continentes. A presença dessa pedra indica a presença de água em regiões profundas de Marte.

"Na Terra, temos uma boa ideia de como as mugearites e rochas parecidas se formam", diz Martin Fisk, geólogo marinho da Universidade do Estado do Oregon e membro da missão da Curiosity. "(O processo de formação) começa com o magma profundo na Terra que cristaliza com a presença de 1 ou 2% de água. Os cristais se formam no magma e o que não cristaliza é o magma mugearite, que pode eventualmente sair para a superfície em uma erupção vulcânica."


"Ela (a rocha) implica que o interior de Marte é composto de áreas com diferentes composições. Não é bem misturado. Talvez Marte nunca fique homogeneizado da forma como a Terra consegue através das placas tectônicas e do processo de convecção."

Na 1ª amostra recolhida, sonda Curiosity acha água em Marte


A primeira amostra de solo analisada pela sonda Curiosity em Marte encontrou uma quantidade significativa de água, anunciou nesta quinta-feira a Nasa - a agência espacial americana - em artigo na revista Science.

"Um dos mais emocionantes resultados da primeira amostra ingerida pela Curiosity é a alta porcentagem de água no solo", diz Laurie Leshin, do Instituto Rensselaer (EUA) e líder do estudo apresentado hoje. "Cerca de 2% do solo na superfície de Marte é feito de água, o que é um grande recurso, e cientificamente interessante", diz a cientista. A análise do laboratório ambulante identificou ainda dióxido de carbono, oxigênio e compostos sulfúricos, entre outros, quando aqueceu a terra coletada.

Um dos instrumentos do robô, chamado de SAM (sigla em inglês para "análise de amostra de Marte") inclui um cromatógrafo, um espectrômetro de massa e um espectrômetro a laser. Esses palavrões significam que a sonda tem a capacidade, ao contrário de suas antecessoras, de identificar diversos compostos químicos e determinar a proporção de isótopos (átomos de um mesmo elemento químico que diferem na quantidade de nêutrons) de elementos-chave nas amostras que recolhe.

"Esta é a primeira amostra que analisamos com os instrumentos da Curiosity. É a primeiríssima pá de algo que alimentou o equipamento analítico. Apesar de ser apenas o início da história, nós aprendemos algo substancial", diz Laurie.

A Curiosity usou sua pequena pá para recolher uma amostra de solo de uma região apelidada de "Rocknest" pelos cientistas. Os pesquisadores inseriram porções da amostra no instrumento SAM, que aqueceu a terra a 835°C. O equipamento reconheceu a presença de diversos componentes, inclusive compostos contendo cloro e oxigênio, como clorato ou perclorato, que já eram conhecidos em Marte - mas apenas em regiões mais próximas ao polo, e não na zona equatorial do planeta vermelho, onde está a sonda. A análise indica ainda a presença de carbonatos, que se formam na presença de água.

"Marte tem um tipo de camada global, uma camada de solo da superfície que tem sido misturada e distribuída por frequentes tempestades de areia. Então, uma pá desse material é basicamente uma coleção microscópica de rochas marcianas", diz Laurie. "Se você misturar muitos grãos dele juntos, você provavelmente terá uma imagem precisa da crosta típica marciana. Ao aprender sobre isso em um lugar, você estará entendendo sobre o planeta inteiro."


Segundo o cientista, os resultados implicarão em futuras missões ao planeta vermelho - inclusive tripuladas. "Nós agora sabemos que deve haver água abundante e de fácil acesso em Marte", diz Laurie. "Quando mandarmos gente, eles podem retirar um pouco do solo em qualquer lugar da superfície, aquecê-lo um pouco e obter água."

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Nave russa Soyuz decola rumo à Estação Espacial Internacional


A nave russa Soyuz TMA-10M, com três cosmonautas a bordo, dois russos e um americano, foi lançada nesta quarta-feira da base cazaque de Baikonur com destino à Estação Espacial Internacional (ISS).

Segundo o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, a nave decolou às 17h58 (de Brasília) com ajuda de um foguete portador Soyuz-FG, em uma operação que transcorreu sem contratempos, informaram as agências russas.

A nave russa se acoplará à plataforma orbital dentro de menos de seis horas, após dar quatro voltas ao redor de nosso planeta, quando habitualmente as Soyuz precisam de dois dias para chegar a seu destino.

A tripulação é formada pelos cosmonautas russos Oleg Kotov e Sergei Riazanski e pelo astronauta americano Michael Hopkins.

Na estação espacial lhes esperam o cosmonauta russo Fiôdor Yurchikhin, o italiano Luca Parmitano e a americana Karen Nyberg, que retornarão à Terra no dia 11 de novembro.

Segundo as previsões, os três novos inquilinos da plataforma orbital permanecerão na estação durante 168 dias, prazo durante o qual realizarão várias caminhadas espaciais e diversos experimentos científicos.

Entre outras coisas, receberão a tocha dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, que sairá pela primeira vez ao espaço no próximo dia 9 de novembro, segundo o Centro de Treino de Cosmonautas da Rússia.

"A tocha, que sairá ao espaço, é a mesma que acenderá a pira com a chama olímpica de Sochi", garantiu Dmitri Chernishenko, presidente do comitê organizador dos Jogos de Inverno.


Além disso, no dia 20 de novembro, os seis moradores da ISS comemorarão o 15º aniversário do início da construção da plataforma.

Há 4 bilhões de anos, Terra se parecia com lua de Júpiter, diz estudo


A Terra primitiva, há cerca de 4 bilhões de anos, tinha uma dinâmica interna muito diferente da atual e pode ter se parecido com uma das quatro grandes luas de Júpiter, chamada Io, que tem intensa atividade vulcânica.

Essa é a conclusão de um estudo feito por cientistas americanos e publicado na revista "Nature" desta quarta-feira (25).

Segundo os autores – liderados por William B. Moore, da Universidade Hampton e do Instituto Nacional do Aeroespaço dos EUA, e A. Alexander G. Webb, da Universidade do Estado da Luisiana –, o trabalho fornece uma nova perspectiva sobre a primeira geologia do nosso planeta.

A Terra se formou há 4,5 bilhões de anos, a partir de colisões de fragmentos de protoplanetas (corpos celestes considerados o primeiro estágio da evolução de um planeta). Naquela época, pertencente ao período geológico Hadeano, grande parte do calor da Terra ficou presa no núcleo (composto de metais, como ferro e níquel, e elementos radioativos).

No período seguinte, conhecido como Arqueano – que começou por volta de 4 bilhões de anos atrás –, apareceram as primeiras rochas inteiras e formas de vida unicelulares.

"Tubos de calor"

Hoje, a liberação de calor de dentro da Terra para fora é facilitada pelas placas tectônicas, mas esse transporte nem sempre foi assim. Moore e Webb criaram um modelo computacional e simulações numéricas para entender como o nosso planeta pode ter tido uma única placa com vários tubos vulcânicos por onde o calor e materiais circulavam entre o núcleo e a superfície.

Esses "tubos de calor" seriam semelhantes aos que ocorrem em Io e podem ajudar a compreender como a Terra evoluiu antes da formação das placas tectônicas. As simulações feitas também indicam que a nossa litosfera (camada sólida mais externa, dividida em placas) se transformou numa superfície fria e grossa há cerca de 3,5 bilhões de anos, como resultado de erupções frequentes que levaram materiais externos para dentro.


Após o aparecimento das placas tectônicas, foi registrada uma rápida diminuição da atividade vulcânica e de transferência de calor por meio desses tubos, destacaram os cientistas.

Nova câmera revela imagem detalhada da Nebulosa da Pata do Gato


Recém-instalado no telescópio APEX (Atacama Pathfinder Experiment), ​um novo instrumento chamado ArTeMiS acaba de divulgar suas primeiras imagens científicas - e elas mostram o brilho da Nebulosa da Pata do Gato em detalhes.

A ArTeMiS é uma nova câmara de grande angular que trabalha na região submilimétrica do espectro, e deve aumentar a profundidade com que se poderá observar o espaço. Sua rede de detectores permitirá fazer mapas do céu de campo largo mais depressa e com muito mais pixels.

O APEX é um telescópio de 12 metros de diâmetro instalado a elevada altitude no deserto do Atacama, que opera nos comprimentos de onda do milímetro e submilímetro - entre a radiação infravermelha e as ondas rádio do espectro eletromagnético - dando aos astrônomos uma ferramenta valiosa para observar o Universo.

A equipe que instalou a ArTeMiS teve que lutar contra condições meteorológicas extremas para conseguir completar a tarefa, uma vez que o Centro de Controle do APEX encontrava-se praticamente soterrado pela neve que caiu no planalto do Chajnantor. Para testar o instrumento, foi preciso esperar por tempo muito seco, já que os comprimentos de onda no submilímetro que o telescópio observa são fortemente absorvidos pelo vapor de água. No entanto, quando o bom tempo chegou, foram feitas observações de teste bem sucedidas.


No seguimento dos testes e das observações de instalação, a ArTeMiS foi utilizada para vários projetos científicos. Um dos alvos apontados foi a região de formação estelar NGC 6334 (Nebulosa da Pata do Gato), situada na constelação austral do Escorpião. De acordo com o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), esta nova imagem está significativamente mais nítida do que as da mesma região obtidas anteriormente.