terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Primeiro satélite dedicado a vigiar asteroides é lançado


O primeiro telescópio espacial especificamente dedicado à busca de asteroides foi lançado nesta segunda (25) com sucesso.


Do tamanho de uma mala grande e batizado de NEOSSat (Satélite de Vigilância de Objetos Próximos à Terra, na sigla em inglês), o aparelho foi desenvolvido pela Agência Espacial do Canadá e custou cerca de R$ 50 milhões.

O satélite circulará a Terra cada cem minutos e será posicionado a 800 km do planeta. Por sua localização, ele conseguirá vasculhar uma área bem próxima ao Sol, até cerca de 45º. Essa região é de difícil observação pelos telescópios terrestres, que atualmente fazem o grosso do monitoramento.

Uma outra vantagem é que, diferentemente dos em solo, o espacial vai operar o dia inteiro. Os de solo só funcionam durante a noite.

Além dos bólidos, o satélite canadense também vai prestar atenção ao lixo espacial --como resto de satélites e foguetes. O objetivo é evitar que eles colidam com algum satélite operacional.

O dispositivo tirará centenas de imagens por dia, que serão enviadas para pesquisadores no Canadá. São eles que vão determinar se o asteroide é novo ou já catalogado, além de sua trajetória e o potencial risco de colisão.

Os criadores do satélite deixam claro, no entanto, que o objetivo não é apenas encontrar bólidos que possam ser perigosos. Eles querem entender melhor do que são feitos e como se comportam asteroides que ficam inteiramente, ou durante boa parte do tempo, na órbita da Terra.

Isso poderia contribuir para futuras pesquisas científicas ou para a mineração.

O dispositivo conseguirá identificar asteroides entre 50 milhões e 100 milhões de quilômetros de distância.

O telescópio foi elaborado para achar grandes objetos, com mais de algumas centenas de diâmetro. Asteroides pequenos, como o de 17 metros que explodiu sobre a Rússia há pouco mais de uma semana, não serão detectados pelo aparelho.

Na opinião de Scott Hubbard, professor da universidade Stanford e um dos diretores da Fundação B612, ONG que reúne cientistas e astronautas e alerta para o perigo da colisão de asteroides, o grande problema hoje são os pequenos objetos.

"A Nasa está fazendo um bom trabalho de monitoramento e localização dos grandes asteroides. O que falta mesmo é prestar atenção aos pequenos corpos", disse Hubbard à Folha.

Sua fundação pretende construir e lançar um satélite bem maior que o canadense, batizado de Sentinela, para identificar também esses objetos menores.

Segundo o cientista, o ideal é localizar os asteroides com muito tempo de antecedência, para que haja tempo para decidir o que fazer.

Umas das possibilidades deverá ser testada em 2022 por americanos e europeus para desviar o asteroide Didymos. Trata-se de um sistema binário com um objeto menor que orbita o maior. O objetivo dos cientistas é lançar o menor sobre o maior, alterando o sistema e desviando sua trajetória.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


Autorretrato do robô Curiosity mostra buraco feito em área de Marte


Um autorretrato do robô Curiosity, que está em Marte, divulgado na sexta-feira (22) oferece uma visão panorâmica da localização do jipe no mês de fevereiro, na região da Baía de Yellowknife, na cratera Gale.


A imagem foi feita para mostrar o local onde, pela primeira vez, um robô escavou rochas marcianas. A amostra de rocha foi pulverizada pelo Curiosity em Marte e o pó será analisado. Uma broca presente no equipamento foi utilizada para perfurar pedras do planeta vermelho no início deste mês.

Na foto divulgada pela agência espacial americana Nasa, é possível observar o buraco de 1,6 centímetros de diâmetro que foi feito para a coleta de amostras.

O braço mecânico do robô, onde se localiza o dispositivo fotográfico, não é visto porque a imagem panorâmica é uma combinação de 66 fotos. Elas foram feitas quando essa parte do equipamento estava posicionada fora do raio de captura.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Astrônomo: alguns meteoritos são impossíveis de prever


Dois eventos espaciais assustaram os terráqueos há uma semana, no dia 15 de fevereiro. O asteroide 2012 DA14 chegou a 27,6 mil km da superfície da Terra, mais próximo do que muitos satélites comerciais. Esse fato já havia sido previsto com quase um ano de antecedência. Horas antes, no entanto, a queda de um meteorito deixou mais de mil feridos na Rússia.

Desse bólido, ninguém sabia. Com a tecnologia atual, objetos relativamente pequenos são identificados com antecedência mínima. Mas, se visitas diminutas como o da cidade de Chelyabinsk podem provocar danos grandes, materiais e humanos, não seria importante investir mais em detecção a fim de evitar acidentes como esse?

Objetos maiores do que quatro metros já podem ser registrados com a tecnologia atual, segundo o professor Jorge Ricardo Ducati, do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mas nem todos - e só quando estão realmente próximos, o que acarreta a antecedência de apenas um dia ou menos. "Qualquer tentativa de prever a queda de meteoritos como o de sexta-feira (do dia 15, na Rússia) é tecnologicamente inviável, independentemente do investimento", avalia Fernando Roig, doutor em astronomia, pesquisador do Observatório Nacional e especialista em asteroides. Ainda de acordo com Roig, mesmo que fosse possível identificar as trajetórias de meteoros desse tamanho, seria difícil prever seu comportamento: se explodiria na atmosfera e se provocaria danos em áreas urbanas.

Há outro fator que influencia na detecção de asteroides. As observações por telescópio precisam ser realizadas à noite, quando a luz refletida pelos asteroides pode ser observada em contraste com o plano de fundo escuro. "O grande problema com o objeto que caiu na Rússia no dia 15 é que ele se aproximou da Terra da direção do Sol, ou seja, sem que pudesse ser detectados com o telescópio", explica Nigel Bannister, astrônomo e palestrante do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, no Reino Unido. Além de ser maior, o objeto que passou próximo à Terra no mesmo dia vinha da direção contrária.

Uma possível solução para esse tipo de problema está tomando forma a partir de um grupo chamado B612 Foundation. O plano desses cientistas e engenheiros é construir e lançar ao espaço um telescópio com infravermelho que orbitaria o Sol e rastrearia objetos com trajetória próxima da Terra. "Investir nesse tipo de missão certamente ajudaria", diz Bannister.

Investimento


Mesmo que se tenha avançado muito nas últimas décadas, é consenso que maior investimento no setor resultaria ganhos significativos. Mas, em tempos de crise, o orçamento da Nasa, a agência espacial americana, está cada vez menor. Assim, não dá para depender apenas dos EUA.

Para o professor Antonio Gil Vicente de Brum, doutor em Engenharia e Tecnologia Espaciais, é necessária uma rede mais ampla de monitoramento. "Países como o Brasil, por exemplo, poderiam ajudar muito. Contudo tais investimentos não são prioritários para o país, e não há nada previsto sobre isso no plano nacional de atividades espaciais".

Ocorrências


Identificado no ano passado - como revela seu nome -, o asteroide 2012 DA14 tem aproximadamente 45 metros de diâmetro, de acordo com a Nasa. Segundo cálculos da agência espacial americana, há 500 mil asteroides desse tamanho "próximos da Terra". Desses, apenas 1% foram descobertos. Mas objetos desse tamanho não são a maior preocupação em se tratando de corpos celestes. Com até 40 metros de diâmetro, eles se desintegram na atmosfera e, quando, raramente, promovem estragos, são bem localizados.

Foi o caso do meteorito que explodiu em Chelyabinsk, de diâmetro estimado em 17 metros e massa de 10 mil toneladas. Embora tenha causado danos avaliados em aproximadamente R$ 60 milhões, deixou feridos apenas por efeitos secundários, como estilhaços de vidro. Curiosos pelo facho de luz que divisavam pela janela de casa ou do trabalho, muitos corriam para vê-lo. Dessa forma, mais de mil pessoas tiveram algum tipo de ferimento.

Fazia tempo que um bólido não tinha impacto tão grande na Terra. Esse meteorito foi o maior a atingir nosso planeta desde 1908. Naquele ano, em uma floresta em Tugunska, também na Rússia, um objeto pouco menor do que o 2012 DA14, de diâmetro estimado em 40 metros, devastou uma área de 2 mil quilômetros quadrados, maior do que a cidade de São Paulo.

Calma


Eventos como esse não devem causar pânico. "Não é tão comum a ponto de assustar, nem tão raro a ponto de não acontecer", pontua o astrônomo e professor Adolfo Stotz Neto, presidente do Grupo de Estudos de Astronomia do Planetário da Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo Bannister, pode-se estimar uma queda como essa a cada 100 anos. "Ainda não há como encontrar todas essas pedras que andam por aí pelo espaço, então, por um bom tempo, esses pequenos objetos continuarão caindo sem que consigamos detectá-los antes", afirma Antonio Kanaan, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e doutor em astrofísica pela Universidade do Texas.

A maioria dos meteoritos são muito menores. A Terra recebe aproximadamente 100 toneladas de material cósmico todo dia, mas essas partículas são normalmente pequenas. "Como grãos de areia", ilustra Bannister. As "estrelas cadentes" (na verdade, fragmentos de cometas e asteroides) têm tamanho comparável ao de uma bola de beisebol, por exemplo. Não podem ser detectadas com antecedência, porém não apresentam ameaça, já que se desintegram na atmosfera.

Mapeamento


A tendência é mapear objetos cada vez menores. Há 10 anos, a meta dos pesquisadores era rastrear os objetos potencialmente perigosos de tamanho maior do que 1 quilômetro de diâmetro, os quais seriam ameaças globais. Já foram identificados quase 95% dos aproximadamente 980 corpos celestes que poderiam sacudir nosso planeta violentamente. Mas nenhum deles registra rota de colisão com a Terra, segundo os dados mais recentes do telescópio Wide-field Infrared Survey Explorer (Wise), que faz uma espécie de censo cósmico.

De acordo com Daniela Lazzaro, responsável pela Iniciativa de Pesquisa e Mapeamento de Asteroides nas Cercanias da Terra no Observatorio Nacional, a meta atual de astrônomos da área é detectar todos os objetos com tamanho de até 150 metros, suficiente para destruir um país. Não será tarefa fácil: o mapeamento do WISE revela a possível existência de 19,5 mil asteroides de 100 metros a 1 quilômetro de diâmetro. Para asteroides de até 100 metros, como o 2012 DA14, o cálculo é de que haja mais de 1 milhão.

O projeto Atlas, capitaneado por astrônomos da Universidade do Havaí e financiado com US$ 5 milhões cedidos pela Nasa, é uma das iniciativas que visa objetos menores, a partir de 45 metros. Com dois observatórios, munidos de telescópios e câmeras ultrapotentes, a iniciativa pretende monitorar bólidos espaciais e fornecer avisos com sua trajetória e local de impacto. Segundo os organizadores, a construção deve levar três anos. "O meteorito de Chelyabinsk foi assustador, e muitas centenas de pessoas ficaram feridas, mas os danos foram pequenos quando comparados com o que poderia acontecer com objetos um pouco maiores", afirma John Tonri, pesquisador do projeto. "Nosso objetivo ao construir o Atlas é encontrar esses objetos e fornecer avisos para medidas de emergência".

Caso o projeto Atlas tenha êxito na detecção de pequenos objetos, não haverá tempo de pensar em como desviá-los ou destruí-los. Mas se poderá, quem sabe, evacuar uma cidade antes da colisão. "As pessoas precisam entender que, no geral, as chances de um impacto são pequenas", pondera Bannister. "É mais provável que você morra em um acidente de carro ou de avião do que por um meteorito. Por outro lado, é menos provável que você morra por um raio do que por uma pedra espacial".

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


"Vulcano" lidera votação online para nomear nova lua de Plutão


A estrela de Star Trek (Jornada nas Estrelas, no Brasil) e dezenas de milhares de fãs do seriado de TV e da série de filmes lideram um pedido para nomear uma das recém-descobertas luas de Plutão em homenagem ao planeta natal do personagem Spock.


Shatner, que interpretou o capitão James T. Kirk da nave estelar Enterprise no programa lançado em 1966, propôs o nome no início deste mês, em resposta a um apelo de cientistas para ajudar na escolha dos nomes de duas luas recém-descobertas de Plutão.

Vulcano está entre 21 nomes na disputa em uma pesquisa online, organizada pelo Seti Institute, da Califórnia, cuja equipe de astrônomos descobriu as luas. Até quarta-feira, Vulcano estava claramente na frente, recebendo mais de 100 mil dos mais de 330 mil votos.

Shatner, que atuou junto com Leonard Nimoy, que interpretou Spock no seriado de ficção científica, buscou apoio para Vulcano na quarta-feira em sua conta no Twitter, escrevendo: "Estamos nos aproximando de 120 mil votos para Vulcano no PlutoRocks.com! Você já votou hoje?".

Curiosamente, o nome sugerido pelo Seti não se refere diretamente ao planeta de Spock, e sim ao deus romano do fogo - o site do instituto, inclusive, redireciona o nome "Vulcano" a um artigo da Wikipédia sobre o personagem mitológico.

Até agora, as duas luas, cada uma delas com cerca de 20 a 30 quilômetros de extensão, são conhecidas como P4 e P5. A lua P4 foi descoberta em 2011 e a P5, um ano depois. Antes das descobertas, os astrônomos tinham identificado e nomeado três das luas de Plutão -- Caronte, Nix e Hidra.

A votação para os nomes das novas luas termina em 25 de fevereiro. Os nomes selecionados serão submetidos à análise da União Astronômica Internacional. "Vamos torcer para que a UAI considere que Vulcano é um bom nome", disse Shatner em outro tweet.

Curiosity encontra rocha cinzenta sob superfície de Marte


A agência espacial americana anunciou nesta quarta-feira que a sonda Curiosity escavou a primeira amostra coletada do interior de uma rocha marciana e que o solo poeirento encontrado logo abaixo da superfície avermelhada do planeta na verdade tem uma tonalidade cinza clara.


"A equipe científica está realmente animada com o fato de que os resíduos da nossa perfuração não são do tom tipicamente laranja-avermelhado que associamos a tudo relativo a Marte", afirmou Joel Hurowitz, cientista encarregado do sistema de amostras do Curiosity.

"As coisas ficam alaranjadas porque há um processo de ferrugem de algum tipo ocorrendo que oxida o ferro contido na rocha", explicou durante entrevista coletiva no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa, em Pasadena, Califórnia.

No começo do mês, a agência espacial americana havia informado que seu robô, avaliado em US$ 2,5 bilhões, havia conseguido obter a primeira amostra já coletada do interior de uma rocha em outro planeta, o que os cientistas do JPL saudaram como um avanço "histórico".

"Ver o pó da perfuração na pá nos permite confirmar pela primeira vez que a perfuratriz coletou uma amostra ao penetrar na rocha", disse Scott McCloskey, engenheiro encarregado dos sistemas da perfuratriz do Curiosity.

"Muitos de nós trabalhamos anos para ver este dia. Obter confirmação de uma perfuração bem sucedida é incrivelmente gratificante", emendou. "Para a equipe encarregada das amostras, isto é equivalente ao que foi o pouso bem sucedido para a equipe a cargo da amartissagem", comparou.

Os cientistas da Nasa afirmaram que estudos mais aprofundados na amostra podem demonstrar na matiz da rocha marciana pistas intrigantes sobre a história e a composição da Terra. "Ela pode preservar algum indício do que o ferro estava fazendo nestas amostras sem que algum processo oxidativo posterior pudesse enferrujar as rochas, dando-lhes a coloração alaranjada típica de Marte", disse Hurowitz aos jornalistas.

O pó foi liberado depois que a perfuratriz do braço mecânico do Curiosity fez um buraco de 6,4 centímetros no leito rochoso marciano, em 8 de fevereiro. A equipe encarregada do robô pretende fazer o Curiosity peneirar a amostra e analisá-la com instrumentos de bordo.

A amostra foi retirada de uma rocha sedimentar de granulometria fina denominada "John Klein", assim chamada em homenagem ao vice-gerente de projetos do Laboratório Científico de Marte falecido em 2011. A rocha foi selecionada para ser a primeira amostra perfurada porque pode conter evidências da presença de água no passado do planeta.

Meteorito gigante atingiu a Austrália há 360 milhões de anos, diz estudo


Uma equipe de cientistas descobriu uma área de 200 km de diâmetro na Austrália onde teria caído um gigantesco meteorito há 360 milhões de anos, indicou um dos pesquisadores nesta quarta-feira (20).


O meteorito media entre 10 km e 20 km de diâmetro, declarou à AFP Andrew Glikson, professor convidado da Universidade Nacional da Austrália.

"É um achado", afirmou, referindo-se à cratera na bacia de East Warburton, no sul do país. O estudo foi publicado na revista "Tectonophysics".

"O que realmente impressiona é a extensão da zona de impacto, de no mínimo 200 km (de diâmetro), o que a torna a terceira maior superfície no mundo impactada por um corpo celeste". Glikson indicou que o estudo do terreno foi iniciado após outro cientista identificar amostras anômalas microestruturais.

"Depois disso, passei meses em laboratório fazendo testes em microscópio para medir as orientações dos cristais (...) e constatei que as rochas encontradas no local apresentavam marcas de um impacto extraterrestre", acrescentou o cientista.

"Trata-se de um asteroide de pelo menos 10 km de diâmetro", cuja queda sobre a Terra provocou um "impacto regional e mundial", ressaltou Glikson.

O asteroide, transformado em meteorito após tocar o solo, provocou uma imensa cratera, atualmente encoberta por uma camada de 3 km de sedimentos. Ao cair, teria provocado gigantescas nuvens de fumaça e vapor que, segundo o pesquisador, cobriram a Terra.

Asteroides desse tamanho entram em colisão com o nosso planeta uma vez a cada dezenas de milhões de anos, segundo os cientistas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Pesquisa identifica menor planeta já encontrado fora do Sistema Solar


Cientistas divulgaram nesta quarta-feira (20) a descoberta do menor planeta já identificado fora do nosso Sistema Solar. Os dados obtidos até o momento indicam que o planeta seria rochoso, sem água nem atmosfera, com um ambiente semelhante ao de Mercúrio.


O Kepler 37-b tem um tamanho semelhante ao da Lua " é menor, portanto, que todos os planetas do Sistema Solar. As conclusões sobre a superfície rochosa do planeta vêm do modo como ele irradia a luz.

O telescópio espacial Kepler foi lançado em 2009 com o objetivo de procurar planetas fora do Sistema Solar " são os chamados exoplanetas.

Um dos objetivos do telescópio é encontrar planetas que tenham características semelhantes às da Terra, tanto em relação ao tamanho, quanto à composição da superfície e à distância de seu sol. Não é o caso de Kepler 37-b, mas identificar um exoplaneta tão pequeno a anos-luz de distância confirma que é possível encontrar vários tipos de planeta fora do Sistema Solar.

A atual descoberta foi conduzida por uma equipe internacional de cientistas, liderada por Thomas Barclay, da Nasa, e o trabalho foi publicado na edição online da revista "Nature".

Organização quer colonizar Marte com reality show; cientistas desconfiam


Levar o homem a Marte, principiar a colonização do planeta e pagar pela expedição com dinheiro oriundo de um reality show. E isso em 2023, daqui a apenas uma década. Parece absurdo? A MarsOne, uma organização holandesa, não governamental e sem fins lucrativos, discorda.


A ideia foi lançada em 2011, e o processo de seleção de astronautas começa ainda no primeiro semestre deste ano. De acordo com a empresa, o diferencial das missões é que não haverá retorno. Com isso, toda a tecnologia para levar e manter humanos em Marte já existe. E aspirantes a colonizadores, aparentemente, não faltam: antes que os critérios de seleção fossem anunciados, no início de janeiro, mais de mil pessoas já haviam enviado e-mail se candidatando.

A iniciativa conta com o apoio de cientistas como Gerard Hooft, holandês premiado com o Nobel de Física em 1999. E ele não está sozinho. Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, é um dos entusiastas da ideia de colonizar Marte. Entre as contribuições científicas do astronauta após regressar à Terra, encontra-se o conceito da Aldrin Mars Cycler, trajetória orbital para facilitar o percurso até o planeta vermelho. Finda sua experiência na Nasa e na Força Aérea, Buzz principiou uma campanha em prol da conscientização da população e do governo americano da importância dos investimentos na exploração espacial.

Em seu site, Aldrin dedicava uma mensagem especial às crianças, com o intuito de despertar-lhes a curiosidade pelo espaço: "Você será uma das primeiras pessoas a pisar em Marte? Você pode até ser um dos primeiros a colonizar Marte! Mas não pare por aí. Você pode ir para Vênus, para os anéis de Saturno ou para as luas de Júpiter - além do que seus olhos podem ver e até onde sua mente pode imaginar. Mire as estrelas! Do seu amigo, Buzz Aldrin".

A forma encontrada para financiar o projeto é curiosa: a realização de um reality show que apresentaria à Terra o início da colonização do planeta vermelho. Conforme o fundador da companhia, Bas Lansdorp, baseado nos números da audiência dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, a missão se pagaria facilmente. Apesar de ainda não se ter detalhes de todo o orçamento, Lansdorp revelou, em entrevista ao Terra, que o gasto não passará de US$ 6 bilhões, e um levantamento feito com prováveis fornecedores prevê que o maior investimento será no desenvolvimento de tecnologias para manter humanos vivos em Marte.

Mesmo que o reality show seja viável e se encontrem outras maneiras de financiar o projeto, é impossível garantir a integridade física dos astronautas. Alguns riscos para a saúde não são nem perfeitamente estimados. A gravidade, 40% da experimentada na Terra, é apenas um dos fatores. O ar é mais rarefeito, e a temperatura pode chegar a -135 graus celsius. Tempestades de poeira são comuns. Pelo menos, segundo dados da sonda Curiosity, os índices de radiação não chegariam a impedir a exploração humana no planeta.

Mas é impossível avaliar todos os riscos e danos à saúde que a vivência em Marte trariam. "As pessoas que irão já terão que ir com a mentalidade de que não será muito seguro. Elas terão de entender os riscos e decidir se vale a pena. Não há garantia. A nossa única garantia é de que será o mais seguro possível", reconheceu Lansdorp.

É esse risco admitido pelo fundador da MarsOne que preocupa especialistas no tema. Ulisses Capozzoli, doutor em Ciências pela USP e editor-chefe da revista Scientific American Brasil, contesta a possibilidade de controlar esses riscos e afirma que a complexidade de uma missão como essa é ainda subestimada. Na mesma linha, o ex-pesquisador da Nasa Norbert Kraft, que estudou psicologia de humanos para missões espaciais de longo prazo, também se preocupa com o lado emocional e psicológico dos enviados. "No mínimo, um grande número de psiquiatras e psicólogos deveriam fazer parte da colônia para antecipar os problemas que aparecerão", advertiu Kraft.

Capozzoli lembra que também é preciso se preocupar com a questão do confinamento e do isolamento. Apenas na viagem até Marte, serão entre 150 e 300 dias terrestres em um espaço diminuto, de gravidade reduzida, com a convivência restrita em quatro tripulantes. Em experimentos nos últimos anos, astronautas russos em missões de longa duração apresentaram anomalias de comportamento, como surtos psicóticos e distúrbios psicológicos. Para o editor da revista, seria preciso uma missão científica anterior ao envio de colonos para garantir métodos de sobrevivência. Ainda seria necessária uma pesquisa ampla sobre os métodos de colonização do Novo Mundo.

"Teria de ser como foi a conquista das Américas. Eu estimo que seriam necessários pelo menos 2 mil colonos com uma certa diversidade genética e profissional para fazer frente aos desafios. Já se sabe, por exemplo, que o idioma de quem quer que for mudará na convivência em Marte", explicou o especialista, citando artigo de Cameron Smith, da edição de fevereiro da Scientific American Brasil. Porém Capozzoli ressalta que uma missão colonizadora a Marte seria muito importante. "É uma questão de manutenção da humanidade. Seria nosso segundo mundo. Pode ser que a Terra seja atingida por um cometa. É improvável, mas certamente possível", disse.

Ele acredita que uma missão a Marte provavelmente seria capitaneada por grandes potências, mas que uma participação mais ampla seria muito importante. "Tem de ser uma coisa delineada pela Organização das Nações Unidades. Temos que garantir que seja uma experiência humana e não restrita a alguns países", resumiu.

Outros pesquisadores advertem que, se uma agência do porte da Nasa foi incapaz de concretizar projetos semelhantes, uma nova empresa, sem a experiência da agência espacial americana, também não o poderia.

Apesar das desconfianças, o cronograma já está alinhado. Em 2016, será lançado o primeiro navio de abastecimento. Em 2018, será lançado o Mars Rover, veículo motorizado e automatizado nas expedições na superfície de Marte após o pouso. E em 2023, o pouso em Marte será transmitido para toda a Terra, e a convivência dos quatro primeiros humanos do planeta vermelho poderá ser acompanhada 24 horas por dia - terrestre.

Há 540 anos nascia Copérnico, um dos pais da astronomia moderna


De olho em Marte e asteroides rasantes, a astronomia ganha destaque no noticiário e ocupa, cada vez mais, um espaço central nos avanços e esforços científicos do século 21. Não seria assim se um indivíduo nascido há exatos 540 anos nesta terça-feira não fosse fascinado pelos céus.


O polaco Nicolau Copérnico (Torun, 19 de fevereiro de 1473 — Frauenburgo, 24 de maio de 1543) recolocou o Sol em seu devido lugar, criou um modelo heliocêntrico e forneceu o ponto de partida para a astronomia moderna. Seu livro derradeiro, De revolutionibus orbium coelestium ("Das revoluções das orbes celestes"), foi publicado em seu último ano de vida e ensejou a chamada Revolução Copernicana.

A contribuição de Copérnico para a ciência é mais complexa do que se supõe normalmente. Não se pode dizer que ele tenha criado a teoria do heliocentrismo nem que tenha revolucionado sozinho a astronomia. De acordo com Nigel Bannister, professor do departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, no Reino Unido, o cientista não poderia ser considerado "o pai da astronomia moderna", como muitas pessoas o tratam. "Títulos assim são sempre problemáticos. Não há dúvida de que Copérnico deu enormes contribuições à astronomia, e é certamente um dos gigantes na história da astronomia como uma ciência moderna, mas existem muitos outros que fizeram descobertas ou postularam teorias que são tão importantes quanto. Eu tenderia a chamá-lo de um dos pais fundadores da astronomia moderna, já que seu trabalho promoveu uma grande mudança na compreensão do sistema solar e do nosso lugar no universo".

No século 16, época de Copérnico, a teoria de Ptolomeu, de que a Terra encontrava-se no centro do universo, não era apenas observação empírica, destituída de instrumentos apropriados, mas também de crença religiosa. Para substituir o geocentrismo pela ideia de que era o nosso planeta que girava em torno do Sol, o cientista e matemático polonês partiu de fundamentos gregos propostos por Aristarco de Samos 1,8 mil anos antes. "Como era praxe no renascimento, ele foi buscar nos clássicos gregos uma inspiração", afirma Augusto Damineli, professor de pós-graduação do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). "Ele retomou a ideia de que seria mais natural que os corpos menores girassem em torno do maior (o Sol). Remontou então esse sistema que havia sido abandonado 250 anos antes de Cristo e colocou nele os avanços dos sistema geocêntrico (excêntricos, epiciclos e deferentes)".

O polonês contribuiu para a ideia de Aristarco com relações matemáticas que faltavam no trabalho original. "Mas, infelizmente, seu argumento matemático estava errado", afirma Bannister. "Embora tenha posicionado o Sol corretamente no centro do Sistema Solar, para reproduzir os movimentos dos planetas em sua descrição matemática, ele manteve as órbitas perfeitamente circulares que Ptolomeu havia proposto. Então Copérnico, assim como Ptolomeu, ainda precisava usar epiciclos para explicar os movimentos dos planetas. Seus epiciclos eram menores do que os de Ptolomeu, com certeza, mas era a abordagem errada".

Mais tarde, Johannes Kepler descobriu que órbitas elípticas eram a resposta para descrever os movimentos planetários. "A tal ‘Revolução Copernicana’ precisou de várias outras contribuições para acontecer", explica Damineli. Assim, segundo ele, a mudança de paradigma se deve ao resultado combinado da teoria de Copérnico com avanços posteriores, de nomes como Kepler, Galileu Galilei, Tycho Brahe e Isaac Newton.

A igreja e o geocentrismo


A religião acompanhou Copérnico desde cedo. Órfão aos 10 anos de idade, o garoto foi criado pelo tio, então bispo de Ermland. Mais tarde, uma de suas irmãs virou freira, e um de seus irmãos, padre. Já adulto, Copérnico conciliou suas atividades como astrônomo, matemático e jurista com o trabalho de cônego na Igreja Católica de Frauenburgo.​

Paradoxalmente, as ideias de um cientista tão influenciado pela igreja iam de encontro ao que a religião pregava. Para o catolicismo, a Terra era o centro do universo. Tratava-se de suposição válida, contando os instrumentos de observação disponíveis, a tendência ao antropocentrismo e uma interpretação rígida da bíblia. Contudo, mesmo naquela época, Copérnico não era uma voz única. Havia outros cientistas com ideias semelhantes, a quem o polonês ofereceu leituras de sua teoria antes que ela fosse publicada.

Nova vida a uma ideia antiga


O livro De revolutionibus orbium coelestium veio a público apenas em 1543, pouco depois da morte de Copérnico, aos 70 anos. Devido ao falecimento do autor e a um capítulo inicial relativizando as posições defendidas pelo cientista - supostamente escrito por outra pessoa, à sua revelia -, o material não causou grande controvérsia. Assim, o astrônomo foi poupado do fanatismo religioso que levou, no século 17, Galileu Galilei à prisão.

Além de suas próprias e revolucionárias descobertas no campo da física e da astronomia, Galileu defendia e aprimorava a visão de Copérnico, em contraposição ao geocentrismo defendido pela Igreja Católica. Com essa posição, foi conduzido aos tribunais da inquisição. Acusado e ameaçado, teve de se retratar. O cientista estava certo, mas a igreja não concedeu tão rapidamente. Somente 350 anos após a morte de Galileu, no dia 31 de outubro de 1992, o papa João Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico.

Muito antes da inquisição, colocar a Terra no centro do mapa espacial foi um erro. Já se teorizava que o nosso planeta orbitava o Sol antes do nascimento do astrônomo polonês, em 1473. Mas os cálculos e a coragem do cientista foram responsáveis por "dar nova vida a uma ideia muito antiga e por sua adoção na ciência moderna", segundo Bannister. Hoje, depois de muito tempo, apoiado pela astronomia e por cientistas como Copérnico, o homem enxerga mais longe.

Cientistas propõem destruir asteroide com sistema que usa energia solar


Cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos EUA, propuseram a criação de um sistema que utilize energia solar para criar feixes de raios laser, com o objetivo de destruir ou desviar asteroides que ameacem a Terra no futuro.


Caso seja criado, o equipamento pode ser capaz de vaporizar em uma hora um asteroide do tamanho do que passou próximo da Terra na última sexta-feira (15), o 2012 DA14, afirmam os pesquisadores. Com cerca de 130 mil toneladas e 50 metros de diâmetro, o asteroide passou a 27 mil km do planeta, menor distância em mais de 50 anos de monitoramento da agência espacial americana (Nasa).

"O mesmo sistema poderia destruir um asteroide dez vezes maior do que o 2012 DA14 agindo durante um ano, com a vaporização começando em uma distância equivalente à da Terra com relação ao Sol, enquanto o asteroide ainda estiver em órbita", disse a universidade, em nota.

Chamado de DE-Star (Sistema de Direcionamento de Energia Solar para Asteróides em Exploração, na tradução do inglês), o projeto parte de "um princípio realista para evitar potenciais ameaças espaciais" à Terra, ressalta o cientista Philip Lubin, professor da universidade.

Nós precisamos ser proativos ao invés de reativos quando lidamos com estas ameaças. Fugir e se esconder não é uma opção. Nós podemos fazer alguma coisa quanto a riscos desse tipo, então estamos dando passos nesta direção", disse Lubin ao site da Universidade da Califórnia.

O projeto é de um "sistema de defesa orbital de direcionamento de energia", com capacidade para transformar a energia do sol em feixes massivos de raios laser para destruir ou evaporar asteroides, agindo durante dias, meses ou anos, dependendo do tamanho do equipamento que for criado.

O DE-Star também pode vir a ser utilizado para mudar a rota de um asteroide, enviando-o para longe da Terra, dizem os cientistas. "Todos os componentes previstos em nosso projeto existem atualmente. Talvez não na escala que precisamos, mas os básicos estão disponíveis para serem usados. Só precisamos de algo em grande escala para ser efetivo", afirmou Lubin.

O sistema também pode servir para estudar a composição de asteroides e cometas, além de outras funções espaciais, como direcionar a energia solar para ajudar na propulsão de sondas, naves espaciais e satélites.


Astrônomos amadores se destacam no mapeamento do espaço

 O telescópiol Kepler é uma das ferramentas mais poderosas para a análise de corpos além do Sistema Solar. A partir de suas capturas, os computadores da Nasa analisam uma quantidade gigantesca de dados em busca de padrões que identifiquem planetas de tamanho semelhante ao da Terra.
 Mas é um projeto civil, capitaneado pela Universidade de Yale em parceria com a Zooniverse, que ganhou repercussão recentemente por apostar que o olho humano é essencial nessa tarefa. A julgar por avanços protagonizados por astrônomos amadores nos últimos meses, o site Planet Hunters pode se tornar uma tendência - e garantir a qualquer um a possibilidade de participar desse novo mapeamento espacial.
 Mais de 100 mil usuários já contribuíram com a plataforma. "É uma época empolgante para ser um pesquisador de exoplanetas!", comemora John Brewer, estudante de doutorado em astronomia da Yale que criou o software embrionário do projeto Planet Hunters, inaugurado em dezembro de 2010. Conforme Brewer, qualquer um pode participar. "É preciso um grande esforço para escrever software tão bom quanto o olho humano em identificar padrões sutis", explica. "Ao tentar descobrir a trajetória do planeta você está, na verdade, olhando apenas para um periódico enfraquecimento da luz de uma estrela com uma forma característica. Acontece que os nossos olhos são muito bons nessa tarefa, e precisa pouco treinamento para qualquer um se tornar proficiente".
 No ano passado, um planeta com quatro sóis, descoberto pelas análises do Planet Hunters, foi registrado como PH1, homenagem ao projeto. Ao todo, o site gerou cinco trabalhos científicos, com diversas descobertas - muitas não detectadas pela equipe da Nasa. Em janeiro, um trabalho liderado por Ji Wang apresentou 42 descobertas (Wang e Al, 2013), uma delas já confirmada como um planeta orbitando a zona habitável (onde pode haver água) de sua estrela. Conforme Brewer, embora o planeta seja um gigante gasoso, como Júpiter, é possível que tenha uma lua grande o suficiente para possuir atmosfera e ser habitável.
 "No início, eu não tinha certeza de como o Planet Hunters se sairia contra algoritmos de computadores. Mas estamos descobrindo que os 'caçadores de planetas' são ainda mais eficazes em encontrar trajetórias de longo período, nas quais planetas habitáveis poderiam residir", revela Debra Fischer, uma das fundadoras do projeto e professora de astronomia da Yale. "Nós precisamos começar a catalogar os planetas. Assim que tivermos nomes e endereços, podemos começar a visitá-los - ou, ao menos, mirá-los para procurar sinais de vida".
 Segundo Augusto Damineli, professor da pós-graduação do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), os astrônomos profissionais estão "inundados com dados". Ele acredita que trabalhos de amadores possam não apenas complementar o trabalho de profissionais, mas também sugerir novas direções e descobertas: "Eles precisam interpretar e modelar os dados que colhem, sob o risco de que ninguém faça isso. Os dados não falam nada por si só, da mesma forma que um monte de tijolos não resulta uma bela casa. Precisam de um arquiteto".
 De acordo com Damineli, astrônomos amadores tendem a se tornar ainda mais importantes na próxima década. Isso porque, no próximo ano, começa a construção do Large Synoptic Survey Telescope (LSST), telescópio de 6,4m de diâmetro, de grande campo, que será instalado no Chile e filmará o céu profundo periodicamente, cobrindo todo o céu visível. O professor afirma que serão gerados centenas de alarmes de descobertas de variabilidade a cada noite. "Serão necessários exércitos de mentes para interpretar esses fenômenos, pois os profissionais não serão suficientes para essa tarefa. Devemos montar equipes de amadores, com softwares adequados, dedicados a regiões do céu ou a tipos de variabilidade para dar conta do recado", adverte. Esse telescópio poderoso, que produzirá ainda mais dados para cientistas já sobrecarregados, deve entrar em operação completa em 2022.
 Conforme o professor, apesar da recente evidência, amadores sempre desempenharam função importante no desenvolvimento da astronomia. "Esse papel foi crucial na época dos primeiros telescópios e primeiros espectrógrafos (anos 1800-1900). Mesmo na era dos grandes telescópios, os amadores ocupam nichos variados, desde a observação visual e imageamento com câmaras CCD montadas em pequenos telescópios (caso dos corpos do sistema solar) até a descoberta de estrelas variáveis (sistemas duplos, explosões de novas e supernovas) e espectroscopia", aponta Damineli.
 Essa troca de informações entre amadores e profissionais parece ter se tornado mais fácil com a internet e suas ferramentas. "Na verdade, só precisa de alguém com paciência, olhar atento e interesse em colaborar com a ciência", garante Brewer. Caso mais incentivo seja necessário, Damineli define assim o interesse pelo espaço: "O cosmos é um laboratório de física imenso (infinito?) e, a cada avanço teórico ou observacional, se revela mais surpreendente do que a própria ficção".


Rússia desiste de buscar meteorito que deixou cerca de mil feridos


As autoridades russas desistiram neste domingo de procurar o meteorito que caiu na região central dos Urais na sexta-feira e que, com seu impacto, deixou 1.200 feridos e danificou milhares de edifícios.


Com uma temperatura de -17 graus, uma equipe de mergulhadores passou um dia inteiro inspecionando o lago no qual, segundo o ministério do Interior, caíram os fragmentos do meteorito. No entanto, o ministério de Situações de Emergência decidiu finalmente se concentrar nas tarefas de reconstrução, indicou um porta-voz à AFP.

"Os mergulhadores estiveram trabalhando ali, mas não encontramos nada", disse o porta-voz Vyacheslav Ladonkin. "Foi decidido parar com as buscas. Hoje elas não continuarão", acrescentou.

O meteorito caiu na região da cidade de Chelyabinsk na manhã de sexta-feira, provocando um clarão no céu que surpreendeu os habitantes, que rapidamente tomaram as janelas para contemplar o fenômeno. Instantes depois, o impacto quebrou os vidros, ferindo cerca de 1.200 pessoas.

Veja flagrantes após queda de meteorito na Rússia
Quarenta pessoas seguiam hospitalizadas neste domingo, a maioria com cortes, ossos quebrados e contusões, disse à rede de televisão Rossiya Channel uma fonte médica de um hospital de Chelyabinsk.

Cientistas procuram vida em lua de Júpiter


A agência espacial norte-americana Nasa tem concentrado esforços em procurar por vida na Europa, uma lua de Júpiter que abriga um oceano. "É o lugar do nosso sistema solar com a maior probabilidade de se encontrar vida", afirmou Robert Pappalardo, cientista responsável do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa.


Segundo Pappalardo, o satélite de Júpiter é coberto por uma camada de gelo relativamente fina, possui um oceano (líquido sob o gelo) em contato com rochas no fundo, é geologicamente ativo e bombardeado por radiações que criam oxidantes, formando uma energia ideal para a vida.

Porém, a pedido da Nasa, a missão que exploraria a lua Europa foi revista devido a um corte de custos, explicou o cientista, durante a conferência anual da Associação americana pelo avanço da ciência (AAAS, em inglês) reunida em Boston de 14 a 18 de fevereiro.

O JPL, junto com o laboratório de física aplicada da Universidade Johns Hopkins em Maryland, elaborou um novo projeto de exploração chamado "Clipper" num valor total de 2 bilhões de dólares, sem contar com o lançamento da nave.

O aparato seria colocado na órbita de Júpiter e realizaria vários vôos de aproximação à Europa, seguindo o exemplo da sonda Cassini em Titã, uma lua de Saturno. "Desta forma, podemos cobrir de forma eficaz toda a superfície da Europa, pela metade do custo inicial", assegurou Pappalardo. Se for aprovado, o "Clipper" pode ser lançado em 2021 e demoraria de três a seis anos para chegar à lua Europa.

De qualquer forma, a Nasa informou não possuir fundos suficientes para sustentar a missão Clipper no atual contexto de cortes orçamentários.

sábado, 16 de fevereiro de 2013


Agência Espacial Europeia descarta relação entre meteorito e asteroide


O meteorito que caiu nesta sexta-feira nos montes Urais, na Rússia, e que deixou pelo menos 950 feridos, não tem relação com o asteroide denominado 2012 DA14 que passará hoje a apenas 27 mil quilômetros da Terra, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).


O engenheiro de instalações de satélites de pesquisa da ESA, Rainer Krefken, disse à Agência EFE que "pode se descartar que o meteorito e o asteroide tenham a ver", já que sua trajetória é diferente.

"Se o meteorito tivesse a ver com o asteroide, teria apresentado outra direção de voo, teria voado do Sul para o Norte e não para o Oeste, como foi o caso", disse Krefken do centro de controle de operações da ESA na cidade alemã de Darmstadt.

Segundo o especialista, a queda do meteorito não poderia ser prevista com a técnica disponível na atualidade.

A queda de meteoritos é um fenômeno que ocorre uma vez ao ano, mas normalmente passa despercebido porque costuma ocorrer no deserto ou em outras áreas não povoadas. O fato registrado hoje na região russa de Cheliabinsk, nos montes Urais, é o acidente de maiores consequências causado por um corpo celeste na Terra nos últimos anos.

Cientistas buscam maneiras de desviar asteróides que ameacem a Terra


Como evitar uma colisão entre a Terra e um asteroide? Os cientistas de Europa, Rússia e Estados Unidos buscam a melhor maneira de desviar qualquer corpo celeste que possa ameaçar nosso planeta, como o que aniquilou os dinossauros.

"Ninguém busca detonar um asteróide. Isto não é Hollywood, e este remédio pode ser pior que o próprio mal, ao multiplicar os riscos" com a fragmentação do objeto, explicou em uma entrevista à AFP o cientista francês Erwan Kervendal, responsável por este dossiê no Astrium, que forma parte do EADS, o primeiro grupo europeu de aeronáutica e defesa.

Enquanto esperam que um asteróide de 45 metros de diâmetro e 135 mil toneladas de peso passe muito perto da Terra nesta sexta-feira - sem riscos de colisão com o planeta, já que passará a quase 30.000 km de distância -, os cientistas examinam três opções para desviar um objeto que possa ameaçar o planeta, segundo Kervendal.

Os europeus trabalham sobre uma opção que consiste em "atacar o objeto celeste a uma grande velocidade, cerca de 30 mil km/h, perto de seu centro de gravidade, sob um ângulo particular para fazê-lo desviar", explicou Kervendal, que dirige o projeto "de impactador cinético" no Astrium.

Os cientistas americanos trabalham, por sua vez, sobre a atração que pode ser exercida por um veículo espacial colocado por muito tempo perto do asteróide, e que funcionaria como "trator de gravidade", segundo o especialista do Astrium.

Os russos estudam uma terceira opção, que consiste em um desvio da trajetória por efeito do sopro vinculado a uma explosão perto do asteróide.

Os cientistas e industriais se reunirão em março em Bruxelas para discutir estas opções, anunciou o especialista.

Nesta reunião será feito "o primeiro balanço anual do programa da União Europeia NEO-Shield (Escudo contra os objetos próximos da Terra), ou geocruzeiros", lançado com uma duração de três anos no início de 2012", indicou Kervendal.

"Cada um trabalha sobre um eixo, mas vamos juntar nossos conhecimentos e nossos dados matemáticos", afirmou o cientista francês, ressaltando que não se trata de uma concorrência entre as equipes, mas de uma colaboração.

Depois que o conceito "mais eficaz e realizável industrialmente" for escolhido, em meados de 2015, serão necessários ainda muitos anos para encontrar uma solução operacional, admitiu.

"Se a UE aceitar a proposta, um demonstrador será lançado até 2020 para validar a opção escolhida e mostrar que consegue alcançar um objeto, provavelmente para além de 36.000 km de altitude, onde giram os satélites de comunicações", explicou.

"Em função do interesse de nossos dirigentes, e uma vez demonstrado que funciona, passaremos para a etapa de financiamento do desenvolvimento da tecnologia operacional", acrescentou o responsável da Astrium, que considerou prematuro fornecer mais detalhes sobre o estudo e os prazos.

O asteróide "2012 DA 14", que passará perto da Terra nesta sexta-feira, produziria, se colidisse com nosso planeta, danos comparáveis ao que destruiu a selva siberiana, em um raio de 20 km, em 1908 em Toungouska por uma onda de choque equivalente a centenas de vezes a bomba de Hiroshima.

O meteorito que se chocou contra a península de Yucatán há 66 milhões de anos - e que seria responsável pela extinção dos dinossauros - media 10 km de diâmetro.

Asteroide passará de "raspão" pela Terra hoje


Um asteroide com um diâmetro aproximado de 45 metros irá nesta sexta-feira passar a cerca de 28 mil km da Terra - a menor distância já registrada no monitoramento de corpos celestes com esse tamanho.

Identificado como 2012 DA14, o asteroide passará mais perto da Terra do que satélites que orbitam o planeta, mas não há risco de colisão. O ponto mais próximo da superfície terrestre de sua trajetória será registrado às 19h25 GMT (17h25 no horário de Brasília).

A passagem do asteroide foi precedida por uma chuva de meteoritos na Rússia, causada pela entrada de um meteoro na atmosfera terrestre. No entanto, cientistas acreditam que os dois eventos não têm relação.

Alan Fitzsimmons, perquisador da Universidade Queens em Belfast, na Irlanda do Norte, disse à BBC News que a ocorrência de ambos no mesmo dia é somente "uma coincidência cósmica".

O asteroide orbita o Sol em 368 dias - um período semelhante ao do ano terrestre - mas não o faz no mesmo plano que a Terra.

Quando ele passar perto da Terra, a 7,8 km/s, virá desde o hemisfério sul da Terra e seguirá em direção noroeste.

O corpo celeste passará diretamente sobre o Oceano Índico. A Europa Oriental, a Ásia e a Austrália serão os locais de melhor visibilidade.

Mas observadores podem assistir à passagem do asteróide ao vivo pela internet, em transmissões como a do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (Assista ).

O 2012 DA14 foi visto pela primeira vez em fevereiro de 2010 por astrônomos do Observatório Astronômico de La Sagra na Espanha - cuja principal atividade é a descoberta e localização de pequenos corpos celestes (asteroides e cometas).

Eles avistaram o asteroide após sua passagem anterior, a uma distância muito maior.

Por meio de suas observações, eles conseguiram calcular as trajetórias passadas e futuras do asteroide e prever a passagem desta sexta-feira, que será a mais próxima da Terra por pelo menos 30 anos.

O professor Fitzsimmons disse que é uma oportunidade científica única. "Quando os asteroides passam assim tão perto, é muito importante tentar aprender sobre eles", diz.

"Conseguimos mais conhecimento sobre esses pequenos objetos, que tem mais probabilidade de impacto com a Terra."

Rússia: queda de meteorito causa explosões no céu e fere mais de 500


Explosões no céu da região dos Montes Urais, na Rússia, geradas pela queda de um meteorito, causaram pânico e danos em ao menos seis cidades, segundo informações divulgadas pela agência RT nesta sexta-feira.


Mais de 500 pessoas, incluindo crianças, ficaram feridas, sendo ao menos três delas com gravidade. Cerca de 20 mil membros de equipes de resgate foram enviados para a área.

Testemunhas disseram que casas estremeceram, janelas explodiram, a energia elétrica caiu em alguns locais e celulares pararam de funcionar.

A Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês) confirmou que o evento não tem relação com o asteroide 2012 DA14, que tem de 45 a 95 metros e deve passar próximo à Terra nesta sexta-feira.

O objeto caiu a 80 quilômetros da cidade de Satki, no distrito de mesmo nome. O fenômento atmosférico, porém, gerou consequências também registradadas nos municípios de Chelyabinsk, Yekaterinburg e Tyumen, entre outros.

Os locais foram atingidos por fragmentos do meteorito, que danificaram residências, prédios e fábricas, além dos efeitos da corrente elétrica. Há relatos de que uma parte do meteorito caiu no fundo de um lago.

Em Chelyabinsk, moradores reportaram que as explosões foram tão fortes que causaram um tremor de terra e trovões ao mesmo tempo, além de uma cortina de fumaça. Há relatos de objetos em chamas que caíram do céu.

Por conta das janelas estouradas, a população tem recorrido a plásticos para proteger suas casas, já que a média de temperatura nos arredores dos Montes Urais nos próximos dias séria de - 14º C.

O susto fez com que prédios fossem evacuados na região. De acordo com o Ministério para Situações de Emergência da Rússia, o fenômento foi a queda de um meteorito, mas, a princípio, a população acreditou se tratar da explosão de mísseis ou até um ataque de extraterrestres.

Alguns veículos da imprensa chegaram a informar que uma chuva de meteoritos teria caído sobre os Urais, porém a notícia foi revisada posteriormente.

"Não foi uma chuva de meteoritos, mas um meteorito que se desintegrou nas camadas baixas da atmosfera", disse à agência Interfax a porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij.

A porta-voz ministerial também informou que o incidente não alterou os níveis de radiação, que se mantêm dentro dos parâmetros frequentes para a região.

O video abaixo mostra a queda do meteorito de diferentes ângulos:

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Ajude a nomear as "novas" luas de Plutão


Os astrônomos estão pedindo a ajuda do público para nomear as mais recentes luas descobertas em torno de Plutão, que atualmente têm as designações P4 e P5. Os pequenos satélites foram descobertos pelo Telescópio Espacial Hubble em 2011 e 2012, respectivamente.


As outras três luas conhecidas de Plutão - Caronte, Nix e Hidra - têm o nome de personagens da mitologia grega associadas com o submundo. A pequena lista de nomes em que os membros interessados do público podem votar segue esse mesmo padrão, afirmam os pesquisadores.

"Os Gregos eram grandes contadores de histórias, e nos deram um elenco de personagens coloridas para trabalhar," afirma Mark Showalter, cientista do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) em Mountain View, no estado americano da Califórnia.

Você pode votar nos nomes no site plutorocks.com até o dia 25 de Fevereiro.

P4 e P5 são ambas muito pequenas, com diâmetros entre 20 e 30 km. Foram descobertas por pesquisadores associados à missão New Horizons da NASA, que tem passagem prevista pelo sistema plutoniano em 2015. A equipe tem pesquisado Plutão e seus arredores em busca de anéis, pequenas luas e outros objetos que possam representar um perigo para a sonda em rápido movimento.

Plutão foi descoberto em 1930. O seu título de planeta foi posto em causa quando a União Astronômica Internacional criou uma nova definição de "planeta" em 2006. Nesse ano, Plutão foi despromovido para a categoria de "planeta anão", uma categoria criada recentemente para descrever muitos outros objetos da Cintura de Kuiper, o anel de corpos gelados para lá de Netuno.

Caronte é de longe a maior das luas de Plutão, medindo 1043 km de diâmetro. Nix e Hidra variam entre os 32 e 113 km.

domingo, 10 de fevereiro de 2013


Robô Curiosity recolhe primeira amostra de rocha de Marte


O robô Curiosity completou sua primeira perfuração em Marte, e irá iniciar os primeiros fragmentos do subsolo do planeta na missão que realiza, informou neste sábado a Nasa (agência espacial americana). "Esta é a primeira vez que um robô perfura rocha de Marte para recolher uma amostra", anunciou a agência em comunicado.


Este é um novo marco para Curiosity, já que os antecessores do robô chegaram a limar rochas para obter amostras, mas é a primeira vez que um robô realiza uma perfuração no interior do Planeta Vermelho.

O buraco, de 1,6 cm de largura e 6,4 cm de profundidade pode ser visto nas imagens que o robô transmitiu à Terra e foram divulgadas pela Nasa. A região escolhida para a perfuração seria local com registro de existência de ambientes úmidos no planeta. O veículo fará uso agora dos instrumentos de última tecnologia, que leva instalados em seu interior, para analisar as mostras recolhidas.

"O robô mais avançado jamais projetado é agora um laboratório de análise em pleno funcionamento em Marte", disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa para o Diretório de Missões Científicas. Segundo Grunsfeld, trata-se do "feito mais importante" desde a chegada do Curiosity a Marte.

Durante os próximos dias, os cientistas em terra darão instruções ao braço robótico do Curiosity, para que realize uma série de passos para processar a amostra. A equipe da Nasa denominou a rocha que Curiosity perfurou de "John Klein", em memória do subdiretor do projeto que morreu em 2011.

Durante os dois anos que durará sua missão, o Curiosity utilizará os dez instrumentos que leva a bordo para comprovar se na área de estudo existiram condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Estrelas podem "ser mães" em idade avançada


Usando as capacidades únicas do Observatório Espacial Herschel da ESA, os astrônomos "pesaram" com precisão o disco de uma estrela, encontrando ainda massa suficiente para gerar 50 planetas com o tamanho de Júpiter, vários milhões de anos após a maioria das outras estrelas já terem "dado à luz".


Os discos proto-planetários contêm todos os ingredientes para a construção de planetas. São compostos principalmente de hidrogênio molecular gasoso e frio, que é altamente transparente e essencialmente invisível.

Normalmente, é muito mais fácil medir a emissão de "contaminantes", tais como a pequena fracção de poeira misturada no gás, ou outros constituintes gasosos, para fazer estimativas da massa total do disco.

No passado, esta técnica tem acarretado incertezas significativas nas estimativas da massa do hidrogênio molecular, mas graças às capacidades infravermelhas e à sensibilidade do Herschel, os astrônomos aplicaram um método novo e mais preciso, usando um parente próximo do hidrogênio molecular chamado deutereto de hidrogênio, ou hidrogênio molecular "pesado".

Como a proporção do hidrogênio gasoso molecular "normal" e "pesado" é extremamente bem conhecida a partir de medições na nossa vizinhança solar local, esta abordagem fornece um meio de "pesar" a massa total do disco de uma estrela com dez vezes mais precisão do que a conseguida anteriormente.

Usando esta técnica, foi detectada uma massa substancial de gás num disco em redor de TW Hydrae, uma estrela jovem a apenas 176 anos-luz na direção da constelação de Hidra.

"Nós não esperávamos encontrar tanto gás em torno desta estrela com 10 milhões de anos," afirma o professor Edwin Bergin da Universidade do Michigan, EUA, autor principal do estudo publicado na revista Nature.

"Esta estrela tem significativamente mais massa do que a necessária para fazer o nosso próprio Sistema Solar e podia até construir um sistema muito mais exótico com planetas mais massivos que Júpiter."

A observação deste disco massivo em torno de TW Hydrae é incomum para estrelas desta idade porque em apenas alguns milhões de anos, a maioria do material ou é normalmente incorporado na estrela central ou em planetas gigantes, ou é afastado pelo seu forte vento estelar.

"Com uma massa mais refinada, podemos aprender mais sobre este sistema em termos do seu potencial para albergar planetas e a disponibilidade de ingredientes que podem ser capazes de suportar um planeta com vida," acrescenta o professor Bergin.

De fato, num estudo separado do Herschel, os cientistas já haviam identificado TW Hydrae como uma estrela com um disco que contém água suficiente para encher o equivalente a vários milhares de oceanos da Terra.

O novo método de "pesagem" de um disco significa que o volume de materiais disponíveis - incluindo água - pode ter sido subestimado, neste sistema e em outros.

Uma reavaliação das massas dos discos em torno de outras estrelas de diferentes idades irá fornecer mais detalhes sobre o processo de formação de planetas.

"Poderão haver resultados diferentes no que toca à formação planetária para sistemas de idades diferentes," afirma o Professor Thomas Henning, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, co-autor do estudo.

"Assim como as idades em que as pessoas têm filhos variam, TW Hydrae parece estar à beira desse intervalo para estrelas, mostrando que este sistema em particular pode precisar de mais tempo para formar planetas - que a estrela pode ser mãe já em idade avançada."

"A detecção do hidrogênio molecular pesado foi possível graças às novas capacidades de observação do Herschel, proporcionando este salto em frente na pesagem do disco em torno desta estrela," acrescenta Göran Pilbratt, cientista do projeto Herschel da ESA.

~Esta ilustração mostra um disco planetário que pesa o equivalente a 50 planetas com a massa de Júpiter. Crédito: NASA/JPL-Caltech~

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


Sonda da Nasa captura imagem do 'cometa do século'


A sonda Deep Impact da Nasa capturou imagens do cometa Ison, que deve iluminar o céu da Terra até 2014 e poderá ser, devido ao seu brilho, o "cometa do século", de acordo com estudiosos.


A Deep Impact fez as imagens ao se concentrar no cometa em um período de 36 horas nos dias 17 e 18 de janeiro, quando o cometa ainda estava a cerca de 763 milhões de quilômetros do Sol.

O corpo celeste deve passar muito perto do Sol em novembro e, acredita-se, poderá ser visto a olho nu com um brilho intenso na Terra, quem sabe até mesmo durante o dia.

O Ison já tem uma cauda de 64 mil quilômetros de extensão, formada por poeira e gases, que ficará visível ao olho nu ainda neste ano, e os cientistas pretendem aproveitar isso para estudar o cometa.

"Esta parece ser a primeira viagem deste cometa para dentro do Sistema Solar, e ele deve passar muito mais perto do Sol do que a maioria dos cometas", afirmou o cientista Tony Farnham, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

"Por isso, nos oferece uma nova oportunidade de ver como a poeira e o gás congelados neste cometa desde o início de nosso Sistema Solar vão mudar e evoluir quando for muito aquecido durante sua primeira passagem perto do Sol."

A sonda Deep Impact foi lançada em 2005 e já conseguiu um feito no estudo de cometas: em sua primeira missão, disparou um projétil que atingiu o cometa Tempel-1 para estudar os destroços liberados com o impacto.

O Ison foi descoberto pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok em setembro de 2012. O nome dado foi o da instituição na qual os dois trabalham, a International Scientific Optical Network.

No dia 28 de novembro, ele deve chegar a uma distância não muito maior do que um milhão de quilômetros da superfície da estrela.

Se o cometa sobreviver a esta passagem, deve se afastar do Sol ainda mais brilhante do que antes e poderá iluminar os céus da Terra em janeiro de 2014.

No entanto, cometas são imprevisíveis, e o Ison poderá se desintegrar durante a passagem nas proximidades do Sol.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Pesquisa encontra novos planetas semelhantes à Terra


Um estudo astronômico publicado nesta quarta-feira (6) estima que nossa galáxia possa ter pelo menos três planetas com características semelhantes à da Terra, no que diz respeito ao tamanho e à distância em relação à estrela que ele orbita. Esses planetas ficam a entre 300 e 600 anos-luz do nosso.


O levantamento dos especialistas do Centro Harvard-Smithsoniano de Astrofísica, nos Estados Unidos, apontou que 6% dos planetas que orbitam as chamadas anãs-vermelhas se encaixem nessa descrição. Ao todo, 95 planetas foram analisados especificamente, dentre os quais se destacaram os três.

Anãs-vermelhas são estrelas menores, mais frias e menos brilhantes que o Sol. Por isso, a chamada "zona habitável" de um sistema baseado em uma anã-vermelha é bem mais próximo à estrela do que no Sistema Solar. Por exemplo, se o Sol fosse uma anã-vermelha, a Terra seria bem mais fria e provavelmente não teria vida.

A descoberta atrai o interesse dos astrônomos porque muitas das estrelas vizinhas do Sol são anãs-vermelhas.

"Não sabemos se poderia existir vida em um planeta orbitando uma anã-vermelha, mas a descoberta aguça minha curiosidade e me deixam imaginando se os berços cósmicos da vida são mais diversos do que nós, humanos, imaginávamos", comentou Natalie Batalha, cientista da missão Kepler da Nasa, cujos dados foram utilizados no estudo.