terça-feira, 30 de julho de 2013

Série Cosmos é regravada e apresentada por Neil deGrasse Tyson


Neil deGrasse Tyson está convidando astronautas aspirantes e entusiastas do Universo na jornada virtual de uma vida no trailer de Cosmos: A Spacetime Odyssey.

O documentário em série, de 13 episódios, será lançado no segundo trimestre de 2014, na Fox e na National Geographic americanas, como uma visão moderna da série renomada dos anos 80 de Carl Sagan, Cosmos: A Personal Voyage.

Apresentado pelo astrofísico deGrasse Tyson e produzido pelo criador de Family Guy, Seth MacFarlane, o trailer da série foi lançado na Comic-Con de San Diego.

“Não há um momento mais importante para o Cosmos reaparecer do que agora,” disse MacFarlane em uma declaração. “Eu quero fazer isso tão divertido, tão ostentoso, tão excitante, que as pessoas que não têm interesse em ciências irão assistir, só porque é espetacular.”

A viúva da Sagan, Ann Druyan, também está no projeto como produtora executiva e membro da equipe de roteiristas.

“A série vai explorar como nós descobrimos as leis da natureza e encontramos as nossas coordenadas no espaço e no tempo,” disse a página oficial de programação da Fox. “Ele irá trazer histórias nunca antes contadas de buscas heroicas por conhecimentos, transportar os espectadores para um novo mundo, ao redor do Universo, para uma visão do cosmos na maior escala.”

Não espere um "reboot" do programa de mais de 30 anos de Sagan. A Fox está focando em reinventar a narrativa científica, esperando aumentar o interesse entre uma nova geração de estudantes. Porém, certos conceitos originais terão lugar no novo show, incluindo o Calendário Cósmico e a Nave da Imaginação, prometeu a Fox.

Para se manter atualizado sobre a série e saber mais o que esperar de Cosmos quando ele for lançado, siga o Facebook e o Twitter do programa.


Veja abaixo o trailer lançado na Comic-Con:


"Cometa do século" pode ser destruído pelo Sol, diz astrônomo


As últimas observações feitas do Ison, chamado de "cometa do século", indicam que ele pode ser uma grande decepção. Análise de Ignacio Ferrin, astrônomo da Universidade de Antióquia (Colômbia), conclui que a pedra de gelo tem um "peculiar comportamento" e pode acabar destruída ao se aproximar do Sol.

Descoberto em setembro de 2012 por dois astrônomos russos, o Ison foi chamado de "cometa do século" após algumas previsões que indicavam que ele poderia aparecer tão grande como a Lua Cheia para quem vê da superfície da Terra. Contudo, isso depende de sua passagem pelo Sol.

Ferrin, ao analisar as últimas observações do Ison, descobriu que o brilho do cometa se manteve constante por 132 dias, apesar de ele se aproximar cada vez mais da estrela. Esse dado peculiar pode ser explicado pela falta de água ou se uma superfície de rocha ou outro material esteja impedindo a sublimação da água ou outro volátil para o espaço.

Caso parecido foi o do cometa C/2002 O4 Hönig, que manteve o mesmo brilho durante 52 dias. Após esse período, ele se desintegrou, sem deixar resíduos observáveis.

Os astrônomos não sabem qual é a situação atual do Ison, já que ele está escondido pelo brilho do Sol. Contudo, eles sabem de duas dificuldades que o cometa vai enfrentar. A primeira, a temperatura de 2,7 mil °C ao passar perto da estrela, o suficiente para derreter ferro e chumbo. Além disso, ele entrará no chamado limite de Roche, quando a força gravitacional do Sol poderá partir o núcleo do cometa.


Esses dados indicam que o Ison pode não sobreviver ao encontro. Uma breve janela de observações, entre 7 de outubro e 4 de novembro, pode indicar a situação da pedra de gelo. Contudo, segundo o cientista, as condições de observação serão muito ruins para determinar o destino do cometa. "O futuro do cometa Ison não parece muito brilhante", conclui Ferrin.

Nasa captura 'buraco' gigante na atmosfera do Sol


Uma sonda da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) registrou um buraco gigante na atmosfera solar, na área do polo norte do Sol. A sonda Observatório Solar e Helioscópico (Soho, na sigla em inglês) capturou a imagem do buraco gigantesco no dia 18 de julho.

A Nasa afirma que os buracos, chamados de coronais, são regiões escuras de baixa densidade da camada mais externa da atmosfera solar, chamada de corona. Estes buracos têm pouco material solar, temperaturas mais baixas e, por isso, aparecem mais escuros nas imagens.

Os buracos coronais são ocorrências típicas do Sol, mas costumam aparecer em outros lugares e com mais frequência em momentos diferentes do ciclo de atividade solar, que dura cerca de 11 anos.

O ciclo de atividade solar atualmente está se encaminhando para o chamado máximo solar, um pico na atividade que deve ocorrer no final de 2013. Durante esta parte do ciclo, o número de buracos coronais diminui. No pico da atividade solar, os campos magnéticos no Sol mudam e novos buracos coronais aparecem perto dos polos.

O número destes buracos então aumenta e eles crescem de tamanho, se estendendo para além dos polos, enquando o ciclo solar volta para o mínimo de atividade novamente. Os buracos são importantes para a compreensão do clima no espaço, pois eles são a fonte de ventos de alta velocidade com partículas solares, que são expelidos do Sol três vezes mais rápido do que os ventos solares vindos de outros lugares.


Ainda não se sabe a causa dos buracos coronais, mas eles estão correlacionados a áreas do Sol onde os campos magnéticos aumentam e sobem, não conseguindo cair de volta para a superfície do Sol, como fazem em outros lugares.

Cargueiro espacial russo se acopla com sucesso à ISS


A nave de carga russa Progress M-20M se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) menos de seis horas após ter sido lançada a partir da base de Baikonur (Cazaquistão) em uma viagem expressa que se completou em quatro órbitas ao planeta.

A Nasa informou que o cargueiro, que não é tripulado, completou sua manobra automática de atracamento às 23h26 a 418 quilômetros sobre a costa ocidental da América do Sul.

A nave, que se acoplou ao módulo Pirs, que faz parte do segmento russo da ISS, foi posta em órbita por um foguete russo Soyuz-U lançado a partir da base cazaque.

O cargueiro russo transporta à ISS água, oxigênio, alimentos e combustível, além de equipes para os experimentos que os ocupantes da plataforma orbital realizam.

Além disso, a nave de carga transporta para os tripulantes da estação ferramentas que podem servir para reparar os trajes espaciais, depois que a falha em um deles colocou em risco o passeio espacial do astronauta italiano da Agência Espacial Europeia Luca Parmitano.

Um vazamento de água no capacete do astronauta, que continua sendo investigada e não se conhecem as causas, obrigou a suspensão do passeio espacial.

O último cargueiro lançado no final do mês passado de abril, o Progress M-19M, que se desintegrou na sexta-feira passada na atmosfera ao término de sua missão, demorou dois dias para se acoplar à ISS após ter problemas para abrir uma de suas antenas de aproximação.


Os russos Pavel Vinogradov, Aleksandr Misurkin e Fiodor Yurchikhin, os americanos Chris Cassidy e Karen Nyberg, e o italiano Luca Parmitano integram a atual tripulação a bordo da ISS.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lançanda nova luz sobre os objetos mais brilhantes do Universo


Os quasares estão entre os objetos mais brilhantes, mais antigos, mais distantes e mais poderosos do Universo.

Alimentados por buracos negros supermassivos no centro de galáxias gigantescas, os quasares podem emitir enormes quantidades de energia, até mil vezes a produção total das centenas de bilhões de estrelas de toda a nossa Via Láctea.

Astrofísicos da Universidade de Dartmouth, no estado americano de New Hampshire, escreveram um artigo que será publicado na revista The Astrophysical Journal, que relata descobertas baseadas em observações de 10 quasares. Eles documentaram o imenso poder da radiação quasar, que se estende por muitos milhares de anos-luz, até aos limites da galáxia do quasar.

"Pela primeira vez, somos capazes de ver a real extensão em que estes quasares e os seus buracos negros podem afetar as suas galáxias, e vemos que é limitada apenas pela quantidade de gás na galáxia," afirma Kevin Hainline, associado pós-doutorado de pesquisa em Dartmouth. "A radiação excita o gás por todo o percurso até às margens da galáxia e só pára quando já não existe mais gás."

A radiação libertada por um quasar cobre todo o espectro electromagnético, desde ondas de rádio até micro-ondas a baixas frequências, passando por infravermelho, ultravioleta, raios-X, até raios gama de alta frequência. Um buraco negro central, também chamado núcleo galáctico ativo, pode crescer ao engolir material do gás interestelar circundante, libertando energia no processo. Isto leva à criação do quasar, que emite radiação que ilumina o gás presente em toda a galáxia.

"Se pegarmos nesta poderosa e brilhante fonte de radiação no centro da galáxia e detonarmos o gás com a sua radiação, ele é excitado da mesma forma que o néon nas lâmpadas, produzindo luz," afirma Ryan Hickox, professor assistente do Departamento de Física e Astronomia em Dartmouth. "O gás vai emitir frequências muito específicas de luz que só um quasar pode produzir. Esta luz funciona como um rasto que fomos capazes de usar para seguir o gás excitado pelo buraco negro até grandes distâncias."

Os quasares são pequenos em comparação com uma galáxia, como um grão de areia numa praia, mas o poder da sua radiação pode se estender até aos limites galáticos e além.

A iluminação do gás pode ter um efeito profundo, já que o gás que é iluminado e aquecido pelo quasar é menos capaz de entrar em colapso sob a sua própria gravidade e formar novas estrelas. Assim, o minúsculo buraco negro central e o seu quasar podem retardar a formação estelar em toda a galáxia e influenciar a forma como esta cresce e muda ao longo do tempo.

"Isto é emocionante porque sabemos, a partir de um número de argumentos diferentes e independentes, que estes quasares têm um efeito profundo nas galáxias onde vivem," afirma Hickox. "Existe muita controvérsia sobre o modo como realmente influenciam a galáxia, mas agora temos um aspecto da interação que se pode alargar à escala de toda a galáxia. Ninguém tinha visto isso antes."

Hickox, Hainline e co-autores basearam as suas conclusões em observações feitas com o SALT (Southern African Large Telescope), o maior telescópio óptico do Hemisfério Sul. As observações foram realizadas usando espectroscopia, na qual a luz é dividida nos comprimentos de onda que a compõem. "Para este tipo particular de experiência, está entre os melhores telescópios do mundo," afirma Hickox.


Também usaram dados do telescópio espacial WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA, que fotografou todo o céu no infravermelho. Os cientistas usaram observações no infravermelho porque dão uma medida particularmente fiável da produção total de energia do quasar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cientistas ligam nº de estrelas em galáxia a sua velocidade de criação


Uma equipe de astrônomos europeus conseguiu relacionar a velocidade em que se encontram estrelas em uma galáxia com seu número total, já que uma intensa geração de astros pode expulsar o gás do qual elas se nutrem para crescer.

O descobrimento foi possível graças às melhores imagens obtidas da galáxia espiral do Escultor, ou NGC 253, a apenas 11,5 milhões de anos-luz do Sistema Solar, nas quais são vistas "esfumaçadas colunas de gás denso e frio fugindo do centro do disco galático", informou hoje o Observatório Europeu do Sul (Eso).

Com o telescópio Alma, situado na região do Atacama (Chile), os especialistas europeus observaram como a formação estelar acelerada pode "arrancar o gás de uma galáxia", produzindo "imagens impactantes que mostram enormes jatos de gás molecular expulsos" a vácuo, como detalha um estudo publicado na revista científica Nature.

"Com a extraordinária resolução e precisão do Alma, podemos ver claramente, e pela primeira vez, concentrações maciças de gás frio expulsas por ondas expansivas de intensa pressão criadas pelas estrelas jovens" afirma Alberto Bolatto, astrônomo da Universidade de Maryland.

"A quantidade de gás que medimos nos dá demonstrações evidentes que algumas galáxias em crescimento lançam mais gás do que absorvem. É possível que estejamos vendo um exemplo atual de algo muito comum que ocorria no universo cedo", acrescentou Bolatto.

Concretamente, os pesquisadores determinaram que estava sendo ejetado gás molecular por uma massa equivalente à de dez vezes a do Sol por ano a uma velocidade de entre 150 mil e 1 milhão de km/h.

A principal consequência disso é que as futuras gerações de estrelas ficam sem o combustível necessário para se formar e crescer. Essa descoberta ajuda a explicar a escassez de galáxias com uma alta densidade de estrelas no universo, algo que causava estranheza à comunidade científica.

Os modelos teóricos criados por computador previam que as galáxias mais antigas e vermelhas deveriam ter muito mais massa e mais estrelas do que se poderia medir na prática.

Nasa divulga foto rara da Terra tirada perto de Saturno


A agência espacial americana divulgou nesta terça-feira uma foto da Terra e da Lua tirada de um ponto de vista inédito, perto de Saturno e de seus anéis, uma imagem única e rara. A foto colorida foi tirada pela sonda Cassini a 1,4 bilhão de quilômetros da Terra, segundo a Nasa.

A esta distância, apesar de os anéis de Saturno serem bem reconhecíveis, a Terra é apenas um pequeno ponto de luz ao fundo. A foto foi tirada em 19 de julho passado.

"Esta é a primeira vez que sabíamos de antemão que a Terra seria fotografada a uma distância interplanetária", afirmou a Nasa. "Também é a primeira vez que a resolução da câmera da Cassini registra a Terra e a Lua como dois objetos distintos", acrescentou.

O ângulo pouco comum foi possível graças ao fato de que o Sol estava por trás de Saturno, do ponto de vista da sonda. O planeta bloqueou a maior parte da luz, que, de outro modo, teria sido tão intensa que teria podido danificar o sensor da câmera. A foto foi tirada com uma câmera dos anos 1990 (a sonda Cassini foi lançada em 1997) - nem de perto tão sofisticada quanto os instrumentos ópticos atuais.

"Não se pode ver os continentes ou as pessoas neste retrato da Terra, mas este pequeno ponto azul é um resumo de onde estávamos em 19 de julho", explicou Linda Spilker, cientista da sonda Cassini. "As imagens da sonda Cassini nos recordam que nosso planeta é muito pequeno no Universo", acrescentou.


A nave espacial Cassini foi lançada em 15 de outubro de 1997 para estudar Saturno e seus inúmeros satélites. O aparelho se aproximou do planeta dos anéis em 2004 depois de passar perto de Júpiter.