sábado, 11 de maio de 2013


Fermi observa a maior explosão de raios gama já detectada


Uma explosão recorde de raios-gama, originária de uma estrela moribunda numa galáxia distante, impressionou os astrônomos de todo o mundo. A erupção, classificada como uma explosão de raios-gama, ou GRB (gamma-ray burst), designada como GRB 130427A, produziu a luz mais energética já detectada a partir de um evento deste gênero.

"Nós esperamos muito tempo por uma explosão de raios-gama tão chocante e brilhante," afirma Julie McEnery, cientista do projeto do Telescópio Espacial Fermi no Centro Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano do Maryland. "O GRB durou tanto tempo que um número recorde de telescópios no solo foram capazes de o avistar enquanto as observações espaciais ainda decorriam."

Logo após às 04:47 (hora de Brasília) de Sábado, 27 de Abril, o GBM (Gamma-ray Burst Monitor) do Fermi registou uma erupção de raios-gama altamente energéticos na constelação de Leão. A explosão ocorreu quando o satélite Swift da NASA alternava entre alvos, o que atrasou a detecção do seu instrumento de alerta por menos de um minuto.

O LAT (Large Area Telescope) do Fermi registou um raio-gama com uma energia de pelo menos 94 bilhões GeV (electrões-volt), cerca de 35 bilhões de vezes a energia da luz visível, ou aproximadamente três vezes a energia do detentor anterior do recorde do LAT. A emissão GeV da explosão durou horas, e permaneceu detectável pelo LAT durante quase meio dia, estabelecendo um novo recorde para a mais longa emissão de raios-gama proveniente de um GRB.

A explosão foi detectada posteriormente em comprimentos de onda ópticos, infravermelhos e no rádio por observatórios terrestres, com base na posição rápida e exata do Swift. Os astrônomos descobriram rapidamente que o GRB estava localizado a cerca de 3,6 bilhões de anos-luz, o que para estes eventos é relativamente perto.

As explosões de raios-gama são as explosões mais luminosas do Universo. Os astrónomos pensam que ocorrem sobretudo quando estrelas massivas ficam sem combustível nuclear e colapsam sob o seu próprio peso. À medida que o núcleo colapsa para formar um buraco negro, jactos de material são disparados para fora quase à velocidade da luz.

Os jatos atravessam a estrela colapsante e continuam para o espaço, onde interagem com gás previamente expelido da estrela e brilham, desaparecendo depois com o passar do tempo.

Se o GRB estiver perto o suficiente, os astrônomos normalmente descobrem uma supernova no local cerca de uma semana após a explosão.

"Este GRB está entre os 5% mais próximos, de modo que o grande impulso agora é encontrar uma supernova emergente, que acompanha quase todos os GRBs a esta distância," afirma Neil Gehrels, pesquisador principal do Swift.

Os observatórios terrestres estão estudando o local do GRB 130427A e esperam encontrar uma supernova subjacente a meio do mês.

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