segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sonda da Nasa detecta ingrediente de plástico na maior lua de Saturno


A sonda espacial Cassini, da Nasa, identificou pela primeira vez um ingrediente do plástico fora da Terra, na maior lua de Saturno. 

Pequenas quantidades de propileno foram detectadas nas camadas mais baixas da atmosfera enevoada de Titã, um dos alvos da missão, que orbita o planeta dos anéis e seus satélites desde 2004. 

A descoberta aparece na revista "Astrophysical Journal Letters" desta segunda-feira (30). Anteriormente, a Cassini já havia visto sinais de propileno em Titã, mas agora um instrumento da sonda mediu o calor vindo de Saturno e de suas luas, e acabou comprovando a existência do material. 

Para os astrônomos, a detecção preenche uma misteriosa lacuna deixada nas primeiras observações de Titã, feitas em um voo rasante pela sonda Voyager 1 em 1980. 

"Esse sucesso reforça nossa confiança de que vamos encontrar ainda mais produtos químicos escondidos há muito tempo na atmosfera de Titã", diz o cientista Michael Flasar, do Centro Espacial Goddard da Nasa, em Greenbelt, Maryland. 

Na Terra, o propileno se junta em longas cadeias para formar o produto químico polipropileno, usado na fabricação de recipientes para alimentos, copos, saca-rolhas, brinquedos, material hospitalar, autopeças e combustível. 

Hidrocarbonetos e metano 

Segundo os cientistas, Titã também é um dos poucos corpos do Sistema Solar com uma atmosfera formada significativamente por hidrocarbonetos, compostos químicos naturais constituídos de átomos de carbono e hidrogênio, que se ligam a oxigênio, nitrogênio e enxofre. Essas substâncias químicas são a base do petróleo e dos combustíveis fósseis aqui na Terra. 

O segundo gás mais abundante nessa lua de Saturno é o metano, considerado pelos astrônomos um possível indicador de presença de micro-organismos, o que não foi detectado em Marte, por exemplo. 

Meteorito é descoberto horas antes de passar próximo à Terra


Um corpo celeste com tamanho aproximado ao do meteorito de Chelyabinsk (que deixou centenas de feridos na Rússia) passou próximo à Terra na noite de sexta-feira. As informações são da agência RIA Novosti. 

Segundo o site da agência russa, o objeto passou a cerca de 11 mil quilômetros do nosso planeta. A pedra foi detectada por cientistas da Universidade de Moscou. 

"(O meteorito) foi descoberto na noite de sexta-feira por nossa estação perto do lago Baikal e nove horas depois ele passou a 11,3 mil quilômetros da superfície da Terra, abaixo da órbita geoestacionária de satélites. Ele tinha cerca de 15 metros", diz Vladimir Lipunov, pesquisador da universidade e do Instituto Astronômico Sternberg 

A princípio, os cientistas achavam se tratar de um objeto feito pelo homem, como um motor de foguete, mas descartaram essa opção ao não encontrarem dados do objeto nos registros de lixo espacial. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Marte: Nasa divulga análise de rocha com forma de pirâmide


A primeira rocha analisada por alguns dos instrumentos da sonda Curiosity em Marte chamou a atenção pelo incomum formato de pirâmide. A pedra, contudo, é comum na Terra e se forma nas profundezas do planeta, afirmam os cientistas, que apresentaram o resultado da análise nesta quinta-feira na revista especializada Science.

A rocha foi apelidada de Jake_M pela Nasa - em homenagem ao engenheiro Jake Matijevic, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência. Ela é um mugearite, um tipo encontrado na Terra em ilhas oceânicas e fendas nos continentes. A presença dessa pedra indica a presença de água em regiões profundas de Marte.

"Na Terra, temos uma boa ideia de como as mugearites e rochas parecidas se formam", diz Martin Fisk, geólogo marinho da Universidade do Estado do Oregon e membro da missão da Curiosity. "(O processo de formação) começa com o magma profundo na Terra que cristaliza com a presença de 1 ou 2% de água. Os cristais se formam no magma e o que não cristaliza é o magma mugearite, que pode eventualmente sair para a superfície em uma erupção vulcânica."


"Ela (a rocha) implica que o interior de Marte é composto de áreas com diferentes composições. Não é bem misturado. Talvez Marte nunca fique homogeneizado da forma como a Terra consegue através das placas tectônicas e do processo de convecção."

Na 1ª amostra recolhida, sonda Curiosity acha água em Marte


A primeira amostra de solo analisada pela sonda Curiosity em Marte encontrou uma quantidade significativa de água, anunciou nesta quinta-feira a Nasa - a agência espacial americana - em artigo na revista Science.

"Um dos mais emocionantes resultados da primeira amostra ingerida pela Curiosity é a alta porcentagem de água no solo", diz Laurie Leshin, do Instituto Rensselaer (EUA) e líder do estudo apresentado hoje. "Cerca de 2% do solo na superfície de Marte é feito de água, o que é um grande recurso, e cientificamente interessante", diz a cientista. A análise do laboratório ambulante identificou ainda dióxido de carbono, oxigênio e compostos sulfúricos, entre outros, quando aqueceu a terra coletada.

Um dos instrumentos do robô, chamado de SAM (sigla em inglês para "análise de amostra de Marte") inclui um cromatógrafo, um espectrômetro de massa e um espectrômetro a laser. Esses palavrões significam que a sonda tem a capacidade, ao contrário de suas antecessoras, de identificar diversos compostos químicos e determinar a proporção de isótopos (átomos de um mesmo elemento químico que diferem na quantidade de nêutrons) de elementos-chave nas amostras que recolhe.

"Esta é a primeira amostra que analisamos com os instrumentos da Curiosity. É a primeiríssima pá de algo que alimentou o equipamento analítico. Apesar de ser apenas o início da história, nós aprendemos algo substancial", diz Laurie.

A Curiosity usou sua pequena pá para recolher uma amostra de solo de uma região apelidada de "Rocknest" pelos cientistas. Os pesquisadores inseriram porções da amostra no instrumento SAM, que aqueceu a terra a 835°C. O equipamento reconheceu a presença de diversos componentes, inclusive compostos contendo cloro e oxigênio, como clorato ou perclorato, que já eram conhecidos em Marte - mas apenas em regiões mais próximas ao polo, e não na zona equatorial do planeta vermelho, onde está a sonda. A análise indica ainda a presença de carbonatos, que se formam na presença de água.

"Marte tem um tipo de camada global, uma camada de solo da superfície que tem sido misturada e distribuída por frequentes tempestades de areia. Então, uma pá desse material é basicamente uma coleção microscópica de rochas marcianas", diz Laurie. "Se você misturar muitos grãos dele juntos, você provavelmente terá uma imagem precisa da crosta típica marciana. Ao aprender sobre isso em um lugar, você estará entendendo sobre o planeta inteiro."


Segundo o cientista, os resultados implicarão em futuras missões ao planeta vermelho - inclusive tripuladas. "Nós agora sabemos que deve haver água abundante e de fácil acesso em Marte", diz Laurie. "Quando mandarmos gente, eles podem retirar um pouco do solo em qualquer lugar da superfície, aquecê-lo um pouco e obter água."

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Nave russa Soyuz decola rumo à Estação Espacial Internacional


A nave russa Soyuz TMA-10M, com três cosmonautas a bordo, dois russos e um americano, foi lançada nesta quarta-feira da base cazaque de Baikonur com destino à Estação Espacial Internacional (ISS).

Segundo o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, a nave decolou às 17h58 (de Brasília) com ajuda de um foguete portador Soyuz-FG, em uma operação que transcorreu sem contratempos, informaram as agências russas.

A nave russa se acoplará à plataforma orbital dentro de menos de seis horas, após dar quatro voltas ao redor de nosso planeta, quando habitualmente as Soyuz precisam de dois dias para chegar a seu destino.

A tripulação é formada pelos cosmonautas russos Oleg Kotov e Sergei Riazanski e pelo astronauta americano Michael Hopkins.

Na estação espacial lhes esperam o cosmonauta russo Fiôdor Yurchikhin, o italiano Luca Parmitano e a americana Karen Nyberg, que retornarão à Terra no dia 11 de novembro.

Segundo as previsões, os três novos inquilinos da plataforma orbital permanecerão na estação durante 168 dias, prazo durante o qual realizarão várias caminhadas espaciais e diversos experimentos científicos.

Entre outras coisas, receberão a tocha dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, que sairá pela primeira vez ao espaço no próximo dia 9 de novembro, segundo o Centro de Treino de Cosmonautas da Rússia.

"A tocha, que sairá ao espaço, é a mesma que acenderá a pira com a chama olímpica de Sochi", garantiu Dmitri Chernishenko, presidente do comitê organizador dos Jogos de Inverno.


Além disso, no dia 20 de novembro, os seis moradores da ISS comemorarão o 15º aniversário do início da construção da plataforma.

Há 4 bilhões de anos, Terra se parecia com lua de Júpiter, diz estudo


A Terra primitiva, há cerca de 4 bilhões de anos, tinha uma dinâmica interna muito diferente da atual e pode ter se parecido com uma das quatro grandes luas de Júpiter, chamada Io, que tem intensa atividade vulcânica.

Essa é a conclusão de um estudo feito por cientistas americanos e publicado na revista "Nature" desta quarta-feira (25).

Segundo os autores – liderados por William B. Moore, da Universidade Hampton e do Instituto Nacional do Aeroespaço dos EUA, e A. Alexander G. Webb, da Universidade do Estado da Luisiana –, o trabalho fornece uma nova perspectiva sobre a primeira geologia do nosso planeta.

A Terra se formou há 4,5 bilhões de anos, a partir de colisões de fragmentos de protoplanetas (corpos celestes considerados o primeiro estágio da evolução de um planeta). Naquela época, pertencente ao período geológico Hadeano, grande parte do calor da Terra ficou presa no núcleo (composto de metais, como ferro e níquel, e elementos radioativos).

No período seguinte, conhecido como Arqueano – que começou por volta de 4 bilhões de anos atrás –, apareceram as primeiras rochas inteiras e formas de vida unicelulares.

"Tubos de calor"

Hoje, a liberação de calor de dentro da Terra para fora é facilitada pelas placas tectônicas, mas esse transporte nem sempre foi assim. Moore e Webb criaram um modelo computacional e simulações numéricas para entender como o nosso planeta pode ter tido uma única placa com vários tubos vulcânicos por onde o calor e materiais circulavam entre o núcleo e a superfície.

Esses "tubos de calor" seriam semelhantes aos que ocorrem em Io e podem ajudar a compreender como a Terra evoluiu antes da formação das placas tectônicas. As simulações feitas também indicam que a nossa litosfera (camada sólida mais externa, dividida em placas) se transformou numa superfície fria e grossa há cerca de 3,5 bilhões de anos, como resultado de erupções frequentes que levaram materiais externos para dentro.


Após o aparecimento das placas tectônicas, foi registrada uma rápida diminuição da atividade vulcânica e de transferência de calor por meio desses tubos, destacaram os cientistas.

Nova câmera revela imagem detalhada da Nebulosa da Pata do Gato


Recém-instalado no telescópio APEX (Atacama Pathfinder Experiment), ​um novo instrumento chamado ArTeMiS acaba de divulgar suas primeiras imagens científicas - e elas mostram o brilho da Nebulosa da Pata do Gato em detalhes.

A ArTeMiS é uma nova câmara de grande angular que trabalha na região submilimétrica do espectro, e deve aumentar a profundidade com que se poderá observar o espaço. Sua rede de detectores permitirá fazer mapas do céu de campo largo mais depressa e com muito mais pixels.

O APEX é um telescópio de 12 metros de diâmetro instalado a elevada altitude no deserto do Atacama, que opera nos comprimentos de onda do milímetro e submilímetro - entre a radiação infravermelha e as ondas rádio do espectro eletromagnético - dando aos astrônomos uma ferramenta valiosa para observar o Universo.

A equipe que instalou a ArTeMiS teve que lutar contra condições meteorológicas extremas para conseguir completar a tarefa, uma vez que o Centro de Controle do APEX encontrava-se praticamente soterrado pela neve que caiu no planalto do Chajnantor. Para testar o instrumento, foi preciso esperar por tempo muito seco, já que os comprimentos de onda no submilímetro que o telescópio observa são fortemente absorvidos pelo vapor de água. No entanto, quando o bom tempo chegou, foram feitas observações de teste bem sucedidas.


No seguimento dos testes e das observações de instalação, a ArTeMiS foi utilizada para vários projetos científicos. Um dos alvos apontados foi a região de formação estelar NGC 6334 (Nebulosa da Pata do Gato), situada na constelação austral do Escorpião. De acordo com o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), esta nova imagem está significativamente mais nítida do que as da mesma região obtidas anteriormente.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Missão Deep Impact chega ao fim


Depois de quase nove anos no espaço, que contou também com um impacto sem precedentes e posterior "flyby" por um cometa, seguido de uma passagem cometária adicional, e o envio de cerca de 500 mil imagens de objetos celestes, a missão Deep Impact da NASA terminou.

A equipe do projeto no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia, relutantemente pronunciou a missão como terminada após ter sido incapaz de comunicar com a nave espacial durante mais de um mês. A última comunicação com a sonda teve lugar dia 8 de Agosto. A Deep Impact é a missão de investigação cometária mais viajada da história, percorrendo cerca de 7,58 bilhões de quilômetros.

"A Deep Impact foi uma fantástica e duradoura sonda, que produziu bem mais dados do que estávamos esperando," afirma Mike A'Hearn, pesquisador principal da Deep Impact na Universidade de Maryland em College Park. "Revolucionou o nosso conhecimento dos cometas e suas atividades."

A Deep Impact concluiu com sucesso a sua ousada missão original de seis meses em 2005, quando investigou tanto a superfície como a composição interior de um cometa. A posterior missão prolongada levou-a a passar por outro cometa e a fazer observações de planetas em torno de outras estrelas entre Julho de 2007 e Dezembro de 2010. Desde aí, a nave espacial tem sido continuamente usada como um observatório planetário espacial para capturar imagens e outros dados científicos de vários alvos de oportunidade com os seus telescópios e instrumentos.

Lançada em Janeiro de 2005, a sonda viajou 431 milhões de quilômetros até às proximidades do cometa Tempel 1. Em 3 de Julho de 2005, lançou um objeto impactante que essencialmente foi "atropelado" pelo núcleo do cometa no dia 4 de Julho. O impacto provocou a ejecção de material da superfície do cometa para o espaço, que foi examinado pelos telescópios e instrumentos da sonda transeunte. Dezesseis dias depois do encontro, a equipe da Deep Impact colocou a sonda numa trajetória que a fez passar pela Terra no final de Dezembro de 2007 e a colocou a caminho de outro cometa, o Hartley 2, em Novembro de 2010.

"Seis meses após o lançamento, esta nave espacial já havia completado a sua missão planeada de estudar o cometa Tempel 1," afirma Tim Larson, gestor do projeto Deep Impact no JPL. "Mas a equipe científica continuava a encontrar coisas interessantes para fazer, e através da sua criatividade e com o suporte do Programa Discovery da NASA, a Deep Impact manteve-se ativa por mais de 8 anos, produzindo resultados surpreendentes ao longo do caminho."

A missão estendida da nave culminou no sucesso da passagem rasante pelo cometa Hartley de 2 a 4 de Novembro de 2010. Ao longo do caminho, também observou seis estrelas diferentes para confirmar o movimento de planetas em órbita, e capturou imagens e dados da Terra, da Lua e de Marte. Estes dados ajudaram a confirmar a existência de água na Lua, e tentaram confirmar a assinatura do metano na atmosfera de Marte. Uma das suas sequências de imagens mostra uma deslumbrante passagem da Lua sobre a face da Terra.

Em Janeiro de 2012, a Deep Impact capturou imagens e estudou a composição do distante cometa C/2009 P1 (Garradd). Obteve imagens do cometa ISON este ano e recolheu novas imagens deste mesmo objeto em Junho.

Após perder contato com a sonda no mês passado, os controladores da missão passaram várias semanas tentando enviar comandos para reativar os seus sistemas de bordo. Embora a causa exata da perda não seja conhecida, a análise revelou um potencial problema com a marcação de tempo do computador que poderá ter levado à perda de controle da orientação da Deep Impact. Isto afetaria então a posição das suas antenas de rádio, tornando a comunicação difícil, bem como a orientação dos seus painéis solares, que por sua vez impediriam a sonda de receber energia e permitiriam com que as frias temperaturas do espaço arruinassem os equipamentos de bordo, essencialmente congelando os seus sistemas de propulsão e baterias.


"Apesar deste inesperado desfecho, a Deep Impact alcançou muito mais do que imaginávamos ser possível," afirma Lindley Johnson, executivo do Programa Discovery na sede da NASA, também executivo da missão. "A Deep Impact mudou completamente o que pensávamos que sabíamos sobre cometas e também forneceu um tesouro de dados planetários adicionais que serão fonte de investigação para os próximos anos."

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Há 167 anos, era descoberto o 1º planeta previsto matematicamente


Uma das características da astronomia é que ela consegue prever com precisão o movimento dos principais corpos estudados. Com muitos anos de antecedência, sabemos o dia exato de um eclipse, por exemplo.

Contudo, quando o planeta Urano não se movia conforme o previsto, os cientistas dessa área sabiam que havia algo errado.

Coube a um matemático, o francês Urbain Joseph Le Verrier, propor a massa e posição de outro corpo que estaria influindo no movimento de Urano. Esse objeto depois ganhou o nome de Netuno, o primeiro planeta cuja existência foi prevista matematicamente, e não por observação.​

A princípio, Le Verrier foi ignorado pelos astrônomos franceses. Ele então mandou seus cálculos para Johann Gottfried Galle, do observatório de Berlim. Este encontrou Netuno logo na primeira noite de busca, em 1846. Dezessete dias depois, ele achou Tritão, sua maior lua.

Independentemente do colega, John Couch Adams também previu a existência de Netuno - mas ao contrário de Le Verrier -, nunca publicou seu trabalho. Galle quis nomear o planeta em homenagem ao matemático francês, mas a ideia não foi aceita pela comunidade astronômica, que decidiu seguir a tradição e dar o nome do deus romano dos mares.


Desde o "rebaixamento" de Plutão a planeta-anão, Netuno é considerado o último planeta do Sistema Solar. A 4,5 bilhões de quilômetros do Sol, um ano netuniano (o tempo que ele leva para orbitar nossa estrela) leva 165 anos terrestres. Além disso, fica tão distante da Terra que não conseguimos vê-lo a olho nu.

sábado, 21 de setembro de 2013

Cientista diz ter achado provas de vida alienígena na estratosfera


Um professor da Universidade de Sheffield (Reino Unido) afirma ter coletado material orgânico a 27 mil m de altitude. Segundo Milton Wainwright, não é conhecido nenhum fenômeno natural capaz de levar essas partículas a essa altitude, com exceção de violentas erupções vulcânicas.

Contudo, como nenhum vulcão entrou em erupção nos últimos três anos na região pesquisada, Wainwright conclui que a única fonte possível para essas "entidades biológicas" é o espaço. As informações são do Huffington Post.

"Nossa conclusão é que a vida está continuamente chegando à Terra pelo espaço, a vida não é restrita a este planeta e certamente não se originou aqui", diz o professor. "Se a vida continua a chegar do espaço, então nós temos que mudar completamente nossa visão de biologia e evolução (...) novos livros didáticos terão que ser escritos!"

Segundo o Huffington Post, Wainwright divulgou seu estudo no Journal of Cosmology, uma publicação especializada controversa, com uma política de revisão por pares "questionável". O professor admite, contudo, que pode ser descoberto um processo natural que tenha levado as partículas à estratosfera.


O próximo passo, afirma o pesquisador, é descobrir se o material é realmente de fora da Terra. "O experimento absolutamente crucial será o que é chamado de 'fracionamento isotópico'. Nós vamos pegar algumas amostras que isolamos da estratosfera e introduzir em uma máquina complexa. Um botão será apertado. Se a proporção de isótopos nos der um número, então os organismos serão da Terra, se der outro, eles são do espaço."

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Curiosity não detecta metano em Marte


Dados do rover Curiosity da NASA revelaram que o ambiente marciano carece de metano. Esta é uma surpresa para os pesquisadores porque os dados anteriores relatados por cientistas norte-americanos e internacionais indicaram detecções positivas.

O laboratório itinerante realizou extensos testes para procurar vestígios de metano marciano. Saber se a atmosfera marciana contém traços do gás tem sido uma questão de grande interesse durante os últimos anos porque o metano pode ser um sinal potencial de vida, embora possa também ser produzido sem biologia.

"Este resultado importante ajudará a direcionar os nossos esforços para examinar a possibilidade de vida em Marte," afirma Michael Meyer, cientista da NASA para a exploração de Marte. "Reduz a probabilidade de micróbios marcianos produtores de metano, mas aborda apenas um tipo de metabolismo microbiano. Como sabemos, existem muitos tipos de micróbios terrestres que não geram metano."

O Curiosity analisou amostras da atmosfera marciana em busca de metano seis vezes, desde Outubro de 2012 até Junho deste ano e nunca detectou o gás. Dada a sensibilidade do instrumento usado, o TLS (Tunable Laser Spectrometer), e a sua não detecção, os cientistas calculam que a quantidade de metano na atmosfera marciana de hoje em dia deve ser menos do que 1,3 partes por bilhão. Isto é cerca de um-sexto das estimativas anteriores. Os detalhes dos resultados aparecem na edição de ontem da Science Express.

"Teria sido emocionante encontrar metano, mas temos muita confiança nas nossas medições, e o progresso na expansão do conhecimento é que é realmente importante," afirma Chris Webster, o autor principal do artigo, do JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "Nós medimos várias vezes, desde a Primavera marciana até ao fim do Verão, mas sem detectar metano."

Webster é o cientista-chefe do espectrômetro, que faz parte do laboratório SAM (Sample Analysis at Mars) do Curiosity. Este pode ser ajustado especificamente para a detecção de vestígios de metano. O laboratório também pode concentrar qualquer metano para aumentar a capacidade de detecção do gás. A equipe do rover vai usar este método para procurar metano a concentrações bem abaixo de 1 parte por bilhão.

O metano, o hidrocarboneto mais abundante no nosso Sistema Solar, tem um átomo de carbono ligado a quatro átomos de hidrogênio em cada molécula. Os relatórios anteriores de concentrações de metano localizadas até 45 partes por cada bilhão em Marte, que despertaram o interesse na possibilidade de uma fonte biológica em Marte, foram baseados em observações a partir da Terra e em órbita de Marte. No entanto, as medições do Curiosity não são consistentes com essas concentrações, mesmo se o metano se tenha dispersado globalmente.

"Não há nenhuma maneira conhecida para o metano desaparecer rapidamente da atmosfera," afirma um dos co-autores do artigo, Sushil Atreya da Universidade de Michigan, Ann Arbor. "O metano é persistente. Devia permanecer durante centenas de anos na atmosfera marciana. Sem um método de o remover mais rapidamente da atmosfera, as nossas medições indicam que não pode haver tanto metano sendo colocado na atmosfera por qualquer mecanismo, quer seja biologia, geologia ou por degradação ultravioleta de material orgânico entregue pela queda de meteoritos ou partículas de poeira interplanetária."

A concentração mais alta de metano que pode estar presente sem ser detectada por meio de medições do Curiosity até agora equivaleria a não mais de 10 a 20 toneladas por ano de metano entrando na atmosfera marciana, estima Atreya. Isto é cerca de 50 milhões de vezes menor do que a taxa de metano que entra na atmosfera da Terra.

Terra será habitável por pelo menos mais 1,75 bilhão de anos, diz estudo


As condições que fazem com que o planeta Terra seja habitável durarão, pelo menos, outro 1,75 bilhão de anos, segundo um estudo realizado por cientistas da universidade inglesa de East Anglia.

A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira pela revista Astrobiology, revela o tempo de habitabilidade da Terra com base na distância para o sol e nas temperaturas que possibilitam que o planeta tenha água líquida.

A equipe de cientistas observou as estrelas na busca de inspiração e usaram alguns planetas recentemente descobertos fora de nosso sistema solar (exoplanetas) como exemplos para calibrar seu potencial para abrigar vida.

O responsável pelo estudo, Andrew Rushby, da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, explicou que foi utilizado "o conceito de zona habitável para fazer estimativas", ou seja, "a distância de um planeta em relação a sua estrela que faz com que as temperaturas sejam propícias para ter água líquida na superfície".

"Usamos os modelos de evolução estelar para calcular o final da vida habitável de um planeta, determinando quando deixará de estar na zona habitável", disse Rushby.

A equipe de cientistas considerou "que a Terra deixará de ser habitável em algum momento dentro de 1,750 bilhão e 3,250 bilhões de anos".

"Passado este ponto, a Terra estará na zona quente do sol, com temperaturas tão altas que os mares se evaporarão. Acontece um evento de extinção catastrófica e terminal para toda a vida", raciocinou.

O responsável pela pesquisa acrescentou que "certamente, as condições dos seres humanos e de outras formas de vida complexas se tornarão impossíveis muito antes", algo que, segundo disse, "está acelerando a mudança climática" gerada pelo homem.

"Os humanos teriam dificuldades inclusive com um pequeno aumento na temperatura e, perto do final, somente os micróbios em alguns nichos ambientais seriam capazes de suportar o calor", explicou.

Rushby disse que ao olhar para o passado "uma quantidade similar de tempo, sabemos que houve vida celular na terra" e deu como exemplo que "tivemos insetos há 400 milhões de anos, dinossauros há 300 milhões e plantas com flor há 130 milhões de anos".

"Anatomicamente, os seres humanos só existiram durante os últimos 200 mil anos, por isso que se vê que é preciso muitíssimo tempo para que se desenvolva a vida inteligente", disse.

A quantidade de tempo habitável de um planeta é relevante pois revela dados sobre a possibilidade de evolução da vida complexa, "que é a que provavelmente mais requeira de um período de condições de habitabilidade".

"A medição de habitabilidade é útil porque nos permite investigar a possibilidade de que outros planetas abriguem vida e para entender que a etapa da vida pode estar em outro lugar da galáxia", segundo explicou Rushby.

Os astrônomos identificaram quase mil planetas fora do sistema solar, alguns dos quais foram analisados por estes especialistas, que estudaram a natureza evolutiva da habitabilidade planetária sobre o tempo astronômico e geológico.


"Comparamos a Terra com oito planetas que estão atualmente em sua fase habitável, incluindo Marte. Descobrimos que os planetas que orbitam estrelas de massa menor tendem a ter zonas de vida mais habitáveis", acrescentou.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Fora do Sistema Solar, Voyager é registrada a 19 bilhões de km da Terra


O sinal da sonda Voyager 1, da Nasa, o objeto feito pelo homem que mais se distanciou da Terra até hoje, foi capturado por telescópios do planeta que abandonou há 36 anos.

Atualmente fora do Sistema Solar, a Voyager já passou em sua jornada por diversos outros planetas - e o que pode descobrir a partir de agora, no espaço interestelar, é um mistério para os cientistas. Um longínquo ponto azul é o que mostra a imagem registrada por uma rede de radiotelescópios que vai do Havaí à ilha caribenha de Saint Croix, parte das Ilhas Virgens Americanas.

Esses radiotelescópios não têm capacidade para distinguir a Voyager 1 à luz visível, porém "veem" o sinal da sonda em luz de rádio. As antenas funcionam para um radiotelescópio assim como espelhos e pixels para um telescópio óptico convencional. O registro, divulgado nesta terça-feira pela agência espacial americana, foi feito após um esforço direcionado para procurar um sinal da sonda - e testar a sensibilidade dos equipamentos.


Quando a rede de telescópios, chamada Very Long Baseline Array (VLBA), fez o registro, em 21 de fevereiro, a Voyager 1 estava distante cerca de 18,5 bilhões de quilômetros da Terra. Lançada em 1977 e agora a 19 bilhões de quilômetros do Sol, a sonda se comunica com a Nasa praticamente todos os dias.

Impacto de cometa pode criar 'bloco fundamental' para a vida, diz estudo.


Um time de cientistas do Imperial College de Londres, da Universidade de Kent e do Laboratório Nacional de Livermore, no Reino Unido, decobriram que, quando cometas de gelo colidem com um planeta, o choque pode produzir aminoácidos, compostos fundamentais para o surgimento da vida.

Quando um meteorito rochoso colide sobre uma superfície de gelo num planeta, o mesmo pode ocorrer, segundo os autores.

Eles sugerem que a descoberta pode ajudar a esclarecer como a vida começou na Terra, no período entre 4,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás.

De acordo com os pesquisadores, o estudo publicado na revista “Nature Geoscience” mostra que os “blocos básicos” para a formação de vida podem surgir em qualquer lugar do Sistema Solar, ou mesmo fora dele. A questão é que, para que os aminoácidos evoluam para a vida, são necessárias outras condições favoráveis que não estão disponíveis em qualquer lugar.

As luas de Encélado e Europa, que orbitam Saturno e Júpiter, respectivamente, são lugares ideais para a formação de aminoácidos se meteoritos caírem sobre sua superfície.


O trabalho afirma que o impacto de um meteorito forma uma onda de choque que origina moléculas das quais, com a presença de calor (que a batida também fornece), surgem os aminoácidos. O efeito foi recriado com um lançador capaz de arremessar projéteis a 7,15 quilômetros por segundo (o equivalente a 25,7 mil km/h), instalado em Kent.

Galáxias antigas já tinham forma atual, diz pesquisa


Se você ouvir um saudosista dizer que já não se fazem mais galáxias como antigamente, saiba que é mentira. Um estudo acaba de mostrar que desde 11,5 bilhões de anos atrás o Universo já tinha galáxias nas mesmas formas que elas têm hoje.

Sabe-se que as galáxias se formaram relativamente cedo na história do cosmos. A Via Láctea, por exemplo, tem cerca de 13 bilhões de anos, nascida apenas 800 milhões de anos após o Big Bang.

Contudo, os cientistas imaginavam que as galáxias, quando bebês, deviam ser bem diferentes --menos evoluídas-- que as atuais. Era o que sugeriam modelos sobre a formação dessas estruturas.

Novos resultados, obtidos com o Telescópio Espacial Hubble, contestam essa ideia. Eles mostram que cerca de 2,3 bilhões de anos depois do Big Bang as galáxias já tinham mais ou menos a forma atual.

"Isso significa que as galáxias amadurecem de forma mais rápida do que se acreditava", diz Gastão Lima Neto, astrônomo da USP que não participou do estudo.

De Hubble para Hubble

O uso do telescópio espacial não poderia ser mais adequado. Foi o astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) quem fez o primeiro estudo consistente da evolução das galáxias. O chamado diagrama de diapasão de Hubble cobre todos os tipos galácticos vistos no cosmos,entre eles as espirais (como a nossa Via Láctea).

Vasculhando as profundezas do espaço, os astrônomos conseguem observar como as galáxias eram. (Como elas estão muito longe, a luz delas demora a chegar na Terra, o que explica porque o estudo dos objetos mais distantes equivale a enxergar o passado cósmico.)

Estudos anteriores já haviam sondado galáxias de até 8 bilhões de anos atrás e viam que o esquema de Hubble se sustentava. O novo trabalho, feito com dados de um projeto chamado Candels somado a imagens colhidas em dois instrumentos do telescópio espacial, empurra mais 2,5 bilhões de anos na direção do passado e mostra que, naquela época, as galáxias já tinham o padrão das atuais.

No total, os pesquisadores observaram 1.671 galáxias espalhadas pelo Universo. E a ideia é não parar por aí.

"Continuaremos a sondar épocas cada vez mais remotas para tentar identificar em que momento as galáxias evoluídas começam a aparecer pela primeira vez", disse à Folha Mauro Giavalisco, pesquisador da Universidade de Massachusetts, nos EUA, e um dos autores do trabalho, publicado no periódico "The Astrophysical Journal".


"Isso irá nos ajudar a entender qual é o processo físico responsável por fazer as galáxias pararem de formar estrelas e envelhecerem."

domingo, 15 de setembro de 2013

Depois de mapear gravidade da Terra, satélite se prepara para cair no solo


Após mais de quatro anos mapeando a gravidade da Terra com "precisão inigualável", conforme afirma a Agência Espacial Europeia (ESA), o satélite Goce está prestes a encerrar sua missão e reentrar na atmosfera.

O satélite, cujo nome é Explorador de campo gravitacional e de circulação oceânica de estado estacionário (Gravity Field and Steady-state Ocean Circulation Explorer, em inglês), está desde março de 2009 orbitando a Terra na altitude mais baixa que um objeto desses já esteve. Por seu design elegante e aerodinâmico, ele foi apelidado de "Ferrari", numa referência à montadora italiana.

O resultado dos trabalhos do Goce permitiu que se chegasse a um modelo único de "geóide", que é essencialmente uma superfície virtual onde a água não flui de um ponto a outro.

No próximo mês, o satélite encontrará seu fim. Ele ficará sem combustível e iniciará sua descida em direção à Terra a partir de uma altura de cerca de 224 km – a reentrada deve ocorrer cerca de três semanas depois.

A maior parte do Goce deve se desintegrar durante esse processo, mas muitos pedaços devem atingir a superfície do planeta. Ainda não é possível prever quando e onde isso vai ocorrer, mas a ESA entende que será possível estimar os locais de impacto mais próximo do momento da reentrada. "O fato de dois terços da Terra serem cobertos por oceanos, e que vastas áreas são escassamente povoadas, o perigo para a vida ou a propriedade é muito baixo", destaca a agência, que garante estar acompanhando passo a passo a situação do satélite ao lado de uma comissão internacional.

Lixo espacial


Cerca de 40 toneladas de lixo espacial caem na Terra por ano. No entanto, a propagação e o tamanho desses materiais fazem com que o risco de uma pessoa ser atingida seja melhor do que se o acidente fosse com um meteorito.

Japão lança ao espaço 1º telescópio de observação planetária


A Agência Aeroespacial do Japão (JAXA) conseguiu neste sábado (14), após várias tentativas fracassadas, fazer o lançamento do foguete Epsilon-1, que leva a bordo o primeiro telescópio espacial de observação planetária remota.

O lançamento do foguete aconteceu com sucesso às 14h locais (2h de Brasília), no Centro Espacial de Uchinoura, em Kagoshima, no sudoeste do país.

Com o Epsilon-1, o Japão vai colocar em órbita o telescópio Sprint-A, o primeiro de observação remota de planetas como Vênus, Marte e Júpiterdesde a órbita da terra.

No dia 27 agosto, quando foi feita a última tentativa fracassada, o sistema realizou uma parada automática de emergência poucos segundos antes do lançamento, devido a um problema com a inclinação do foguete.

Uma semana antes, foi cancelada a primeira tentativa por problemas no sistema de cabos da equipe de comunicação.

"O telescópio representará uma revolução na indústria espacial", afirmou então Yasuhiro Morita, encarregado do lançamento, em comunicado divulgado pela JAXA, que comemora seu décimo aniversário este ano.

O custo do lançamento do Epsilon chega a 5,3 bilhões de ienes (US$ 54 milhões), quase a metade dos custos do modelo HII-A, mas a agência acredita que ainda pode reduzir mais, para até 3 bilhões de ienes (US$ 30 milhões).

O último lançamento espacial japonês aconteceu no início de agosto, após a decolagem de um foguete HII-B em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), com o objetivo de transportar equipamentos para a base, entre eles dois satélites.

O Japão desenvolve desde 2003 um intenso programa espacial que, baseado em sua tecnologia pioneira, está focado na exploração dos planetas e asteroides.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Voyager 1 cruza limite do Sistema Solar e chega ao espaço interestelar


A sonda espacial Voyager 1 se tornou o primeiro objeto feito por humanos a cruzar o limite do Sistema Solar e chegar ao meio interestelar. Há 36 anos vagando pelo espaço, a Voyager 1 está hoje a 19 bilhões de quilômetros do Sol.

A conclusão foi apresentada por cientistas a partir da análise de informações enviadas pela sonda reunidas na edição desta quinta-feira da revista Science.

Cientistas já haviam cogitado em março que a sonda tinha deixado nosso Sistema Solar e atingido o abismo cósmico além dos confins do universo até então explorado pelo homem. Apenas agora, porém, informações obtidas pela Nasa - a agência espacial americana - comprovam que a Voyager 1 tem viajado há cerca de um ano através de plasma (gás ionizado), presente no espaço entre as estrelas.

A sonda espacial americana Voyager 1 é o primeiro veículo a iniciar a jornada pelo espaço profundo. Lançada da Terra em 1º de setembro de 1977, a missão vinha percorrendo as bordas da heliosfera mais rapidamente do que qualquer outro objeto fabricado pelo homem até hoje.

As duas sondas Voyager foram lançadas em 1977, com um mês de intervalo, e seguem em bom estado e funcionando. A Voyager 1 já percorreu 19 bilhões de quilômetros desde e a Terra, e a Voyager 2 está atualmente a 15 bilhões de quilômetros do Sol. O programa de exploração tinha por objetivo estudar planetas do sistema solar. As duas sondas passaram por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, incluindo 48 luas. A potência de suas baterias nucleares deve manter a missão ainda por alguns anos. Apenas por volta de 2030 não haverá mais energia na sonda.

Os dados obtidos pelos nove instrumentos a bordo de cada uma das sondas fizeram desta missão a mais bem sucedida da história da exploração do sistema solar. As Voyagers revelaram numerosos detalhes dos anéis de Saturno e permitiram descobrir os anéis de Júpiter. Também transmitiram as primeiras imagens precisas dos anéis de Urano e de Netuno, descobriram 33 novas luas e revelaram atividade vulcânica em Io, além da estranha estrutura de duas luas de Júpiter.


O feito é tão importante que até mesmo o presidente dos Estados Unidos deu os parabéns à Nasa.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Após mais de seis meses em órbita, trio da ISS volta à Terra com sucesso


Três membros da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) - dois russos e um americano - voltaram à Terra nesta quarta-feira com sucesso, após uma missão de mais de cinco meses em órbita, informou o centro espacial russo.

A nave com os russos Pavel Vinogradov e Alexander Misurkin e com o americano Chris Cassidy tocou a terra às 08h58 local (23h58 de Brasília de terça-feira), nas estepes do Cazaquistão, uma ex-república soviética na Ásia central onde a Rússia utiliza o cosmódromo de Baikonur.

A aterrissagem, que foi acompanhada por 12 helicópteros e três aviões, aconteceu na área prevista, a cerca de 150 quilômetros da cidade cazaque de Dzhezkazgan. A missão espacial dos tripulantes do Soyuz TMA-08M teve duração de 166 dias.

A retirada dos cosmonautas da cápsula foi transmitida ao vivo pelo canal de televisão russo Rossiya 24. "Tudo está bem", disse Vinogradov sorridente para as câmeras de televisão. Um vídeo postado pelo centro espacial russo mostra os três homens sendo retirados da cápsula e levados a cadeiras sob o sol matinal.

O trio havia chegado à ISS em 29 de março, após um "voo expresso" de seis horas - contra os dois dias necessários - a bordo de uma nave Soyouz. Após sua chegada à ISS, vários incidentes ocorreram a bordo da Estação Espacial: em maio, uma fuga de amoníaco detectada no segmento americano obrigou dois astronautas a sair ao espaço para substituir uma bomba.

Durante sua estadia na ISS, os cosmonautas russos realizaram quatro caminhadas espaciais, enquanto o astronauta americano esteve no exterior da estação em três ocasiões.

O italiano Luca Parmitano, o russo Fiodor Iourtchikhine e a americana Karen Nyberg permanecem a bordo da Estação Espacial. No final de setembro, a ISS receberá o americano Michael Hopkins e os russos Oleg Kotov e Sergueï Riazanski.

Depois que as naves americanas foram retiradas de serviço, as naves russas Soyuz são os únicos veículos utilizados para o transporte dos tripulantes da ISS. Inicialmente estava previsto que a plataforma orbital encerrasse suas atividades em 2015, mas Rússia e os outros 15 países-membros insistiram na importância de se prolongar sua vida útil, em grande medida porque sua construção ainda não foi completada.


Além de Rússia e Estados Unidos, 12 países-membros da União Europeia (UE), Japão e Canadá participam do projeto, com um custo aproximado de US$ 100 bilhões.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Nasa lança perfil oficial no Instagram e compartilha imagens do espaço


A Nasa, agência espacial americana, lançou um perfil oficial no Instagram para se aproximar do público e compartilhas imagens da Terra e além. Entre as fotos, está uma imagem da Terra feita da Apolo 11 em 1969.

"Estamos constantemente tentando expandir nosso portfólio e mídias sociais para incluir ferramentas que possam contar melhor a história de exploração e descobertas da Nasa", disse a assessora de imprensa da agência, Lauren Worley.

As primeiras atualizações da Nasa no Instagram ressaltaram o lançamento do programa de exploração espacial Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer (LADEE), que irá orbitar a Lua para coletar informações detalhadas sobre a estrutura e a composição da atmosfera lunar.


Mais imagens podem ser vistas no perfil da Nasa: instagram.com/nasa.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Meteoro 20 vezes mais brilhante que a Lua cruza céu dos EUA


Um meteoro 20 vezes mais brilhante que a Lua foi visto por seis câmeras da agência espacial americana (Nasa) ao entrar na atmosfera da Terra, entre os estados americanos da Geórgia e do Tennessee, no sudeste americano, na madrugada de quarta-feira (4).

Esse pedaço de asteroide, de 45 quilos e 60 cm de diâmetro, cruzou o céu da Terra às 4h27 pelo horário de Brasília, a uma velocidade de 90 mil km/h.

A bola de fogo – uma das mais reluzentes observadas nos últimos cinco anos – começou a se fragmentar na altura da cidade de Ocoee, na Flórida, a uma altitude de 53 quilômetros. A segunda ruptura do objeto ocorreu menos de meio segundo depois, a uma altitude de 46 quilômetros.

A Nasa perdeu a localização do meteoro quando ele chegou a uma altitude de 33 quilômetros e uma velocidade de 31 mil km/h.


Sensores localizados no solo gravaram ondas sonoras desse evento, e o radar meteorológico Doppler registrou indícios de uma chuva de pequenas partículas de meteoritos caindo no leste da cidade de Cleveland, no Tennessee.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013



Astrônomos identificam alinhamento cósmico misterioso



Resultado das pesquisas foi considerado surpreendente e pode ajudar na compreensão da história da galáxia.
Com o auxílio do New Technology Telescope, do Observatório Europeu do Sul (ESO), e do Telescópio Espacial Hubble, das agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA), astrônomos exploraram mais de 100 nebulosas planetárias situadas no bojo central da nossa galáxia e descobriram que os membros em forma de borboleta desta família cósmica tendem a alinhar-se misteriosamente. O resultado foi considerado surpreendente, tendo em vista as histórias diferentes e propriedades variadas dos corpos celestes.

Nas últimas fases da vida, uma estrela como o Sol lança suas camadas exteriores para o espaço circundante, dando origem a objetos chamados nebulosas planetárias, que apresentam uma variedade de formas bonitas e intrigantes. Um dos tipos de nebulosa, conhecida como nebulosa planetária bipolar, costuma formar ampulhetas ou borboletas "fantasmagóricas" em torno das suas estrelas progenitoras.

Todas estas nebulosas formaram-se em locais diferentes e apresentam diferentes características. E nem as nebulosas individuais nem as estrelas que as formaram interagem com outras nebulosas planetárias. No entanto, um novo estudo feito por astrónomos da Universidade de Manchester, Reino Unido, mostra semelhanças surpreendentes entre algumas destas nebulosas: muitas delas alinham-se no céu da mesma maneira.

"Esta é verdadeiramente uma descoberta surpreendente e, se for confirmada, uma descoberta muito importante", explica Bryan Rees, da Universidade de Manchester, um dos dois autores do artigo científico que apresenta estes resultados. "Muitas destas borboletas fantasmagóricas parecem ter os seus eixos maiores alinhados ao longo do plano da nossa galáxia. Ao usar imagens tanto do Hubble como do NTT, pudemos ver muito bem estes objetos e por isso conseguimos estudá-los com grande detalhe".

Os astrónomos observaram 130 nebulosas planetárias no bojo central da Via Láctea e identificaram três tipos diferentes destes objetos, estudando cuidadosamente as suas características e a sua aparência. "Enquanto duas destas populações estavam alinhadas no céu de modo completamente aleatório, como o esperado, descobrimos que a terceira - as nebulosas bipolares - mostrava uma preferência surpreendente por um determinado alinhamento", explica o segundo autor do artigo, Albert Zijlstra, também da Universidade de Manchester. "Apesar de qualquer alinhamento ser por si só uma surpresa, encontrá-lo na região central muito populosa da galáxia é ainda mais inesperado".

Pensa-se que as nebulosas planetárias são esculpidas pela rotação do sistema estelar a partir do qual se formam, dependendo por isso das propriedades do sistema - por exemplo, se se tratar de uma estrela binária, ou se existirem um número de planetas em sua órbita, ambos os fatores são suscetíveis de influenciar a forma da bolha soprada. As formas das nebulosas bipolares são bastante extremas e são provavelmente causadas por jatos que lançam, a partir do sistema binário, matéria perpendicular à órbita.

"O alinhamento que estamos a ver destas nebulosas bipolares indicam que algo de estranho se passa nos sistemas estelares situados no seio do bojo central", explica Rees. "Para que se alinhem do modo que vemos, os sistemas estelares que formam estas nebulosas teriam que estar a rodar perpendicularmente às nuvens interestelares a partir das quais se formaram, o que é muito estranho".

Apesar das propriedades das suas estrelas progenitoras darem forma a estas nebulosas, esta nova descoberta aponta para outro fator ainda mais misterioso. Ao mesmo tempo em que temos estas características estelares complexas temos também as da Via Láctea; o bojo central roda como um todo em torno do centro galáctico. Este bojo pode ter uma influência maior sobre toda a nossa Galáxia do que o suposto anteriormente - através dos campos magnéticos. Os astrónomos sugerem que o comportamento ordenado das nebulosas planetárias poderia ter sido causado pela presença de campos magnéticos fortes existentes na altura em que o bojo se formou.

Como as nebulosas mais perto de casa não se alinham do mesmo modo ordenado, estes campos teriam que ter sido muitas vezes mais forte do que os que existem presentemente na nossa vizinhança. "Podemos aprender muito com o estudo destes objetos", conclui Zijlstra. "Se as nebulosas se comportam realmente deste modo inesperado, este facto terá consequências não apenas para o passado de estrelas individuais, mas também para o passado de toda a Galáxia".