sábado, 29 de junho de 2013

Nasa testa no deserto do Atacama robô que irá a Marte


Zoe, um protótipo do qual sairá uma sonda que a Nasa enviará em missão a Marte em 2020, faz testes de funcionamento no deserto do Atacama, no norte do Chile, que reúne características físicas do planeta vermelho.

O robô explorador iniciou os testes com um primeiro trajeto em um terreno situado 2,3 mil metros sobre o nível do mar, em pleno deserto do Atacama, e sob o estudo de cientistas da Universidade de Carnegie Mellon dos Estados Unidos e da Universidade Católica do Norte do Chile.

"Começou em 15 de junho, percorreu 30 quilômetros. Testamos equipamentos deste protótipo para aproveitar as partes que sejam utilizáveis" que serão incorporadas ao robô que viajará em 2020, disse esta sexta-feira à AFP Guillermo Chong, pesquisador do Departamento de Ciências Geológicas da Universidade Católica do Norte.

O deserto do Atacama, o mais árido do mundo, foi usado pela agência espacial americana em ocasiões anteriores para testar outras unidades que viajaram em missões espaciais, graças à semelhança de sua superfície e condições climáticas com outros corpos celestes.

"A radiação ultravioleta, a 'hiperaridez', as mudanças de clima entre o dia e a noite, a falta de macrovida e a ausência de água" são algumas das analogias entre Marte e o deserto do Atacama, afirmou o pesquisador.

O protótipo, cujo movimento é controlado dos Estados Unidos, fará testes até o próximo domingo no deserto chileno. Durante este tempo, Zoe buscará vestígios de microvida no deserto, enquanto os especialistas revisarão seus equipamentos como sensores usados para a detecção de vida, a definição de minerais que venham a ser coletados, a captação de energia e para tirar fotografias.

Zoe tem um peso aproximado de 771 quilos. Seu chassi é feito de alumínio e outras ligas, tem várias câmaras e na parte superior tem dois painéis solares, enquanto suas rodas são de bicicleta, mas o robô que irá a Marte terá rodas de metal, sustentou Chong.


O robô, que já foi testado em 2005 nestas paragens, também conta com um laboratório interno e uma broca que lhe permitirá fazer sondagens de até um metro de profundidade, mediante os quais poderá detectar microorganismos. O investimento durante a fase de testes do protótipo chegará a US$ 100 mil.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Nasa lança telescópio para estudar atmosfera solar


A Nasa lançou nessa quinta-feira um telescópio espacial para começar a desvendar os segredos da baixa atmosfera do sol, região desconhecida onde se formam os ventos solares que castigam a Terra regularmente. O satélite Iris ("Interface Region Imaging Spectrograph") decolou no foguete Pegasus XL, da empresa americana Orbital Sciences.

O lançamento ocorreu na base base militar de Vandenberg, na Califórnia, às 2h27 GMT desta sexta (23h27 de quinta em Brasília).

O Iris ficará em uma órbita a 643 quilômetros da Terra antes de abrir seus painéis solares. O custo da missão é de US$ 182 milhões. Esse telescópio ultravioleta pode captar imagens de alta resolução a poucos segundos de intervalo nessa região pouco explorada do sol situada em sua superfície e sua coroa. A coroa se estende por vários milhões de quilômetros, diluindo-se no espaço.

O objetivo dessa missão de pelo menos dois anos é entender como são gerados os ventos solares carregados de partículas magnéticas nessa misteriosa zona. Assim, será possível melhorar a previsão sobre as tempestades magnéticas que se dirigem para a Terra e que são um fator de perturbação para a rede elétrica.


Essa região do sol é também uma fonte de emissões de raios ultravioletas que têm um impacto na base da atmosfera e no clima terrestre, de acordo com a Nasa. "O Iris vai ampliar nossas observações do Sol para uma região até o momento difícil de estudar", explicou Joe Davila, do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa e responsável científico da missão Iris.

New Horizons mantém plano de voo original para Plutão


Depois de um intenso estudo de 18 meses para determinar se a sonda New Horizons da NASA poderia enfrentar impactos potencialmente destrutivos durante a sua passagem planjeada para 2015 pelo sistema planetário duplo de Plutão, a equipe da missão decidiu "manter o rumo", pois o perigo que a poeira e os detritos representam é muito menor do que se temia.

O estudo de avaliação foi realizado porque descobriu-se que o sistema de Plutão é muito mais complexo - e, portanto, ainda mais cientificamente interessante - depois da New Horizons ter sido lançada em Janeiro de 2006 a partir de Cabo Canaveral, na Flórida, EUA.

Há dois anos, cientistas que usavam o Telescópio Espacial Hubble descobriram duas novas luas em órbita de Plutão, perfazendo um total de cinco luas! Temia-se que os detritos que atingissem as luas pudessem criar perigosas nuvens de poeira, que por sua vez podiam atingir e danificar a sonda à medida que passava por Plutão a velocidades de mais de 48.000 km/h em Julho de 2015.

"Nós descobrimos que a perda da missão New Horizons devido a impactos de poeira é muito improvável, e esperamos seguir a linha temporal da missão que temos vindo a aperfeiçoar ao longo dos últimos anos," afirma Hal Weaver, cientista do projeto New Horizons, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.

Depois de tanto a equipe como um conselho de revisão independente e da NASA terem exaustivamente analisado os dados, determinou-se que a New Horizons tem apenas 0,3% de hipótese de ser destruída por um evento de impacto usando a trajetória atual.

A probabilidade de 0,3% de perda da missão é muito menor do que as estimativas anteriores. Esta é realmente uma boa notícia, porque a equipe pode concentrar a maioria dos seus esforços no desenvolvimento do plano científico do voo rasante, quando a New Horizons passar a aproximadamente 12.500 km da superfície de Plutão.

Plutão forma um sistema de "planeta duplo" com Caronte, a sua maior lua. Caronte tem metade do tamanho de Plutão. Mas a equipe ainda vai gastar algum tempo a desenvolver trajetórias alternativas - conhecidas como SHBOTs (Safe Haven by Other Trajectories), apenas no caso de surgirem novas informações a partir das observações da câmara da sonda, que forçariam uma mudança de planos à medida que a New Horizons se aproxima cada vez mais de Plutão.

"Ainda assim, estaremos prontos com duas linhas de tempo alternativas, no caso do risco de impacto acabar por ser maior do que pensamos," afirma Weaver. De fato, a equipe liderada pelo pesquisador principal Alan Stern, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, está este mês finalizando o plano de encontro e espera realizar um ensaio em Julho do segmento mais crítico de nove dias da trajetória inicial de "flyby".

A New Horizons irá realizar o primeiro reconhecimento de Plutão e Caronte em Julho de 2015. O "planeta duplo" é o último planeta (agora anão) do nosso Sistema Solar a ser visitado por uma sonda da Terra.


E a New Horizons não se deixa ficar por Plutão. O objetivo é explorar um ou mais dos gelados objetos da Cintura de Kuiper. A equipe irá usar a passagem por Plutão para redirecionar a New Horizons para um KBO (Kuiper Belt object) que ainda está para ser identificado.

Nasa descobre mais de 10 mil asteroides e cometas próximos à Terra


Mais de 10 mil asteroides e cometas que podem passar próximos à Terra já foram descobertos. A marca foi atingida no último dia 18, quando o telescópio Pan-STARRS-1 detectou o 10.000º objeto espacial nas proximidades do planeta.

Operado pela Universidade do Havaí, o telscópio faz parte dos projetos financiados pela Nasa, a agência espacial americana.

"Encontrar 10 mil objetos próximos à Terra é uma marca significativa", afirmou Lindley Johnson, da Nasa. "No entanto, há um número pelo menos 10 vezes maior ainda a ser descoberto antes que possamos estar certos de que teremos encontrado todos e quaisquer objetos que possam impactar e causar danos significativos aos cidadãos da Terra", afirmou o pesquisador, sobre cujo comando - que já dura uma década - 76% das descobertas foram feitas.

Objetos próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês) são asteroides e cometas que podem se aproximar da Terra até uma distância orbital de 45 milhões de quilômetros. Eles variam em tamanho desde apenas alguns centímetros - os mais difíceis de se detectar - até dezenas de quilômetros, caso do asteroide 1036 Ganymed, o maior do tipo já descoberto, com quase 41 quilômetros de diâmetro.


O asteroide 2013 MZ5 tem aproximadamente 300 metros de diâmetro. Sua órbita já foi analisada e não inclui uma passagem pelo planeta próxima o suficiente para ser considerada potencialmente perigosa. Dos 10 mil objetos descobertos, apenas cerca de 10% tem mais de um quilômetro - tamanho grande o suficiente para causar impacto global, caso atingissem a Terra. Porém, a Nasa avalia que nenhum desses asteroides e cometas maiores são uma ameaça ao planeta atualmente - e é provável que apenas algumas dezenas desses faltam ser descobertos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Astrônomos descobrem 'super-Terras' habitáveis em estrela próxima


Uma equipe de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) descobriu um sistema com pelo menos seis planetas em torno da estrela de baixa massa Gliese 667 C - a uma distância de apenas 1/20 da existente entre a Terra e o Sol.

Três desses planetas são "super-Terras" orbitando em torno da estrela em uma região onde a água pode existir sob forma líquida, o que torna estes planetas bons candidatos à presença de vida. Este é o primeiro sistema descoberto onde a zona habitável se encontra repleta de planetas.​

Em termos astronômicos, Gliese 667C encontra-se muito próxima da Terra - na vizinhança solar, muito mais próximo do que os sistemas estelares investigados com o auxílio de telescópios espaciais tais como o caçador de planetas Kepler. Estudos anteriores descobriram que a estrela acolhe três planetas, um deles na zona habitável. Agora, uma equipe de astrônomos liderados por Guillem Anglada-Escudé da Universidade de Göttingen, Alemanha e Mikko Tuomi da Universidade de Hertfordshire, Reino Unido, voltou a estudar o sistema.

Os pesquisadores encontraram evidências da existência de até sete planetas em torno da estrela, orbitando a terceira estrela mais tênue do sistema estelar triplo. Os outros dois sóis seriam visíveis como um par de estrelas muito brilhantes durante o dia e durante a noite dariam tanta luz como a Lua Cheia. Os novos planetas descobertos preenchem por completo a zona habitável de Gliese 667C, uma vez que não existem mais órbitas estáveis onde um planeta poderia existir à distância certa.

“Sabíamos, a partir de estudos anteriores, que esta estrela tinha três planetas e por isso queríamos descobrir se haveria mais algum”, diz Tuomi. “Ao juntar algumas observações novas e analisando outra vez dados já existentes, conseguimos confirmar a existência desses três e descobrir mais alguns. Encontrar três planetas de pequena massa na zona habitável de uma estrela é algo muito animador!”.


Três destes planetas são super-Terras - planetas com mais massa do que a Terra mas com menos massa do que Urano ou Netuno - que se encontram na zona habitável da estrela, uma fina concha em torno da estrela onde a água líquida pode estar presente, se estiverem reunidas as condições certas. De acordo com o ESO, esta é a primeira vez que três planetas deste tipo são descobertos nesta zona em um mesmo sistema.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Fenômeno da Superlua é visto no Brasil e no mundo
 

O fenômeno que marcou o encontro mais próximo da Terra com a Lua neste ano de 2013 aconteceu na noite desse domingo e pôde ser visto em diversas cidades pelo Brasil e pelo mundo. O satélite natural, que em situações como esta fica maior e mais brilhante, iluminou o céu e foi registrado por muitas pessoas.

Conhecido popularmente como Superlua, o fenômeno ocorre aproximadamente uma vez por ano e é cientificamente conhecido como "lua perigeu" – quando o satélite atinge a menor distância em relação à Terra.

Nesse domingo, o perigeu ocorreu no início da manhã às 7h32 (horário de Brasília) quando a Lua chegou a 356.991 quilômetros de distância da Terra. Ela estava 14% maior e 30% mais brilhante que as outras luas cheias de 2013. A última Lua perigeu aconteceu no dia 5 de maio de 2012.


De acordo com a Nasa, o próximo encontro do tipo deve ocorrer só em agosto de 2014. Já o “apogeu”, quando o satélite estará em seu ponto mais distante da Terra – a 406.490 quilômetros de distância – deve ocorrer no dia 9 de julho.

sábado, 22 de junho de 2013

Nasa divulga imagem de interação entre galáxias


A agência espacial americana divulgou uma imagem capturada pelo telescópio espacial Hubble que mostra a interação entre duas galáxias. As dupla, conhecida como Arp 142, é formada pelas galáxias NGC 2936 e pela NGC 2937 e fica na constelação de Hydra.


A galáxia que lembra o formato de um pássaro era originalmente uma galáxia em espiral comum, mas ganhou esse formato por causa da interação com a galáxia que está ao lado.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os velozes ventos de Vênus estão ficando mais rápidos


O registro mais detalhado do movimento de nuvens na atmosfera de Vênus, obtido pela sonda Venus Express, da ESA, revelou que os ventos do planeta têm ficado cada vez mais rápidos ao longo dos últimos seis anos.

Vênus é bem conhecido pela curiosa super-rotação da sua atmosfera, que chicoteia em torno do planeta a cada quatro dias terrestres. Isto contrasta com a rotação do próprio planeta - a duração do dia venusiano - que demora uns laboriosos 243 dias terrestres.

Ao seguir os movimentos de características distintas no topo das nuvens, cerca de 70 km por cima da superfície do planeta e ao longo de um período de 10 anos venusianos (6 anos terrestres), os cientistas foram capazes de monitorizar padrões a longo termo nas velocidades globais dos ventos.

Quando a Venus Express chegou ao planeta em 2006, a velocidade média dos ventos no topo das nuvens a latitudes de 50º dos dois lados do equador rondava os 300 km/h. Os resultados de dois estudos separados revelaram que estes ventos já extremamente rápidos estão a tornar-se ainda mais velozes, subindo para 400 km/h ao longo da missão.

"Este é um enorme aumento nas velocidades já elevadas dos ventos na atmosfera. Esta grande variação nunca foi antes observada em Vênus, e não compreendemos ainda porque é que ocorreu," afirma Igor Khatuntsev do Instituto de Pesquisas Espaciais em Moscovo e autor principal do artigo russo a ser publicado na revista Icarus.

A equipe do Dr. Khatuntsev determinou as velocidades dos ventos ao medir como as características das nuvens se moviam entre imagens: mais de 45.000 características foram minuciosamente seguidas à mão e mais de 350.000 outras características foram seguidas automaticamente usando um programa de computador.

Num estudo complementar, uma equipe japonesa usou o seu próprio método automatizado de monitorização de nuvens para derivar os seus movimentos: os seus resultados serão publicados na revista Journal of Geophysical Research.

No entanto, acrescentando este aumento a longo prazo na velocidade média do vento, ambos os estudos também revelaram variações regulares ligadas com a hora local do dia, com a altitude do Sol por cima do horizonte e com o período de rotação de Vênus.

Uma oscilação normal ocorre aproximadamente a cada 4,8 dias perto do equador e pensa-se que esteja ligada com ondas atmosféricas a altitudes mais baixas.

Mas a pesquisa também revelou algumas curiosidades mais difíceis de explicar.

"A nossa análise dos movimentos das nuvens a baixas altitudes no hemisfério sul mostrou que durante os seis anos de estudo, a velocidade dos ventos mudou até 70 km/h ao longo de uma escala de tempo de 255 dias terrestres - um pouco mais de um ano em Vênus," afirma Toru Kouyama do Instituto de Pesquisas Tecnológicas em Ibaraki, Japão.

As duas equipes também viram variações dramáticas na velocidade média do vento entre órbitas consecutivas da Venus Express em redor do planeta.

Em alguns casos, as velocidades dos ventos a baixas altitudes variaram de tal forma que as nuvens completaram uma viagem em torno do planeta em 3,9 dias, enquanto em outras ocasiões levaram 5,3 dias.

Os cientistas atualmente não têm explicação para qualquer destas variações, ou para o aumento global a longo prazo nas velocidades dos ventos.

"Embora não haja evidências claras de que as velocidades médias globais dos ventos têm aumentado, são necessárias mais investigações a fim de explicar o que impulsiona os padrões de circulação atmosféricas e para explicar as mudanças observadas em áreas localizadas e em prazos mais curtos," afirma Håkan Svedhem, cientista do projeto Venus Express da ESA.


"A super-rotação atmosférica de Vênus é um dos grandes mistérios por explicar do Sistema Solar. Estes resultados só acrescentam mais mistério, à medida que a Venus Express continua a surpreender-nos com as suas observações deste planeta dinâmico e em mudança."

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Estudo revela novos dados sobre funcionamento dos buracos negros


O Observatório Austral Europeu (ESO, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira a descoberta de um buraco negro no qual parte do pó circundante é repelido em forma de ventos frios, o que põe em xeque as atuais teorias e revela como estas regiões evoluem e interagem com seu entorno.

Com a ajuda do telescópio VLT do ESO, situado no deserto de Atacama (Chile), uma equipe de cientistas pôde observar que o pó que rodeia o gigantesco buraco negro do centro de uma galáxia ativa não se encontra sozinho nessa área circundante como era de se esperar, mas que parte do mesmo é repelido e se encontra em cima e embaixo dela.

Ao longo dos últimos 20 anos, os astrônomos do ESO descobriram que quase todas as galáxias têm um enorme buraco negro em seu centro, alguns dos quais crescem atraindo matéria de seu entorno e criam, durante o processo, o objeto de maior energia do universo: os núcleos de galáxias ativos (AGN, em inglês).

As regiões interiores destas brilhantes regiões são rodeadas por um anel em forma de rosca composto de pó cósmico arrastado do espaço circundante, algo similar ao que acontece quando a água forma um pequeno redemoinho ao redor de um ralo. Até agora, os cientistas achavam que a maior parte da forte radiação infravermelha que provinha dos AGN se originava nessa área.

Como explica o autor principal do artigo que apresenta estes novos resultados, Sebastian Hönig, se trata da primeira vez que se pôde combinar observações detalhadas no infravermelho médio do pó frio que rodeia um AGN, com observações de quase mesma precisão do pó muito quente.

O pó recentemente descoberto forma uma corrente de vento frio que sai do buraco negro e que, supõem, deve ter um papel importante na complexa relação existente entre o buraco negro e seu entorno.

O buraco negro satisfaz seu insaciável apetite se alimentando do material circundante, mas a intensa radiação que este processo produz também parece estar expulsando material, embora não seja muito clara a forma como estes dois processos se juntam para permitir que os buracos negros supermassivos cresçam e evoluam no interior das galáxias.


O passo seguinte, disse Hönig, é a colocação em funcionamento do Matisse, um instrumento de segunda geração que permitirá combinar os Telescópios Unitários do VLT de uma vez só e observar simultaneamente o infravermelho próximo e o infravermelho médio, proporcionando assim dados muito mais detalhados.

Astronauta chinesa dá "aula no espaço" para 60 mil de crianças do país


A astronauta chinesa Wang Yaping, 33 anos, deu uma aula nesta quinta-feira a bordo da nave espacial Shenzhou X, que foi retransmitida ao vivo para 60 milhões de crianças do país asiático, na primeira vez que a China fez este tipo de atividade no espaço.

Wang, a segunda mulher astronauta da China, mostrou aos estudantes do ensino médio do país asiático o funcionamento de algumas leis da física na gravidade zero e, como uma típica professora, fez perguntas às crianças para que estes demonstrassem seus conhecimentos, um evento que foi retransmitido por vários canais da emissora estatal CFTV.

A bordo do módulo espacial, Wang apresentou às crianças os seus companheiros de viagem, os astronautas Zhang Xiaoguang (que gravou a classe com uma câmera de vídeo) e Nie Haisheng, o comandante de voo, que fez uma pirueta no ar para mostrar aos estudantes a ausência de gravidade.

Depois, com pêndulos, giroscópios e gotas d'água flutuando no ar, Wang mostrou às crianças vários fenômenos que ocorrem com a ausência de gravidade, uma aula que mais parecia um espetáculo de mágica.

A China é o terceiro país do mundo com capacidade para enviar astronautas para o espaço (depois de Estados Unidos e Rússia) e busca uma maior aproximação do programa espacial - que é cercado de segredos por sua origem militar - com a sua população, dez anos depois do primeiro voo tripulado.

A jovem astronauta, piloto das Forças Aéreas da China, passa a fazer parte do seleto grupo de "professores espaciais" da história, e que foi iniciado com uma tragédia, pois a primeira astronauta designada para dar uma aula no espaço, a americana Christa McAuliffe, morreu no acidente da nave Challenger em 1986.

Após o acidente, outra americana - Barbara Morgan - continuou o programa dos "professores no espaço" 12 anos depois, na viagem do Endeavour em 1998. Barbara enviou na semana passada uma carta de felicitação a Wang Yaping, na qual lhe desejou sucesso em sua empreitada espacial.


"Você vai estar muito ocupada lá em cima, mas reserve um tempo para olhar pela janela", disse Barbara em sua carta, enviada "em nome dos professores e estudantes de todo o mundo".

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Bola de fogo é registrada nos céus do Brasil na terça


Uma bola de fogo pôde ser vista nos céus do País no final da noite de terça-feira. Segundo o professor Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos, tudo indica que o objeto era um foguete chinês, lançado há seis dias para colocar em órbita um satélite e que queimou ao retornar à atmosfera.

Segundo Rojas, a trajetória e o tempo de reentrada estavam previstos e coincidem, o que indica que realmente era o foguete chinês. "Todo foguete que é lançado em órbita, ele acaba caindo de volta na Terra. Ele é queimado na reentrada, isso é calculado (...) se sobrou alguma bomba, ela caiu no oceano", diz o professor, que complementa que esse tipo de evento é considerado comum.

O evento foi registrado em vídeo e publicado no Youtube:


Nasa lança iniciativa para rastrear asteroides que ameaçam a Terra


A Nasa lançou nesta terça-feira, dia 18, uma ampla iniciativa que envolve as agências federais, a comunidade científica, o setor industrial, as universidades e o público em geral, com a finalidade de rastrear e capturar asteroides que poderiam ser uma ameaça para o mundo.

"A Nasa já trabalha no acompanhamento de asteroides que poderiam representar um perigo para o nosso planeta e, apesar de termos encontrado 95% dos maiores (com mais de um quilômetro de diâmetro), cuja órbita está perto da Terra, temos que detectar a todos", declarou a administradora adjunta da Agência Federal americana, Lori Garver.

​Este projeto completa uma missão que consistirá em que uma nave não tripulada capture um asteroide e o reboque até a órbita lunar, onde poderia ser estudado por astronautas.

A caça de asteroides ganhou maior urgência desde 15 de fevereiro, no dia de uma passagem antecipada de um destes objetos muito perto da Terra e da surpreendente queda de um asteroide de 15 metros de diâmetro na Rússia. Este último, ao se desintegrar, provocou uma onda de choque que quebrou muitas janelas, ferindo centenas de pessoas.


Em um contexto de orçamento curto, a Nasa também se esforça por desenvolver outros sistemas capazes de localizar objetos celestes pequenos. Além disso, financia um projeto da Universidade do Havaí chamado Atlas (Sistema de Alerta do Impacto Terrestre de Asteroides), que vasculhará todo o céu a cada noite e detectará asteroides com diâmetro de 45 metros uma semana antes de um impacto na Terra.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Telescópio financiado pelo público pode ampliar acesso à exploração espacial


Um novo caminho para a exploração espacial foi lançado em 29 de maio. A Planetary Resources, companhia americana que pretende minerar asteroides, criou campanha de crowdfunding para desenvolver um telescópio espacial de uso compartilhado.

O valor almejado, de US$ 1 milhão, deve ser atingido em breve.

O diferencial não reside na tecnologia do Arkyd 100, como foi batizado o telescópio, mas em seu sistema de financiamento público, via Kickstarter, até então inédito para essa finalidade. Conforme a porta-voz da empresa, Stacey Tearne, o projeto quebra barreiras de acesso ao espaço e coloca a tecnologia de exploração avançada nas mãos de cientistas e estudantes.

Uma contribuição de US$ 25, além de colaborar para a viabilização do projeto, garante ao doador uma foto sua no espaço. A imagem escolhida será exibida em tela LCD no próprio Arkyd, cujo conjunto de câmeras fará o registro fotográfico com o planeta Terra ao fundo. Em seguida, o arquivo é transmitido ao financiador.

Quanto maior a doação, maiores são os benefícios. Quem colabora com US$ 10 mil, por exemplo, tem direito a: alocação de tempo de uso para instituição de ensino a sua escolha, foto de si mesmo em alta definição no espaço, ingressos para os eventos de conclusão do telescópio e de seu lançamento, assinatura na aeronave, acesso ao telescópio para observações detalhadas e um ano de associação na Sociedade Planetária, nos Estados Unidos.

Até 18 de junho, o total arrecadado já atingia quase US$ 920 mil, comprovando o sucesso da iniciativa. Stacey explica que qualquer recurso captado além da meta vai ser direcionado para ampliação do acesso ao Arkyd para salas de aula, museus e centros de ciência, além do uso adicional para os apoiadores individuais via Kickstarter.

Apoio

O projeto conquistou adeptos importantes, como os atores Seth Greeen, Brent Spiner e Rob Picardo, o cientista e apresentador Bill Nye (conhecido como “the Science Guy”), o cineasta e futurista Jason Silva, o executivo Richard Branson, da companhia Virgin, e a astrofísica Sara Seager, que define a iniciativa como “fantástica”. “Arkyd pode preparar o terreno para uma espécie de revolução no acesso barato ao espaço”, diz ela.

Segundo Sara, o projeto abre um espaço democrático, bem distante dos modelos adotados pelas agências espaciais. Ela também destaca que o Arkyd 100 é muito mais barato do que qualquer outro telescópio espacial até hoje. “Uma versão mais sofisticada de seu telescópio pode ser útil para minha própria pesquisa científica”, completa a professora de Ciências Planetárias no renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Quem também revela entusiasmo com o projeto é Jason Silva. Para ele, o Arkyd é um instrumento maravilhoso, que amplia o nervo óptico da humanidade. “Representa o melhor de nós: o nosso desejo de exploração, de testar os nossos limites e de superá-los”, afirma.

O futurista acrescenta ainda que apoia o projeto por enxergar nele referenciais do seu trabalho, que se concentra em celebrar criatividade e tecnologia. “Parte do que eu faço é promover grandes ideias e torná-las acessíveis a um público mais vasto. Eu acho que o Arkyd era uma aliança natural por compartilharmos a mesma mensagem”, diz.

Acesso

Naelton Mendes de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, entende que a ideia é, ao mesmo tempo, revolucionária e inevitável. Segundo ele, o acesso ao espaço já deixou de ser um privilégio governamental há décadas, lembrando de satélites de telecomunicação postos em órbita e operados por empresas privadas desde os anos 1970. “Um telescópio espacial para buscar asteroides mineráveis é uma novidade interessante”, avalia.

Para Araújo, o projeto Arkyd é consequência natural da expansão dos negócios humanos para ambientes novos abertos pela exploração espacial. “As empresas vão aonde há lucros, e o espaço está cheio de recursos preciosos”, diz.

O astrônomo também considera que a ideia de pequenas contribuições financeiras financiarem um veículo espacial é muito estimulante, mesmo que seja um satélite tão pequeno. Sobre a tecnologia empregada, entende que não há nada avançado, mas destaca a síntese de anos de pesquisa espacial compactada em um pequeno aparelho.

“A miniaturização, a simplicidade e a versatilidade do Arkyd são a grande vantagem competitiva. São pequenos, baratos e podem ser feitos rapidamente, o que não pode ocorrer com satélites comuns, que são praticamente feitos sob encomenda”, afirma.

Araújo comenta que, além do modelo orbital 100 (em órbita terrestre), existem planos para naves interceptoras e que ficariam ao redor dos asteroides (modelos 200 e 300). “Isso vai exigir propulsão e computação poderosos. Esses modelos mais avançados têm de ser maiores e mais complexos”, adianta.


De acordo com Araújo, esse pode se tornar o princípio de um novo modelo de financiamento para projetos de ciência espacial. “Até projetos mais ousados podem ser empreendidos no futuro, à medida que a tecnologia barateia os veículos lançadores, que são a parte mais sensível da indústria espacial”, conclui.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Pesquisadores criam Rede Brasileira de Astrobiologia


Com o objetivo de integrar a comunidade científica e partilhar os trabalhos, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo (NAP-Astrobio/USP) e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) criaram a Rede Brasileira de Astrobiologia (RBA).

Para viabilizar o sistema de troca de informações, instituições de diversos estados contribuíram na criação da RBA. O site www.astrobilogia.net.br está em funcionamento desde maio deste ano.

"A ideia da rede é criar um sistema, em princípio, virtual para aumentar a integração de pesquisadores e educadores na área de astrobiologia no Brasil. Como essa é uma área relativamente recente no país, tanto em pesquisa quanto em educação, as pessoas ainda não se conhecem muito bem e falta informação de quem faz o que e sobre qual assunto", explicou Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, também pesquisador associado do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP e um dos fundadores da rede.

Por astrobiologia, disse Galante, entende-se uma área multidisciplinar. "Astrobiologia é uma área de pesquisa relativamente recente no país e no mundo. A ideia dessa área é entender o fenômeno da vida no universo: quais os processos que levaram à origem da vida no nosso planeta, como ela se desenvolveu e evoluiu no planeta ao longo do tempo, como esse desenvolvimento foi alterado, como a biologia está relacionada a fenômenos astronômicos e astrofísicos e como a vida se distribuiu no nosso planeta, entre outros", disse o pesquisador.

Para incluir o trabalho de pesquisa na rede basta entrar no site, na seção chamada Associe-se. Não há cobrança de taxa de inscrição ou de mensalidade. No entanto, é necessário comprovar que o trabalho realmente exista. O pedido de associação de qualquer membro ou trabalho será avaliado pela Comissão de Implantação, que poderá ou não aceitar o pedido.


"Na seção Associe-se será preenchido um formulário no qual se informa, além dos dados básicos (do pesquisador), os dados do trabalho que está sendo desenvolvido nessa área. As informações são enviadas para a coordenação da rede, da qual faço parte, e serão analisadas. Uma vez que, de fato, elas sejam comprovadas, o cadastro será incluído e ficará disponível online", explicou Galante, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, qualquer pessoa poderá consultar o banco de dados.

sábado, 15 de junho de 2013

Hubble pode ter descoberto planeta que "não deveria existir"


Astrônomos descobriram com o uso do telescópio Hubble evidências da formação de um planeta a 12 bilhões de quilômetros de sua estrela, o que desafia uma das teorias mais aceitas, afirma a Nasa - a agência espacial americana.

O estudo foi divulgado na publicação especializada The Astrophysical Journal nesta sexta-feira.

Já foram descobertos mais de 900 planetas fora do Sistema Solar, mas este é o primeiro encontrado tão distante de sua estrela. Para se ter ideia, ele orbita a anã vermelha TW Hydrae, que fica a 176 anos-luz da Terra, a cerca do dobro da distância de Plutão em relação ao Sol.

Com o uso do Hubble, os astrônomos encontraram uma falha de 1,9 bilhão de quilômetros de diâmetro no disco protoplanetário de gás e poeira que fica ao redor da estrela e tem cerca de 66 bilhões de quilômetros. É esse buraco que indica que existe um planeta ali e que teria se formado pela aglutinação do material ao seu redor, o que deixou o vazio no disco.

Conforme uma das teorias mais aceitas, um planeta a 12 bilhões de quilômetros de seu sol deveria levar 2 bilhões de anos para se formar. O problema é que TW Hydrae tem apenas 8 milhões de anos - ele dificilmente teria planetas, segundo essa proposição. Complica ainda mais o dado que indica que essa estrela tem apenas 55% da massa do nosso Sol.

"É tão intrigante ver um sistema como esse", diz John Debes, do Instituto Space Telescope Science, nos Estados Unidos, e líder do estudo. "Esta é a estrela com menor massa que observamos a ter esse tipo de falha."

Uma teoria alternativa pode explicar o que acontece no sistema. O disco poderia se tornar gravitacionalmente instável e colapsar, o que, segundo este cenário, levaria a uma formação rápida de um planeta - em "apenas" milhares de anos.


"Se conseguirmos realmente confirmar que há um planeta ali, nós poderíamos conectar suas características com as propriedades da falha", diz Debes. "Isso pode adicionar teorias de formação planetária para (entendermos) como realmente um planeta se forma a uma longa distância (de sua estrela).".

Pela primeira vez, espaçonave da Nasa será reutilizável


Desde que aposentou os ônibus espaciais, em 2011, a Nasa - agência espacial americana - tem sido obrigada a alugar a estrutura da Rússia para levar seus astronautas ao espaço. No entanto, os Estados Unidos ter suas próprias naves espaciais funcionando novamente em breve.

Chamado de Orion, o novo veículo será capaz de transportar astronautas até a órbita da Terra, à Lua, as asteroides e, eventualmente, até Marte.

Apesar de ter um formato semelhante ao das cápsulas da missão Apollo, a nova espaçonave é uma máquina completamente redesenhada. Diferente dos veículos desenvolvidos anteriormente, a Orion - cujo primeiro voo está previsto para 2017 - pode ser reaproveitada. Ela consiste em três seções básicas: um módulo para a tripulação, um módulo de serviço e um sistema para abortar o lançamento. Um poderoso novo foguete será responsável por levar a Orion para o espaço.

É o módulo destinado aos astronautas, em particular, que poderá ser reciclado para utilização em várias viagens espaciais. Tornar uma nave reutilizável não é uma tarefa fácil: desde a chegada do homem à Lua na missão Apollo 11, a maior parte dos veículos espaciais tripulados conseguiu retornar com segurança à Terra ao pousar no oceano. Ainda que sejam mais fáceis, do ponto de vista da engenharia - já que a cápsula em queda não precisa desacelerar tanto para um impacto na água e dispositivos de amortecimento são dispensáveis -, esse tipo de aterrissagem também é mais caro, uma vez que a água salgada costuma destruir a parte eletrônica da nave.


Com essa inovação, a espaçonave Orion terá um custo de operação menor a longo prazo.

Sonda vai enviar minilaboratório para pousar em núcleo de cometa


Um projeto concebido há duas décadas está perto de ser concluído, depois de quase dez anos de viagens pelo Sistema Solar.

A sonda espacial europeia Rosetta, lançada em 2004, deverá sobrevoar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014, além de enviar um minilaboratório, o Philae, para pousar no núcleo do corpo celeste, um feito inédito.

Cometas são verdadeiros "fósseis" espaciais, surgidos há bilhões de anos e mantendo basicamente a mesma composição química.

Ao passarem perto do Sol, criam a famosa cauda luminosa que os caracteriza, ejetando poeira, água e outras substâncias.

A ESA (Agência Espacial Europeia) já tinha tradição no estudo desse tipo de astro. A sonda Giotto passou a meros 600 km do núcleo do cometa Halley em 1986. Foi um feito impressionante, que deu ímpeto ao ainda mais ambicioso projeto Rosetta.

O nome da sonda é uma homenagem à Pedra de Roseta, encontrada no Egito e que ajudou a decifrar a antiga escrita egípcia de hieróglifos, pois o mesmo texto também está escrito em grego; Philae é uma ilha onde foi achado um obelisco também usado na decifração.

As duas sondas também pretendem "decifrar" os enigmas dos cometas.

A ideia foi aprovada em 1993 e seu projeto começou em 1996, na empresa Astrium, a maior do setor espacial na Europa. Desde então o engenheiro Gunther Lautenschlaeger está envolvido com a missão.

"Em primeiro lugar, estou esperando nervosamente o despertar da Rosetta em janeiro de 2014 e interessado em saber como o 'nosso bebê' sobreviveu a mais de dois anos sem nenhum contato com a Terra", afirmou Lautenschlaeger à Folha.

A Rosetta vai monitorar a passagem do cometa pelo Sistema Solar, com especial atenção para sua atividade ao ser aquecido pelo Sol.

O laboratório Philae vai estudar a composição do núcleo do cometa. O módulo de pouso vai fazer um furo de 20 cm de profundidade para coletar amostras para análise pelo laboratório de bordo.

Graças a novas tecnologias de células solares, a sonda é a primeira a ir além do cinturão de asteroides dependendo apenas de energia solar, em vez dos tradicionais geradores térmicos.
A 800 milhões de quilômetros do Sol, o nível de radiação é apenas 4% daquele que atinge a Terra.

"Nenhuma missão anterior viajou tão longe no espaço profundo, perto de Júpiter, apenas com painéis solares; ela é com certeza uma 'espaçonave verde'", disse o engenheiro, gerente do projeto na Astrium.

A sonda tem dois painéis solares de 14 metros de comprimento cada um. Os 11 instrumentos a bordo ficam concentrados no lado que será direcionado ao cometa e são capazes de medir a composição, a massa e o fluxo de poeira do núcleo, além da interação do cometa com o vento solar de partículas carregadas eletricamente.

"Creio que a sonda vai se encontrar precisamente com o cometa e escoltá-lo chegando mais perto do Sol. Aqui começará a incerteza, com coisas como erupções e poeira. Mas a Rosetta foi projetada para sobreviver", disse Lautenschlaeger, que há dezessete anos aguarda pelo sucesso final da missão.

A parte mais "perigosa" dessa trajetória, no entanto, é o passo final, a ser dado em novembro de 2014: o pouso do minilaboratório Philae no núcleo do cometa.

Segundo o engenheiro, o módulo foi projetado para áreas de pouso extremas, mas a gravidade do cometa, cujo núcleo tem 4 km de diâmetro, é muito baixa. "E ninguém sabe exatamente o que há na superfície", afirmou.

"Pode ser poeira macia, na qual ele vai afundar; ferrita sólida, na qual pode se arrebentar; ou uma superfície de fendas, onde pode cair de lado ou de cabeça para baixo."

O que resta às equipes é cruzar dedos até 2014.

Astronautas chineses entram em módulo espacial


Os três astronautas chineses entraram esta terça-feira em um módulo espacial, depois de terem realizado com sucesso uma manobra de conexão, informou a imprensa estatal, dois dias depois do lançamento da missão espacial mais longa iniciada pelo país.

Os astronautas entraram no módulo espacial Tiangong-1 às 08h17 GMT (05h17 de Brasília), quase três horas depois de sua nave, Shenzhou-10, se acoplar ao laboratório espacial em uma "conexão automática", indicou a agência oficial Xinhua, que citou o Centro de Controle Aeroespacial de Pequim.

Os três, entre os quais está a segunda mulher chinesa a viajar ao espaço, passarão 15 dias em órbita. A manobra de conexão foi a quinta a ser realizada entre uma nave de tipo Shenzhou e um módulo espacial, acrescentou a Xinhua.


Para o regime comunista de Pequim, seu caro programa espacial é um símbolo de seu crescente poder global e do aperfeiçoamento do conhecimento técnico dos chineses.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quantidade inédita de buracos negros é descoberta perto da Via-Láctea


Astrônomos descobriram um número sem precedentes de buracos negros na galáxia de Andrômeda, umas das mais próximas da nossa Via-Láctea.

Com base em mais de 150 observações realizadas com o telescópio espacial Chandra ao longo de 13 anos., pesquisadores da Nasa (agência espacial americana) identificaram 26 possíveis buracos-negros - o maior número já descoberto em uma galáxia além daquela na qual vivemos. Muitos especialistas consideram Andrômeda uma galáxia-irmã da Via-Láctea, e as duas vão eventualmente colidir, daqui a bilhões de anos.

"Apesar de estarmos empolgados por encontrar tantos buracos negros em Andrômeda, achamos que essa é apenas a ponta do iceberg", afirmou Robin Barnard, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian em Cambridge e principal autor do estudo que relata esses resultados. "A maior parte dos buracos negros não tem companhias próximas e são invisíveis para nós."

Esses candidatos a buracos negros pertencem à categoria dos buracos negros estelares, tendo se formado a partir da morte de estrelas muito massivas e, em geral, têm entre cinco e 10 massas solares. Astrônomos são capazes de detectar esses objetos, de outra maneira invisíveis, quando existe material sendo puxado de uma estrela companheira e esquentado para produzir radiação antes de desaparecer.

A imagem mostra 28 dos 35 possíveis buracos negros - os outros sete candidatos já haviam sido descobertos em um estudo anterior. Sete deles estão a menos de mil anos-luz do centro da galáxia de Andrômeda: quantidade maior do que o número de possíveis buracos negros com propriedade similares localizados próximos ao centro da Via-Láctea. Esse dado, porém, não surpreende os astrônomos, uma vez que o número de estrelas no meio de Andrômeda é maior, permitindo a formação de mais buracos negros.


Andrômeda, também conhecida como Messier 31 (M31), é uma galáxia espiral localizada a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância da Terra. Astrônomos consideram que a Via-Láctea e a galáxia de Andrômeda vão colidir daqui a bilhões de anos. De acordo com as projeções, os buracos negros localizados em ambas as galáxias vão então residir na grande galáxia elíptica que resultar desa fusão.

Gelo seco pode ter provocado fendas nas dunas de Marte, diz Nasa


Uma pesquisa divulgada pela Agência Espacial Americana (Nasa, na sigla em inglês) aponta que blocos de CO2 congelados - também conhecido como gelo seco - podem ter deslizado pelas dunas de areia de Marte, provocando sulcos no terreno.

Segundo a Nasa, esse processo explicaria as marcas nas dunas mostradas por imagens captadas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter.

"Eu sempre sonhei em ir para Marte", disse Serina Diniega, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, na Califórnia, e principal autora do estudo, publicado pela revista Icarus. "Agora eu sonho em fazer snowboarding nas dunas de areia marciana sobre um bloco de gelo seco", brincou a especialista.

Os sulcos nas encostas de Marte, chamados de voçorocas lineares, apresentam largura relativamente constante de alguns metros, com as bordas elevadas. Ao contrário do que ocorre na Terra, com a erosão provocada pelo sulcos do fluxo de água, as ranhuras de Marte não apresentam acúmulo de detritos em seu final.


Comparando as imagens de diferentes períodos em Marte, os cientistas concluíram que os sulcos são formados normalmente durante o começo da primavera.

Astrônomos descobrem novo tipo de estrela de brilho variável


Um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) descobriu um novo tipo de estrela variável. Segundo os astrônomos, esses astros apresentam minúsculas variações de 0,1% do brilho normal em períodos que variam de duas a 20 horas.

Pouco mais quentes e brilhantes que o Sol, as estrelas do aglomerado NGC 3766 foram estudadas durante sete anos com um nível de precisão duas vezes superior ao de pesquisas anteriores. “Chegamos a este nível de sensibilidade graças à alta qualidade das observações combinada com uma análise dos dados extremamente cuidadosa”, diz Nami Mowlavi, líder da equipe de investigação.

“Mas também porque levamos a cabo um extenso programa de observação que durou sete anos. Provavelmente não teria sido possível obter tanto tempo de observação num telescópio maior”. Os cientistas utilizaram telescópio de 1,2 metro Leonhard Euler, que fica no Chile, considerado "relativamente pequeno" pelo observatório.

O estudo das estrelas variáveis ou pulsantes (cujo brilho aparente varia com o tempo) é chamado de astrosismologia, já que os cientistas tentam entender as vibrações complexas dos interiores das estrelas. “A existência desta nova classe de estrelas variáveis constitui por si só um desafio aos astrofísicos”, diz Sophie Saesen, também membro da equipe. “Os modelos teóricos atuais preveem que sua luz não deveria sequer variar de maneira periódica, por isso os nossos esforços atuais estão focados em descobrir mais sobre o comportamento deste novo tipo tão estranho de estrelas.”

Apesar de não se ter certeza sobre a causa da variação do brilho das estrelas, os pesquisadores acreditam que há uma relação com a rápida rotação desses astros. Eles giram a mais que metade de sua velocidade crítica (quando começam a se tornar instáveis e lançar matéria ao espaço).


"Nestas condições, a rotação rápida terá um impacto importante nas propriedades internas das estrelas, no entanto ainda não conseguimos modelar as variações de luz adequadamente”, explica Mowlavi. “Esperamos que a nossa descoberta encoraje especialistas a estudar este assunto, no sentido de percebermos a origem destas misteriosas variações."

terça-feira, 11 de junho de 2013

China lança três astronautas ao espaço em sua quinta missão tripulada


Os astronautas Wang Yaping, Zhang Xiaoguang e Nie Haisheng partiram nesta terça-feira da base espacial de Jiuquan, na China, a bordo da espaçonave Shenzhou X, na quinta missão tripulada realizada pelo país asiático.

O lançamento aconteceu às 17h38 locais (6h38 de Brasília), de acordo com o horário previsto. O presidente da China, Xi Jinping, acompanhou a operação no local.

Wang é a segunda mulher astronauta chinesa a viajar ao espaço, e Nie o primeiro piloto do país a sair da Terra pela segunda vez, já que fez parte da tripulação do Shenzhou VI, em 2005.

Após cinco minutos do lançamento, a espaçonave se desprendeu dos foguetes propulsores e pouco depois entrou em órbita, ativando os painéis solares que abastecerão o veículo de energia durante seus 15 dias de missão.

A televisão estatal CFTV, que transmitiu ao vivo o lançamento, mostrou imagens da cabine e dos astronautas, que fizeram uma saudação militar para mostrar que tudo corria bem.

Com esta viagem, a China prossegue seu trabalho para o desenvolvimento de uma estação espacial internacional por volta de 2020.

A espaçonave Shenzhou X deverá se acoplar com a base orbital Tiangong I para que os astronautas realizem experimentos e operações de conserto em seu interior.


Além disso, como grande novidade desta viagem, Wang, de 33 anos, dará por videoconferência uma aula de física aos estudantes do ensino primário e secundário da China.

Deixando o Sistema Solar, Voyager segue em busca do meio interestelar


O primeiro objeto terráqueo a deixar o Sistema Solar. A candidata é a Voyager 1, sonda de exploração espacial lançada há 35 anos pela Nasa.

A possibilidade de que ela já houvesse chegado ao espaço interestelar foi aventada em estudo publicado em março, na revista Geophysical Research Letters. Mas grande parte da comunidade científica, inclusive a agência espacial americana, acredita que a viajante ainda não tenha atravessado a fronteira. Segundo estimativas, o marco poderá ser comemorado em menos de uma década.

Com base no relatório, cuja autoria principal recai sobre o astrônomo Bill Webber, professor da Universidade Estadual do Novo México, a União Americana de Geofísica chegou a anunciar o feito como definitivo, para logo se corrigir e descrever a posição da Voyager como uma nova região do espaço. A agitação na comunidade científica foi imediata, e a Nasa apressou-se em declarar que o limite do Sistema Solar ainda não havia sido cruzado. Desde então, viu-se aumentada a expectativa dessa confirmação e do que a Voyager encontrará no desconhecido.

Transição

Para o doutor em Astrofísica Alexandre Zabot, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), não há um ponto que marque o fim do Sistema Solar. Ele fala em uma área de transição, passando de uma região onde o Sol é a maior influência para uma região onde as outras estrelas exercem esse papel. “Atualmente, as Voyagers estão nessa região de transição”, diz, referindo-se às sondas 1 e 2 - que distam 3 bilhões de quilômetros entre si.

A Voyager 1 está a 18,4 bilhões de quilômetros da Terra. Apesar de ter sido enviada ao espaço duas semanas depois da Voyager 2, realizou trajetória elíptica que a colocou em vantagem na missão interestelar e, por isso, recebeu o número 1.

Zabot acredita que há consenso na classe científica quanto ao não ingresso da sonda no espaço interestelar. A dúvida, explica o astrofísico, reside no desconhecimento quanto ao tamanho da região de transição. Enquanto o fim não for alcançado, restará a dúvida se as Voyagers estão mais perto da parte de fora do Sistema Solar ou da parte de dentro.

“Sabemos que, quando este momento chegar, o campo magnético não será mais o do Sol, e as principais partículas também não serão mais oriundas dele, mas esse é um momento que ainda não chegou”, afirma.

As estimativas do tempo restante para o meio interestelar são imprecisas. Zabot entende que, com base em modelos e observações astronômicas, é possível aguardar que a passagem por essa região ocorra nos próximos anos, em menos de uma década. Em dezembro, Edward Stone, cientista do projeto Voyager, declarou que a aposta da Nasa é de alguns meses a dois anos.

Surpresas

Após as espaçonaves deixarem a região dominada pelo Sol, será possível analisar os dados obtidos e declarar, oficialmente, em que faixa de distâncias acaba o Sistema Solar. Essa será apenas mais uma das conquistas proporcionadas pela Voyager, entre aquelas que ainda são aguardadas com certa curiosidade.

Zabot acredita que o meio interestelar seja muito mais calmo do que o ambiente do Sistema Solar, devido a menor quantidade de partículas encontradas e a sua velocidade. Outro ponto aguardado refere-se ao campo magnético, o qual, não sendo mais governado pelo Sol, pode ser mais irregular.

“Podemos ter surpresas, mas não se sabe quais serão. Seria interessante que as tivéssemos, pois poderíamos aprender muito a partir delas”, afirma o astrofísico, lembrando que a Ciência respira surpresas.

Vento solar

O principal indicativo considerado para declarar completa a transição das sondas à zona interestelar está no chamado vento solar, que são as partículas emitidas pelo astro (prótons e elétrons, principalmente). A Voyager 1 detectou uma queda abrupta de velocidade do vento solar, ou seja, um declínio da intensidade de partículas energéticas vindas do Sol. O fato aponta para uma aproximação da sonda do meio interestelar.

Conforme Zabot, todas as estrelas emitem essas partículas a partir de suas atmosferas, atingindo os planetas. No caso da Terra, podem danificar satélites ou afetar a saúde de astronautas em órbita se não estiverem bem protegidos. “As auroras boreais e austrais também são causadas por elas”, exemplifica.

Missão cumprida

A Voyager 1 foi lançada ao espaço em 5 de setembro de 1977, com a missão de visitar e estudar Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do Sistema Solar. Juntas, as sondas 1 e 2 revelaram detalhes dos anéis de Saturno, descobriram os anéis de Júpiter e passaram ainda por Urano, Netuno e 48 luas.

A missão para a qual foi criada concluiu-se em 1980, mas a Voyager 1 segue enviando informações importantes, embora a comunicação com a Terra esteja cada vez mais lenta - os dados transmitidos à Nasa demoram mais de 16 horas para serem detectados.

Para Alexandre Zabot, surpreende a capacidade dos equipamentos a bordo continuarem funcionando, inclusive as antenas que permitem a comunicação com a Terra. “Guardadas as devidas proporções, a tecnologia a bordo das espaçonaves Voyager é muito avançada e robusta, mesmo tendo sido feita há quase quatro décadas”, conclui.

China envia pela segunda vez uma mulher ao espaço


A China enviará na terça-feira, pela segunda vez, uma mulher ao espaço para sua missão espacial mais longa, um novo passo em direção ao objetivo de uma estação espacial chinesa até 2020, indicaram as autoridades do programa espacial.

A decolagem do foguete Longa Marcha com módulo Shenzhou-10 está prevista para terça-feira às 9h38 GMT (6h38 no horário de Brasília), anunciou Wu Ping, porta-voz do programa espacial tripulado da China.

A tripulação ficará em órbita por 15 dias, e contará com uma mulher, Wang Yaping, a segunda enviada por Pequim ao espaço. Em outra coletiva de imprensa, na qual apareceu ao lado de seus dois companheiros de missão, a astronauta disse que iria dar aulas online para estudantes chineses.

Aos 33 anos, Wang é major do Exército Popular de Libertação (EPL) e membro do Partido Comunista Chinês (PCC), informou a agência oficial de notícias Nova China.

O comandante do voo, Nie Haisheng, general de 48 anos do EPL, que esteve a bordo do voo Shenzhou-6, assegurou à imprensa que Shenzhou-10 "fará uma missão gloriosa". O terceiro astronauta, Zhang Xiaoguang, é um coronel de 47 anos.

O módulo deve atracar no laboratório Tiangong-1, uma operação essencial para a conclusão de uma estação espacial completa, capaz de acolher astronautas durante períodos prolongados.


A China desenvolve um ambicioso programa espacial, que prevê enviar um homem para a Lua e uma estação espacial até 2020. O país enviou o primeiro homem ao espaço em 2003, mas seus recursos continuam a ser inferiores aos dos Estados Unidos.

domingo, 9 de junho de 2013

Asteroide do tamanho de um caminhão passa pela Terra


Um asteroide do tamanho de um pequeno caminhão passou pela Terra em distância quatro vezes mais próxima que a Lua neste sábado, o último de uma sequência de objetos celestiais que passaram pelo planeta, e que aumentou a consciência sobre impactos potencialmente perigosos no planeta.

Segundo a Agência Espacial norte-americana (Nasa, na sigla em inglês) o asteroide 2013 LR6 foi descoberto cerca de um dia antes de sua aproximação à Terra, que ocorreu à 1h42 (horário de Brasília) deste sábado a cerca de 105 mil quilômetros sobre o Oceano Antártico, ao sul da Tasmânia, na Austrália. O asteroide de 10 metros de largura não representava nenhuma ameaça.

Há uma semana, o enorme asteroide QE2, de 2,7 quilômetros de largura, completo com sua própria lua a reboque, passou a 5,8 milhões de quilômetros da Terra.

Em 15 de fevereiro, um pequeno asteroide explodiu na atmosfera sobre Chelyabinsk, na Rússia, e deixou mais de 1,5 mil pessoas feridas por conta de destroços e pedaços de vidro. No mesmo dia, um asteroide não relacionado passou a cerca de 27,7 mil quilômetros da Terra, mais perto do que os satélites de comunicação que cercam o planeta.

"Teoricamente, há uma possibilidade de colisão entre asteroides e o planeta Terra", disse o astrônomo do projeto Telescópio Virtual, Gianluca Masi, durante uma transmissão do Google+ que mostrou imagens ao vivo da aproximação de um asteroide.

A Nasa diz que já encontrou cerca de 95% dos asteroides maiores, aqueles com diâmetro de 1 quilômetros ou mais, com órbitas que os levam relativamente perto da Terra.

Um objeto deste tamanho atingiu o planeta há cerca de 65 milhões de anos onde hoje é península de Yucatán, no México, provocando uma mudança climática global que se acredita ser responsável pela extinção dos dinossauros e muitas outras formas de vida na Terra.

A agência espacial dos EUA e outras organizações de pesquisa, além de empresas privadas, estão trabalhando no rastreamento de objetos menores que voam perto da Terra.

A vizinhança da Terra na Via Láctea merece mais respeito


A vizinhança do nosso Sistema Solar na Via Láctea está maior. Nós vivemos entre dois grandes braços espirais da nossa Galáxia, numa estrutura chamada Braço Local.

Novas pesquisas usando a visão rádio ultra-nítida do VLBA (Very Long Baseline Array) indicam que o Braço Local (também chamado Braço de Orion), que se pensava ser uma zona pequena, é na realidade mais parecida com os grandes braços adjacentes, e é provavelmente um ramo importante de um deles.

"As nossas evidências sugerem que o Braço Local devia aparecer como uma característica proeminente da Via Láctea," afirma Alberto Sanna, do Instituto Max-Planck para Radioastronomia. Sanna e colegas apresentaram os seus achados numa reunião da Sociedade Astronômica Americana em Indianapolis, Indiana, EUA.

A determinação da estrutura da nossa própria Galáxia há muito que é um problema para os astrônomos porque estamos dentro dela. A fim de mapear a Via Láctea, os cientistas necessitam de medir com precisão as distâncias até objetos dentro da Galáxia. No entanto, a medição das distâncias cósmicas é também uma tarefa difícil, o que leva a grandes incertezas. O resultado é que, enquanto os astrônomos concordam que a nossa Via Láctea tem uma estrutura espiral, não conseguem encontrar um consenso sobre o seu número de braços e as suas posições específicas.

Para ajudar a resolver este problema, os cientistas voltaram-se para o VLBA e para a sua capacidade de fazer as medições mais precisas, à disposição dos astrônomos, de posições no céu. O VLBA permitiu com que os astrônomos usassem uma técnica que produz medições precisas de distâncias, de forma inequívoca e através de trigonometria simples.

Ao observar objetos quando a Terra está em lados opostos da sua órbita em torno do Sol, os astrônomos podem medir a sutil mudança na posição aparente do objeto no céu, em relação ao fundo de objetos mais distantes. Este efeito tem o nome de paralaxe, e pode ser demonstrado colocando um dedo perto do nariz e fechando alternadamente cada olho. A capacidade do VLBA para medir com precisão as muito pequenas mudanças na posição aparente permite aos cientistas usar este método trigonométrico para determinar diretamente distâncias muito mais longínquas da Terra do que era antes possível.

Os astrônomos usaram este método para medir as distâncias de regiões formação estelar na Via Láctea onde as moléculas de água e metanol impulsionam as ondas de rádio, da mesma forma que um laser estimula ondas de luz. Estes objetos, chamados masers, são como faróis para os radiotelescópios. As observações do VLBA, realizadas entre 2008 e 2012, produziram medições precisas da distância de masers e também permitiram aos cientistas acompanhar o seu movimento pelo espaço.

Um resultado surpreendente foi uma atualização do estado do Braço de Orion no qual o nosso Sistema Solar reside. Nós estamos entre dois grandes braços espirais da Galáxia, o Braço de Sagitário e o Braço de Perseu. O Braço de Sagitário está mais perto do Centro Galático e o Braço de Perseu está mais para fora na Galáxia. Pensava-se que o Braço de Orion era apenas uma estrutura menor entre os dois braços maiores. Os detalhes desta descoberta foram publicados na revista Astrophysical Journal por Xu Ye e seus colaboradores.

"Com base nas distâncias e nos movimentos medidos, o nosso Braço Local não é uma área de pequena importância. É uma grande estrutura, talvez um ramo do Braço de Perseu, ou possivelmente um segmento independente de um braço," afirma Sanna.

Os cientistas também apresentaram novos detalhes sobre a distribuição da formação estelar no Braço de Perseu e no Braço mais exterior e distante, que engloba uma deformação na nossa Galáxia.

As novas observações fazem parte de um projeto em andamento com a sigla BeSSeL (Bar and Spiral Structure Legacy), um grande esforço para mapear a Via Láctea usando o VLBA. A sigla honra Friedrich Wilhem Bessel, o astrônomo alemão que fez a primeira medição precisa da paralaxe estelar em 1838.


O VLBA, inaugurado em 1993, usa dez antenas parabólicas com 25 metros de diâmetro distribuídas desde o Hawaii até às Caraíbas. Todas as dez antenas trabalham como um único telescópio com o maior poder de resolução disponível na astronomia. Esta capacidade única produziu contribuições marcantes em vários campos científicos, desde placas tectônicas na Terra, pesquisa climatérica, passando por navegação de naves espaciais até cosmologia.