New Horizons mantém plano de voo original para Plutão
Depois de um intenso estudo de 18 meses para determinar se a
sonda New Horizons da NASA poderia enfrentar impactos potencialmente
destrutivos durante a sua passagem planjeada para 2015 pelo sistema planetário
duplo de Plutão, a equipe da missão decidiu "manter o rumo", pois o
perigo que a poeira e os detritos representam é muito menor do que se temia.
O estudo de avaliação foi realizado porque descobriu-se que
o sistema de Plutão é muito mais complexo - e, portanto, ainda mais
cientificamente interessante - depois da New Horizons ter sido lançada em
Janeiro de 2006 a partir de Cabo Canaveral, na Flórida, EUA.
Há dois anos, cientistas que usavam o Telescópio Espacial
Hubble descobriram duas novas luas em órbita de Plutão, perfazendo um total de
cinco luas! Temia-se que os detritos que atingissem as luas pudessem criar
perigosas nuvens de poeira, que por sua vez podiam atingir e danificar a sonda
à medida que passava por Plutão a velocidades de mais de 48.000 km/h em Julho
de 2015.
"Nós descobrimos que a perda da missão New Horizons
devido a impactos de poeira é muito improvável, e esperamos seguir a linha
temporal da missão que temos vindo a aperfeiçoar ao longo dos últimos
anos," afirma Hal Weaver, cientista do projeto New Horizons, do
Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Depois de tanto a equipe como um conselho de revisão
independente e da NASA terem exaustivamente analisado os dados, determinou-se
que a New Horizons tem apenas 0,3% de hipótese de ser destruída por um evento
de impacto usando a trajetória atual.
A probabilidade de 0,3% de perda da missão é muito menor do
que as estimativas anteriores. Esta é realmente uma boa notícia, porque a
equipe pode concentrar a maioria dos seus esforços no desenvolvimento do plano
científico do voo rasante, quando a New Horizons passar a aproximadamente
12.500 km da superfície de Plutão.
Plutão forma um sistema de "planeta duplo" com
Caronte, a sua maior lua. Caronte tem metade do tamanho de Plutão. Mas a equipe
ainda vai gastar algum tempo a desenvolver trajetórias alternativas -
conhecidas como SHBOTs (Safe Haven by Other Trajectories), apenas no caso de
surgirem novas informações a partir das observações da câmara da sonda, que
forçariam uma mudança de planos à medida que a New Horizons se aproxima cada
vez mais de Plutão.
"Ainda assim, estaremos prontos com duas linhas de
tempo alternativas, no caso do risco de impacto acabar por ser maior do que
pensamos," afirma Weaver. De fato, a equipe liderada pelo pesquisador
principal Alan Stern, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, está este mês
finalizando o plano de encontro e espera realizar um ensaio em Julho do
segmento mais crítico de nove dias da trajetória inicial de "flyby".
A New Horizons irá realizar o primeiro reconhecimento de
Plutão e Caronte em Julho de 2015. O "planeta duplo" é o último
planeta (agora anão) do nosso Sistema Solar a ser visitado por uma sonda da
Terra.
E a New Horizons não se deixa ficar por Plutão. O objetivo é
explorar um ou mais dos gelados objetos da Cintura de Kuiper. A equipe irá usar
a passagem por Plutão para redirecionar a New Horizons para um KBO (Kuiper Belt
object) que ainda está para ser identificado.
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