Astronauta chinesa dá "aula no espaço" para 60 mil de crianças do país
A astronauta chinesa Wang Yaping, 33 anos, deu uma aula
nesta quinta-feira a bordo da nave espacial Shenzhou X, que foi retransmitida
ao vivo para 60 milhões de crianças do país asiático, na primeira vez que a
China fez este tipo de atividade no espaço.
Wang, a segunda mulher astronauta da China, mostrou aos
estudantes do ensino médio do país asiático o funcionamento de algumas leis da
física na gravidade zero e, como uma típica professora, fez perguntas às
crianças para que estes demonstrassem seus conhecimentos, um evento que foi
retransmitido por vários canais da emissora estatal CFTV.
A bordo do módulo espacial, Wang apresentou às crianças os
seus companheiros de viagem, os astronautas Zhang Xiaoguang (que gravou a
classe com uma câmera de vídeo) e Nie Haisheng, o comandante de voo, que fez
uma pirueta no ar para mostrar aos estudantes a ausência de gravidade.
Depois, com pêndulos, giroscópios e gotas d'água flutuando
no ar, Wang mostrou às crianças vários fenômenos que ocorrem com a ausência de
gravidade, uma aula que mais parecia um espetáculo de mágica.
A China é o terceiro país do mundo com capacidade para
enviar astronautas para o espaço (depois de Estados Unidos e Rússia) e busca
uma maior aproximação do programa espacial - que é cercado de segredos por sua
origem militar - com a sua população, dez anos depois do primeiro voo
tripulado.
A jovem astronauta, piloto das Forças Aéreas da China, passa
a fazer parte do seleto grupo de "professores espaciais" da história,
e que foi iniciado com uma tragédia, pois a primeira astronauta designada para
dar uma aula no espaço, a americana Christa McAuliffe, morreu no acidente da
nave Challenger em 1986.
Após o acidente, outra americana - Barbara Morgan -
continuou o programa dos "professores no espaço" 12 anos depois, na
viagem do Endeavour em 1998. Barbara enviou na semana passada uma carta de
felicitação a Wang Yaping, na qual lhe desejou sucesso em sua empreitada
espacial.
"Você vai estar muito ocupada lá em cima, mas reserve
um tempo para olhar pela janela", disse Barbara em sua carta, enviada
"em nome dos professores e estudantes de todo o mundo".
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