terça-feira, 30 de abril de 2013


Furacão em Saturno pode ajudar a esclarecer fenômeno na Terra


Cientistas da agência espacial americana, Nasa, identificaram que uma tempestade no Polo Norte de Saturno é, na verdade, um furacão com um vórtice (região central do fenômeno) com largura equivalente a 20 vezes o tamanho do olho de um furacão na Terra. Seu tamanho é de 2 mil km, segundo a Nasa.

A tempestade, captada pela sonda Cassini, havia sido divulgada inicialmente em novembro do ano passado, mas somente agora a equipe revelou dados a respeito.

De acordo com os pesquisadores, a velocidade dos ventos do furacão de Saturno era quatro vezes mais rápida se comparada ao máximo que pode atingir um fenômeno terrestre.

Por aqui, a velocidade dessas tempestades é subdivida em cinco categorias de força pela escala Saffir-Simpson. Fenômenos classificados na categoria 1 têm ventos de até 152 km/h. Tempestades com ventos entre 153 km/h e 176 km/h estão na categoria 2.

Furacões com ventos entre 177 km/h e 207 km/h são classificados na categoria 3. Foram classificados neste patamar os fenômenos Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, e matou 1.700 pessoas, e Glória, que 1985 atingiu a região da Carolina do Norte e Nova York e causou oito mortes.

Na categoria 4, os ventos têm velocidade entre 209 km e 250 km. Já os furacões classificados na categoria 5 são aqueles que registram ventos com velocidade acima de 251 km/h, de acordo com o meteorologista do Inmet.

A Nasa afirma que estudar o furacão no Polo Norte de Saturno pode auxiliar em descobertas sobre a formação deles na Terra. O fenômeno climático é resultado da combinação de alta temperatura na superfície do oceano, elevada quantidade de chuvas e queda da pressão do ar (sistema que favorece uma subida mais rápida do ar e uma constante evaporação da água do mar). Esse sistema costuma se formar em áreas próximas à Linha do Equador.

A missão Cassini-Huygens é um projeto de cooperação entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI). As duas câmeras a bordo da sonda foram projetadas, desenvolvidas e montadas no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. A equipe que trabalha com as imagens fica no Instituto de Ciência Espacial em Boulder, no Colorado.

Maior telescópio enviado ao espaço, Herschel encerra atividades


O telescópio Herschel, o maior já enviado ao espaço, lançado em maio de 2009 para estudar a formação das estrelas, encerrou definitivamente suas atividades após ter consumido sua reserva de hélio líquido, anunciou nesta segunda-feira a Agência Espacial Europeia (ESA).


No começo de março, a ESA tinha antecipado que o satélite cessaria suas atividades "nas próximas semanas", quando tivessem evaporado os 2,3 mil litros de hélio indispensáveis para refrigerar seus instrumentos a um nível próximo ao zero absoluto (-271° C).

Com mais de 25 mil horas de dados registrados desde o dia de seu lançamento, "o Herschel nos ofereceu uma visão totalmente nova do Universo, mostrando aspectos até então ocultos, como o processo nunca antes visto do nascimento das estrelas e de formação das galáxias", destacou em um comunicado Goran Pilbratt, encarregado científico do projeto da ESA.

O telescópio também ajudou os astrônomos a detectar a presença de água, algo determinante para eventuais formas de vida "em todas as partes do Universo", lembrou o cientista.

Em janeiro passado, estes dados forneceram informações inéditas sobre o asteroide Apofis, que deve se aproximar da Terra em 2029 e em 2036.

Mesmo depois de ter esgotado o seu hélio, o Herschel poderá continuar se comunicando com as estações terrestres. No começo de maio será retirado do serviço ativo e ficará 'estacionado' em uma órbita heliocêntrica (em torno do Sol), destacou a ESA.

Com vida útil prevista de pelo menos três anos, o Herchel foi batizado em homenagem ao físico William Herschel, que descobriu o infravermelho em 1800. Sua lente principal de 3,5 metros de diâmetro fez dele o maior e mais poderoso telescópio infravermelho enviado ao espaço.

"O fim das observações do Herschel de forma alguma significa o fim da missão: restam muitas descobertas a serem feitas" a partir de suas observações, concluiu Pilbratt.

Espaçonave para turistas faz seu primeiro voo supersônico


A espaçonave SpaceShipTwo, desenvolvida pela empresa Virgin Galactic, do bilionário inglês Richard Branson, quebrou a barreira do som ao acionar, pela primeira vez, seu sistema de propulsão de foguete.

O voo supersônico ocorreu na segunda-feira sobre o deserto de Mojave, na Califórnia.

O motor da SpaceShipTwo é hibrido, usa uma mistura de combustível sólido, um composto de borracha e o oxigenador óxido nitroso, em sua forma líquida.

A espaçonave foi projetada para levar turistas em pequenos passeios além da atmosfera terrestre.

"Cometa do século" pode criar chuva de meteoros ao passar pela Terra


O cometa Ison, que deve iluminar o céu da Terra até 2014 e poderá ser, devido ao seu brilho, o "cometa do século", pode criar uma incomum chuva de meteoros, de acordo com cientistas.

Quando passar próximo à Terra neste ano, em novembro, é possível que a poeira deixada pela cauda do cometa crie uma estranha chuva quando o planeta receber o fluxo de minúsculas partículas que faziam parte do cometa.

"Em vez de queimar em um flash de luz, elas (as partículas) vão se mover suavemente para a Terra abaixo", afirmou em um comunicado o cientista especializado em meteoros Paul Wiegert, da University of Western Ontario.

As partículas de poeira vão viajar à velocidade de 201.168 km/h, porém assim que atingirem a atmosfera terrestre vão desacelerar até parar, apontam os modelos computacionais utilizados por Wiegert. Por conta disso, observadores provavelmente não poderão ver os meteoros enquanto eles passam pela atmosfera do planeta em janeiro de 2014, acredita o pesquisador.

O cometa Ison poderá brilhar tão intensamente quanto a Lua Cheia quando passar no ponto mais próximo ao Sol de sua trajetória. Acredita-se que o corpo celeste poderá ser visto a olho nu com um brilho intenso na Terra, quem sabe até mesmo durante o dia. O cometa não traz qualquer ameaça à vida na Terra, de acordo com a Nasa (agência espacial americana).

domingo, 28 de abril de 2013

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Após falhas técnicas, nave russa se acopla à estação espacial


A nave de carga russa Progress foi acoplada com sucesso nesta sexta-feira na Estação Espacial Internacional (ISS), apesar de uma falha técnica registrada dois dias antes da operação, anunciou o centro russo de controle de voos espaciais (Tsoup) e a agência espacial americana (Nasa).

"Há uma conexão entre o ISS e a Progress", anunciou um comentarista da Nasa que transmitiu a operação ao vivo em seu site.

A antena do sistema de aproximação automática não pode ser acionada, apesar de repetidas tentativas, o que levantou preocupações.

A operação, que ocorreu em regime automático, durou quase 10 minutos, um pouco mais do que o habitual, e foi concluída às 12h34 GMT (9h34 no horário de Brasília).

A nave, que transporta 2,5 toneladas de equipamentos e suprimentos para a tripulação da estação, foi lançada às 10h12 GMT de quarta-feira do Cosmódromo de Baikonur por um foguete Soyuz.

sábado, 27 de abril de 2013


Lixo espacial precisa ser removido da órbita da Terra, alerta agência


Lixo espacial, como restos de foguetes, deve ser retirado da órbita da Terra para evitar acidentes que poderiam custar milhões de euros a operadores de satélite e derrubar redes de GPS e telefonia móvel, advertiu a Agência Espacial Europeia.

Na densidade atual de detritos, haverá uma colisão em órbita a cada cinco anos, mas uma pesquisa apresentada em uma conferência organizada pela agência na Alemanha mostrou que um aumento nesse tipo de lixo tornaria as colisões mais prováveis no futuro.

Cinco a 10 objetos grandes precisam ser coletados do espaço por ano para ajudar a reduzir colisões e conter o risco de fragmentos serem pulverizados no espaço, o que poderia causar mais danos, disse.

Os cientistas estimam que há cerca de 29 mil objetos maiores do que 10 centímetros em órbita na Terra a uma velocidade média de 25 mil km/h, cerca de 40 vezes mais rápido do que os aviões viajam.

A essa velocidade, mesmo pequenos pedaços de detritos podem danificar ou destruir naves espaciais e satélites, o que poderia custar bilhões de dólares para a substituição, além de interromper a comunicação via celular ou a navegação por satélite.

"Dentro de algumas décadas, haverá colisões entre objetos grandes que vão criar fragmentos que podem causar mais danos", afirmou à Reuters o chefe do Escritório de Detritos Espaciais da agência, Heiner Klinkrad.

"A única maneira de evitar que isso aconteça é ir até lá e removê-los", acrescentou ele. "Quanto mais você esperar, mais difícil e muito mais caro vai ser."

Detritos espaciais incluem qualquer lixo que o homem deixou no espaço, como peças de lançadores de foguetes, satélites inativos e peças quebradas de colisões passadas.

As agências espaciais de todo o mundo estão cooperando na pesquisa de detritos espaciais, e a iniciativa Espaço Limpo da agência, lançada em 2012, tem o objetivo de desenvolver a tecnologia para capturar e remover com segurança detritos espaciais.

Os pesquisadores estão avaliando vários métodos diferentes para remover detritos espaciais em órbita, disse Klinkrad, que vão desde o uso de pacotes de propulsão, amarras condutores ou lasers, a redes e arpões.

Mas qualquer decisão de ir em frente com a missão, bem como os fundos para pagar por ela, teria de vir dos 20 países-membros da agência, que incluem França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha.

A demanda para a remoção de objetos em órbita poderia, eventualmente, oferecer oportunidades para empresas privadas, afirmou Klinkrad, apesar de muitas questões, inclusive legais, que cercam o lixo espacial precisarem ser resolvidas primeiro.

Einstein estava certo: testes levam teoria da relatividade a novos limites


Um par estelar bizarro - constituído pela estrela de nêutrons de maior massa conhecida e uma estrela anã branca - permitiu a astrônomos testar a teoria da gravitação de Einstein de maneiras que não tinham sido possíveis até hoje.

Até agora, as novas observações desse estranho sistema binário estão exatamente de acordo com as previsões da relatividade geral, mas são inconsistentes com algumas teorias alternativas. Os resultados do estudo serão publicados na revista Science.

Com o auxílio do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), uma equipe internacional descobriu um objeto duplo exótico, constituído por uma estrela de nêutrons, pequena mas excepcionalmente pesada, que gira em torno de seu próprio eixo 25 vezes por segundo, e por uma estrela anã branca que a orbita a cada duas horas e meia. A estrela de nêutrons é um pulsar que emite ondas de rádio, que podem ser observadas a partir da Terra com rádio telescópios. Esse par incomum constitui um laboratório único para testar os limites das teorias físicas.

O pulsar chamado PSR J0348+0432 é o que resta da explosão de uma supernova. É duas vezes mais pesado que o Sol , mas tem um diâmetro de apenas 20 quilômetros. A gravidade em sua superfície é mais de 300 bilhões de vezes mais intensa que a sentida na Terra, e em seu centro cada pedaço do tamanho de um cubo de açúcar tem mais de um bilhão de toneladas de matéria comprimidas. A sua companheira anã branca é apenas um pouco menos exótica: trata-se de um resto brilhante de uma estrela muito mais leve, que perdeu a sua atmosfera e que lentamente vai se apagando.

Teorias de gravidade

A teoria da relatividade geral de Einstein, que explica a gravidade como uma consequência da curvatura do espaço-tempo criada pela presença de matéria e energia, tem resistido a todos os testes desde o primeiro momento da sua publicação, há quase um século. Mas ela não pode ser a explicação derradeira e deverá, em última instância, perder a sua validade.

Os físicos construíram outras teorias de gravidade que levam a previsões diferentes das da relatividade geral. Para algumas destas alternativas, as diferenças são percebidas apenas para campos gravitacionais extremamente fortes, os quais não podem ser encontrados no Sistema Solar. Em termos de gravidade, o PSR J0348+0432 é de fato um objeto extremo, mesmo quando comparado com outros pulsares que foram usados em testes de alta precisão da relatividade geral de Einstein.

Em campos gravitacionais tão fortes, pequenos aumentos na massa podem levar a grandes variações no espaço-tempo em torno destes objetos. Até agora, os astrônomos não tinham ideia do que podia acontecer na presença de uma estrela de nêutrons de massa tão elevada como a PSR J0348+0432. Este objeto oferece a oportunidade única de levar estes testes a território desconhecido.

Este é apenas o começo dos estudos detalhados sobre este objeto único, e os astrônomos irão utilizá-lo para testar a relatividade geral com cada vez mais precisão, à medida que o tempo passa.

Novo plano da Nasa é visto com ceticismo pela Casa Branca


O plano da NASA de enviar astronautas até um asteroide foi recebido com ceticismo nesta quarta-feira, quando o chefe da agência norte-americana, Charlie Bolden, apresentou a ideia ao alto escalão da Casa Branca. Apesar disso, as dúvidas não devem ser suficientes para afundar o programa.

A missão asteroide, revelada há algumas semanas, mandaria uma equipe da Nasa para capturar um pequeno asteroide e trazê-lo para algum ponto próximo da Lua, de forma que os astronautas possam visitá-lo, por meio de um novo foguete e uma cápsula, possivelmente em 2021. "O objetivo é continuarmos como líderes mundias em exploração", afirmou Bolden.

Mas mebros do comitê de ciências do Congresso americano questionam os custos e a viabilidade do projeto - e perguntam a razão de a agência não estar planejando um retorno à Lua para encaminhar uma eventual missão até Marte.

O chefe da Nasa deu uma resposta direta. "Eu preciso de dinheiro para ir à Lua", disse Bolden. Como parte da proposta de orçamento de 2014, a Casa Branca quer que a Nasa gaste US$ 105 milhões no próximo ano para começar a planejar a missão asteroide, que poderia custar até US$ 2,6 bilhões.

Hubble registra cometa que poderá brilhar tanto quanto a Lua Cheia


Uma das mais recentes imagens divulgadas pelo telescópio espacial Hubble, que comemora 23 anos de seu lançamento nesta quarta-feira, mostra o cometa Ison, que deve iluminar o céu da Terra até 2014 e poderá ser, devido ao seu brilho, o "cometa do século", de acordo com estudiosos.

O corpo celeste foi fotografado em 10 de abril, quando estava mais próximo da órbita de Júpiter, a uma distância de 621 milhões de quilômetros do Sol e 634 milhões de quilômetros da Terra.

As novas fotografias estão ajudando os astrônomos a estudar melhor o cometa Ison, que pode brilhar tão intensamente quanto a Lua Cheia quando passar no ponto mais próximo ao Sol de sua trajetória, no final de novembro. Acredita-se que o corpo celeste poderá ser visto a olho nu com um brilho intenso na Terra, quem sabe até mesmo durante o dia. O cometa não traz qualquer ameaça à Terra, de acordo com a Nasa (agência espacial americana).

Descoberta

O Ison foi descoberto pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok em setembro de 2012. O nome dado foi o da instituição na qual os dois trabalham, a International Scientific Optical Network.

No dia 28 de novembro, ele deve chegar a uma distância não muito maior do que um milhão de quilômetros da superfície da estrela.​

Se o cometa sobreviver a esta passagem, deve se afastar do Sol ainda mais brilhante do que antes e poderá iluminar os céus da Terra em janeiro de 2014.

No entanto, cometas são imprevisíveis, e o Ison poderá se desintegrar durante a passagem nas proximidades do Sol.

Aos 23 anos, Hubble vai ter de aguentar pelo menos até 2018
 

Um herói da exploração espacial faz aniversário nesta quarta-feira. Lançado no dia 24 de abril de 1990, o telescópio espacial Hubble é um sobrevivente. Tinha previsão inicial de durar pelo menos 10 anos.

Mas, aos 23, depois de revolucionar a astrofísica, revisar conceitos de cosmologia, apresentar imagens deslumbrantes do universo e responder questões até então intransponíveis, o pequeno explorador não vai encerrar suas investigações. Pelo menos até a chegada de seu sucessor, o cem vezes mais poderoso James Webb, que deve ser lançado em 2018.

Com o desenvolvimento de um substituto, o Hubble deveria ser aposentado em 2013. Devido a cortes de verba da Nasa, contudo, o lançamento do telescópio espacial James Webb ainda vai demorar cinco anos. Assim, para resistir mais um pouco, o explorador contou com a ajuda de astronautas que o visitaram em 2009, na quinta e última missão de manutenção do telescópio.

Essa manutenção derradeira, que envolveu até a troca de baterias de 18 anos de idade, além da implementação de diversos componentes, deu resultado. "Com os novos instrumentos instalados apenas quatro anos atrás, o Hubble tornou-se mais poderoso do que nunca, cientificamente. Esperamos que o telescópio possa continuar trabalhando nos anos que antecedem a chegada do próximo telescópio espacial, e até além disso", destaca Jennifer Wiseman, cientista sênior do Projeto do Telescópio Espacial Hubble, da Nasa.

Descobertas

O Hubble revolucionou a astronomia com suas imagens impressionantes do universo e descobertas. Orbitando a Terra por mais de duas décadas, o telescópio ajudou a determinar a idade do universo, detectou que o nosso universo está em expansão acelerada, indicou a presença de buracos negros na maioria das galáxias, inclusive na nossa, e revelou respostas a muitos outros mistérios até então insondáveis.

Ao longo de sua jornada, o Hubble desvelou nuances inesperadas do universo. "O Hubble proporcionou ao homem a visão de regiões muito, mas muito distantes da nossa própria galáxia, coisa que não existia antes. Nem nos nossos sonhos mais delirantes conseguiríamos imaginar um universo tão incrível e fascinante como o que o Hubble nos revelou", salienta Antonio Gil Vicente de Brum, professor e pesquisador do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Além de deslumbrar os terrestres, o Hubble ampliou a investigação sobre a origem e as características do universo. Por meio de seus dados, cientistas determinaram que a idade do universo é de cerca de 13,7 bilhões de anos. O telescópio espacial também constatou que a expansão do universo está em aceleração. "O Hubble permitiu a detecção de estrelas pulsantes em outras galáxias e, através delas, a medição do fator de crescimento do nosso universo e a determinação de distâncias a supernovas do tipo Ia, que indicaram que nosso universo está em expansão acelerada, indicando a presença de um componente de energia desconhecida no universo, a energia escura", explica Telles.

O Hubble também determinou que a maioria das galáxias tem poderosos buracos negros em seus centros, incluindo a nossa própria Via Láctea. Ele possibilitou estudar como as galáxias, as estrelas e os sistemas planetários se formam. Além disso, descobriu várias luas previamente desconhecidas de Plutão e foi o primeiro telescópio a analisar a composição química de um planeta fora do nosso Sistema Solar.

Júpiter

Fora essas, e tantas outras conquistas, Brum aponta ainda a sequência de imagens obtidas pelo Hubble, em 1994, como uma das descobertas mais importantes. "Fiquei de boca aberta, babando, quando assisti à colisão do cometa Shoemaker-Levy 9 com o gigante Júpiter. Essa foi uma das coisas mais inacreditáveis que já vi e que me ensinou muito à respeito de quão vulnerável é a Terra e quão importante é a proteção que Júpiter nos oferece", relata.

Além disso, o professor da UFABC destaca a popularização da ciência como uma das principais contribuições do Hubble. "É isso que gera um interesse crescente das pessoas por conhecimento científico genuíno e pela ciência, em geral", pontua.

Primeiros passos

A ideia para um telescópio espacial surgiu já em 1923, a partir do cientista alemão Hermann Oberth, considerado um dos criadores dos foguetes. O projeto do Hubble começou a ser idealizado em 1946, após artigo do astrofísico americano Lyman Spitzer, que apontava as vantagens de um observatório espacial. Desse momento em diante, Spitzer trabalharia para tornar o telescópio uma realidade.

O astrofísico esteve envolvido com os observatórios em órbita da época e auxiliou a Nasa na aprovação do projeto do telescópio espacial, em 1969, que teria um espelho de 3 metros de diâmetro e seria lançado em 1979. Entretanto, devido às dificuldade de conseguir financiamento, o tamanho do espelho foi reduzido para 2,4 metros, e um novo projeto foi começado. Em 1975, a Agência Espacial Europeia (ESA) passou a trabalhar junto com a Nasa. Finalmente, veio à tona o esboço do telescópio espacial Hubble.

O telescópio recebeu esse nome em homenagem ao astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953), que revolucionou a astronomia ao constatar a presença de outras galáxias e provando que o universo estava se expandindo. Depois de alguns atrasos, o lançamento do Hubble foi agendado para outubro de 1986, mas o acidente com o ônibus espacial Challenger, que matou sete astronautas, adiou o sonho de enviar um telescópio ao espaço por mais quatro anos.

Assim, em 24 de abril de 1990, o Hubble foi lançado a bordo do ônibus espacial Discovery, abrindo uma nova era da exploração do universo. Conforme José Eduardo Telles, doutor em Astrofísica pela Universidade de Cambridge e pesquisador do Observatório Nacional (ON), do Rio de Janeiro, a expectativa de resultados científicos vinham de todas as áreas da astronomia, desde o Sistema Solar e seus planetas até a cosmologia. "O telescópio tinha como objetivo realizar observações astronômicas em faixas espectrais invisíveis ao homem, que é a radiação ultravioleta, como também na faixa do visível, mas com uma nitidez de imagens muito melhor, por estar fora do efeito destrutivo da turbulência de nossa atmosfera", salienta.

Expectativa de vida

Quando o Hubble foi lançado, a previsão inicial é de que o telescópio operasse por pelo menos 10 anos. Entretanto o Hubble está em órbita há 23 anos, em plena forma, e deve aguentar firme por mais cinco. A razão disso é que o telescópio foi projetado para receber a visita de astronautas, de tempos em tempos, para manutenção. Durante suas operações, o Hubble foi visitado cinco vezes, a última delas em 2009. "Os astronautas têm sido capazes de colocar novos instrumentos e reparar outros instrumentos com defeito, tornando-o como um telescópio novo a cada vez", explica Jennifer.

Falha no espelho

A equipe de manutenção do telescópio Hubble provou sua importância quando, logo após o lançamento, se percebeu que as imagens não estavam tão nítidas quanto se esperava - pareciam borradas. O problema, nomeado de "aberração esférica", precisava ser solucionado. Após 11 meses de treinamento, sete astronautas embarcaram no dia 2 de dezembro de 1993, a bordo do ônibus espacial Endeavor, para uma complexa missão que corrigiria o problema. Em 13 de janeiro de 1994, as primeiras imagens, com resolução excelente, foram divulgadas pela Nasa. O Hubble estava pronto para captar imagens impressionantes e auxiliar na exploração do espaço.

O sucessor

Previsto para ser lançado em 2018, o sucessor do Hubble, o telescópio espacial James Webb, promete algumas mudanças. Com um espelho bem maior, com 6,5 metros de diâmetro, seu alcance deve permitir encontrar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo, ligando o Big Bang a nossa galáxia. O James Webb também deve operar em uma órbita mais alta. Enquanto o Hubble fica a uma altitude de 600 quilômetros, seu substituto deve se situar a 1,5 milhões de quilômetros da Terra.

Outro diferencial é que o novo telescópio espacial terá operação otimizada na faixa específica do infravermelho, ao contrário do Hubble, que opera na faixa do visível e um pouco no infravermelho e ultravioleta. "O James Webb é especialmente adequado para observação dos momentos primordiais do nosso universo (antes do que o Hubble vê)", justifica Brum.

Para Telles, a maior esperança é que o telescópio James Webb contribua para determinar a natureza da matéria escura e também da energia escura. "De qualquer maneira, é certo que, da mesma forma que ocorreu com o Hubble, a maior parte de descobertas serão inesperadas e espetaculares, além de nossas expectativas", imagina.

Mas enquanto o James Webb, cem vezes mais poderoso, não assume o seu posto, a Terra ainda se surpreende com o pequeno Hubble. Até 2018, há muitos segredos para desvendar.

Vídeo da Nasa reúne três anos de belas imagens do Sol

A Nasa divulgou nesta terça-feira (23) um vídeo que reúne três anos de imagens do Sol registradas por um equipamento desenvolvido especialmente para estudá-lo. O vídeo foi feito para comemorar o aniversário do projeto Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês), que analisa fenômenos como manchas e tempestades solares.

O SDO fica na órbita da Terra, acima da atmosfera, de forma que ela não interfere na observação e capta uma imagem do Sol a cada 12 segundos, em dez comprimentos de onda diferentes. A abrangência permite observar melhor os diversos tipos de raios do Sol, incluindo os ultravioletas. No vídeo, foram inseridas duas imagens para cada dia de funcionamento do aparelho.

O Sol está no pico de sua atividade, dentro de um ciclo que dura 11 anos. Isso significa que há mais erupções, que podem ser vistas claramente nas imagens. Na Terra, esses fenômenos geram tempestades geomagnéticas que causam auroras nas regiões polares e podem interferir com o funcionamento de rádios.

Veja o video:





Bola de fogo no céu da Argentina era meteoro, confirmam astrônomos.


"Uma bola de fogo iluminou a noite", descreveram argentinos na madrugada do último domingo, quando por volta das 3h da madrugada uma espécie de explosão iluminou o céu - de forma semelhante ao que aconteceu no dia 15 de fevereiro na Rússia, quando um meteorito caiu na a região dos Urais.

O fenômeno pode ser visto nas províncias de Tucumán, Chaco, Corrientes, Formosa e Catamarca. Sergio Toscano, diretor de Investigações Astronômicas e Espaciais da província de Misiones, afirmou que se trata de um meteoro, parte da chuva Liríadas, que chegou ao seu ápice entre o final de domingo e o início da madrugada de segunda-feira.

Especialistas do site Spaceweather afirmaram que "a Terra está entrando em uma corrente de resíduos do antigo cometa Thatcher, fonte da anual chuva de meteoros Liríadas. Em geral, a chuva é leve (10 a 20 meteoros por hora)".

A chuva de meteoros é causada pelo rastro da passagem do cometa. Os detritos da pedra de gelo ficam pelo caminho e, quando a Terra passa por esse rastro, eles queimam na entrada da atmosfera e viram os meteoros.

Câmeras de rua registraram a luz do meteoro argentino (veja vídeo abaixo):



Herschel liga água de Júpiter a impacto de cometa


O Observatório Espacial Herschel da ESA resolveu um mistério de longa data sobre a origem da água na atmosfera superior de Júpiter, encontrando provas conclusivas de que foi entregue pelo dramático impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em Julho de 1994.

Durante a espetacular colisão que durou uma semana, uma série de 21 fragmentos cometários colidiram com o hemisfério sul de Júpiter, deixando cicatrizes escuras na atmosfera do planeta, que persistiu durante várias semanas.

O notável evento foi a primeira observação direta de uma colisão extraterrestre no Sistema Solar. Foi seguida em todo o mundo por astrônomos amadores e profissionais com muitos telescópios terrestres e com o Telescópio Espacial Hubble.

O Observatório Espacial Infravermelho (ISO) da ESA foi lançado em 1995 e foi o primeiro a detectar e a estudar a água na atmosfera superior de Júpiter. Foi amplamente especulado que o cometa Shoemaker-Levy 9 podia ter sido a origem desta água, mas faltavam provas diretas.

Os cientistas foram capazes de excluir uma fonte interna, tal como a água surgindo do interior da atmosfera do planeta, pois não é possível o vapor de água passar através da 'armadilha fria' que separa a estratosfera da camada visível de nuvens na troposfera inferior.

Por isso, a água na estratosfera de Júpiter deve ter sido entregue a partir do exterior. Mas a determinação da sua origem teve que esperar mais de 15 anos, até o Herschel usar os seus sensíveis olhos infravermelhos para mapear a distribuição vertical e horizontal da assinatura química da água.

As observações do Herschel descobriram que havia 2-3 vezes mais água no hemisfério sul de Júpiter do que no hemisfério norte, com a maior parte concentrada em torno dos locais do impacto do cometa em 1994. Além disso, só é encontrada em altas altitudes.

"Só o Herschel foi capaz de fornecer a sensível imagem espectral necessária para encontrar o elo perdido entre a água de Júpiter e o impacto de 1994 do cometa Shoemaker-Levy 9," afirma Thibault Cavalié do Laboratório de Astrofísica de Bordéus, autor principal do artigo publicado na revista Astronomy and Astrophysics.

"De acordo com os nossos modelos, 95% da água na estratosfera é devida ao impacto do cometa."

Outra fonte possível de água seria uma chuva constante de pequenas partículas de poeira interplanetária em Júpiter. Mas, neste caso, a água deveria ser distribuída uniformemente por todo o planeta e deveria filtrar-se para altitudes mais baixas.

Além disso, uma das luas geladas de Júpiter poderia fornecer água para o planeta por meio de um gigantesco toro de vapor, tal como o Herschel já viu na lua de Saturno, Encelado, mas esta hipótese foi também descartada. Nenhuma das grandes luas de Júpiter está no lugar certo para transportar água para os locais observados.

Finalmente, os cientistas foram capazes de afastar quaisquer contribuições significativas de pequenos impactos recentes avistados por astrônomos amadores em 2009 e 2010, juntamente com variações locais na temperatura da atmosfera de Júpiter.

O Shoemaker-Levy 9 é provavelmente o único culpado.

"Todos os quatro planetas gigantes do Sistema Solar exterior têm água nas suas atmosferas, mas pode haver quatro cenários diferentes para como a obtiveram," afirma Dr. Cavalié. "Para Júpiter, é evidente que o Shoemaker-Levy 9 é, de longe, a fonte dominante, mesmo que outras fontes externas possam também contribuir."

"Graças às observações do Herschel, ligamos agora um impacto cometário único - um que foi seguido em tempo real e que capturou a imaginação do público - à água de Júpiter, finalmente resolvendo um mistério que foi aberto há quase duas décadas," acrescenta Göran Pilbratt, cientista do projeto Herschel da ESA.

As observações feitas neste estudo prenunciam as planeadas para a missão futura da ESA, JUICE (JUpiter ICy moons Explorer) a Júpiter e às suas luas, com lançamento previsto para 2022, que irá mapear a distribuição dos ingredientes atmosféricos de Júpiter em ainda maior detalhe.

quarta-feira, 24 de abril de 2013


Asteroides podem valer bilhões, e Nasa impulsionaria "conquista"


Um projeto ambicioso da Nasa consta na proposta do orçamento de 2014 dos Estados Unidos: capturar um asteroide de pequeno porte e redirecioná-lo para a órbita lunar, onde astronautas o explorariam a partir de 2025.

Além de estudar os corpos celestes, a missão pode impulsionar a mineração espacial, um mercado multibilionário e inexplorado.

A ideia da Nasa vai muito além da ótica financeira. Analisar um asteroide de perto pode produzir aprendizado extremamente útil, a respeito de sua natureza e até das origens do universo. E não dá para esquecer que, de vez em quando, esses corpos celestes se transformam em ameaça, ainda mais quando insistem em rumar em nossa direção. Por isso, não é possível prescindir desse conhecimento.

Essa missão terá verba inicial de US$ 105 milhões. É uma pequena parte dos fundos projetados para a Nasa no próximo ano, que ainda dependem da aprovação do congresso: US$ 17,7 bilhões, ou seja, 0,5% do orçamento federal. Estima-se, no entanto, que o custo total para a empreitada possa chegar a US$ 2,6 bilhões.

Potencial

Não é de se espantar. Caso se confirme, o projeto pode desvelar um mercado altamente rentável. Dotados de grandes quantidades de água e minerais, recursos úteis e valiosos, os asteroides atraem a atenção da Nasa e despertam o interesse de empresas privadas, como a Deep Space Industries (DSI) e a Planetary Resources, as quais já anunciaram planos para principiar a mineração espacial na década de 2020.

Só quando se souber mais a respeito dos asteroides é que se poderá explorá-los comercialmente. E esse é o foco da DSI, que calculou o valor do asteroide 2012 DA14, o qual passou próximo da Terra no dia 15 de fevereiro deste ano. Segundo a empresa, o corpo celeste continha US$ 65 bilhões em água recuperável e US$ 130 bilhões em minerais.

Composição

De acordo com Fernando Roig, doutor em astronomia e pesquisador do Observatório Nacional (ON), os asteroides são ricos em ferro, níquel e cobalto, além da platina, rara na Terra e bastante utilizada na indústria. "Minerais como esse podem ser encontrados, em um único asteroide, em quantidades muito maiores que as exploradas anualmente na Terra. E eles se encontram em um estado de pureza que não existe na Terra, pois aqui os minerais, como o ferro, estão sempre contaminados com outros minerais", elucida.

Existem três tipos principais de asteroides: os ricos em minerais, os que se constituem principalmente de rochas e os que são ricos em compostos de água e carbono. "O primeiro e o último têm materiais que podemos usar. Metais do grupo da platina são extremamente valiosos na Terra, e a água é extremamente valiosa no espaço. É por aí que a mineração vai começar", afirma Martin Elvis, astrofísico sênior do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

Tecnologia

A missão da Nasa não é igual às missões das empresas privadas. Cada um desses projetos possui cronograma, metas, investidores e planos de ação distintos. O objetivo principal delas, contudo, converge para a coleta de minerais de asteroides. Para isso, cada um dos projetos terá que adequar as tecnologias existentes e moldá-las a seus propósitos. E não será uma tarefa fácil. Ainda mais que os prazos estipulados, todos na década de 2020, estão muito próximos - pelo menos, em escala espacial.

Conforme Stephen D. Covey, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Deep Space Industries, as tecnologias necessárias para os planos de sua empresa já existem. Elas precisam, porém, melhorar sua eficiência e durabilidade. "O desafio está em unir as peças certas, montar uma nave espacial robótica funcional e lançá-la em um asteroide-alvo apropriado, a um preço acessível", destaca Covey.

Viabilidade

Há dois bons motivos para que ninguém tenha capturado um asteroide até hoje: é difícil e caro. Conforme o Instituto Keck de Estudos Espaciais, em estudo encomendado pela Nasa, a missão completa envolvendo um asteroide de cerca de 500 toneladas custaria US$ 2,65 bilhões. "Nós podemos realizar essa missão. Podemos fazê-la de forma rentável? Isso ainda não está claro para mim, mas estou esperançoso", ressalta Elvis, responsável pela identificação de asteroides para o estudo.

Encontrar um alvo é apenas início do problema. A fim de que possa ser capturado, o asteroide precisa ser pequeno, entre 5 e 7 metros de diâmetro, e ter a órbita certa, no tempo certo, com um tempo longo de observação. Um veículo para chegar até lá já existe, mas o mecanismo pelo qual ele coletará esse corpo gigantesco, ainda não. E depois ainda é preciso deixar o bólido na órbita da Lua. Tudo isso antes da mineração.

Devido às dificuldades, nem todos concordam com a viabilidade do projeto. "Deslocar um asteroide, mesmo que pequeno, de sua órbita, não é muito viável - requer muita energia. Além disso, deslocar um objeto para perto da Terra pode ser arriscado, pois aumenta o risco de descontrole da órbita do asteroide e de uma colisão catastrófica com a Terra", salienta o astrônomo Jorge Ricardo Ducati, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Mineração

Outro aspecto a ser considerado na missão planejada pela Nasa e pelas empresas privadas é a mineração. Para Elvis, trata-se da parte mais difícil. "A mineração vai precisar de muita prática no espaço, porque as condições de gravidade zero, vácuo e temperaturas extremas não podem ser reproduzidas em terra", alerta.

Ducati também afirma que, no momento, não existem máquinas automáticas para a mineração, o que implicaria a presença de pessoas para controlar as operações. "Em suma, a ideia de mineração no espaço é interessante, mas por enquanto é difícil", declara o astrônomo. Além disso, Elvis argumenta que mineiros de verdade vão ser necessários. "É aí que os principais países mineradores, Austrália, Brasil e Canadá, por exemplo, têm uma vantagem estratégica", afirma.

Empresa no espaço

Enquanto são engendrados os planos para a mineração espacial, pode-se antecipar suas vantagens. No espaço, os recursos são praticamente ilimitados. Além disso, sua exploração geraria uma economia em outras atividades espaciais. "O valor (dos recursos) é multiplicado quando eles são utilizados na órbita da Terra, especialmente em órbitas geoestacionárias (onde nossos satélites de comunicação estão colocados) ou até mais alto", explica Covey.

Isso porque a água pode ser convertida em hidrogênio e oxigênio para abastecer os foguetes ou como base para assentamentos humanos (para bebida e agricultura), enquanto os minerais podem ser usados para construir plataformas de satélites de comunicação e satélites de energia solar. "Uma vez que tivermos uma empresa rentável no espaço, a economia do espaço vai crescer exponencialmente. O espaço pode nos ajudar a viver na Terra sem arruiná-la e nos ajudar a expandir para sempre", finaliza Elvis.

Chuva de meteoros Liríadas chega ao ápice na madrugada


A chuva de meteoros Liríadas chega a seu ápice entre o final deste domingo e o início da madrugada da segunda-feira. Para quem gosta de observar este tipo de evento, deve procurar o norte por volta da meia-noite. Contudo, para observar o espetáculo, é necessário estar em um lugar com pouca ou nenhuma poluição luminosa e sem prédios, montanhas ou nuvens no norte, já que a chuva ocorre perto do horizonte.

Segundo o astrônomo Luís Guilherme Haun, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, a chuva não deve ser uma das mais espetaculares - a frequência esperada é de 15 meteoros por hora. Além disso, a Lua (que está quase cheia) atrapalha a visão. Por outro lado, o fenômeno pode ser visto de qualquer região do País.

Para quem quiser encontrar o local exato da chuva, deve procurar pela constelação da Lira (que dá nome ao fenômeno), ou pela estrela de Vega. Para quem não entende de astronomia, alguns softwares de smartphones ajudam a localizar - como o SkEye, para sistema Android.

A chuva de meteoros é causada pelo rastro da passagem de um cometa. Os detritos da pedra de gelo ficam pelo caminho e, quando a Terra passa por esse rastro, eles queimam na entrada da atmosfera e viram os meteoros. O cometa que causa as Liríadas é o Thatcher, descoberto pelo americano A. E. Thatcher em 4 de abril de 1861.

Foguete Antares é lançado com sucesso ao espaço


O primeiro foguete Antares, da companhia privada Orbital Sciences Corporation, foi lançado neste domingo ao espaço, desde a Ilha Wallops, na Virgínia, de maneira bem-sucedida, informou a agência espacial americana (Nasa).

O lançamento, que foi efetuado às 18h (de Brasília) da instalação da Nasa nessa ilha, cerca de 200 quilômetros a sudeste de Washington, representa um grande passo na emergente indústria dos voos espaciais comerciais.

O foguete, de 133 metros de altura, foi desenvolvido em parte com motores desenhados originalmente para o programa russo. O lançamento ocorreu quatro dias depois do previsto por causa de uma falha técnica na ocorrida na última quarta-feira e do mau tempo na região entre sexta-feira e sábado.

A prova executada hoje é parte do programa para o desenvolvimento de missões não tripuladas à Estação Espacial Internacional (ISS). O êxito da missão supõe que poderá haver duas empresas privadas americanas atuando nas viagens de provisões à ISS, que orbita a cerca de 385 quilômetros da Terra.

A Nasa assinou contratos com a Orbital Sciences Corporation, construtora do foguete Antares, e com a Spacex, que já completou missões à ISS. A Orbital assinou um contratou de US$ 1,9 bilhão com a Nasa para efetuar oito missões de abastecimento, não tripuladas, com os foguetes Antares e uma cápsula chamada Cygnus. Já a Spacex obteve um contrato de US$ 1,6 bilhão para realizar 12 missões com seu foguete Falcon 9 e sua cápsula Dragon.

Após o vazio deixado em 2011, quando a agência espacial americana anuncio o fim da era das naves espaciais, a Nasa passou a contar com dois projetos de empresa privada para seguir atuando na construção, no abastecimento e na troca de tripulações da ISS.

domingo, 21 de abril de 2013


Astronautas realizam operação do lado externo da Estação Espacial


Dois astronautas russos membros da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) iniciaram no fim da manhã desta sexta-feira (19) uma saída ao espaço com duração prevista de seis horas, indicou o centro russo de controle de voos espaciais (Tsoup).


Nesta imagem divulgada pela Nasa os astronautas russos Pavel Vinogradov, à esquerda, e Roman Romanenko, à direita, efetuam trabalho do lado de fora da Estação Espacial. Foto: Nasa/AP
Pavel Vinogradov e Roman Romanenko "abriram a porta do módulo Pirs da ISS às 14h03 GMT (11h03 de Brasília)", declarou um porta-voz do centro. Os dois astronautas realizarão a montagem e a conexão do equipamento necessário para um experimento que se propõe a estudar o comportamento dos processos ondulatórios da estação, assim como substituir ou desmontar peças em outros dois módulos da ISS, segundo o centro.

Esta é a primeira saída ao espaço de Romanenko, segundo as agências russas. Já Vinogradov, de 59 anos, que realiza sua sétima saída ao espaço, se converte no astronauta mais velho a trabalhar nestas condições.

Além de Romanenko e Vinogradov, a tripulação atual da ISS inclui o russo Alexandre Missourkine, os astronautas americanos Christopher Cassidy e Thomas Marshburn e o canadense Chris Hadfield.

A Rússia é agora o único país capaz de transportar astronautas até a ISS desde o fim dos ônibus espaciais americanos, em 2011. No entanto, a Rússia sofreu há mais de um ano falhas no setor espacial, que conduziram à perda de vários satélites e de outros aparelhos, entre eles a nave de carga que deveria levar suprimentos à ISS. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013


Telescópio acha planetas de tamanho similar ao da Terra em zona habitável


Cientistas descobriram dois planetas de tamanho similar à Terra e que ficam na chamada "zona habitável" ao redor de uma estrela. A descoberta, divulgada nesta quinta-feira em artigo na revista Science, pode ser uma das mais - ou a mais - importante do telescópio Kepler.

A zona habitável é aquela na qual o calor de uma estrela é suficiente para manter água em estado líquido e a presença de outros elementos necessários à vida como conhecemos, como dióxido de carbono e nitrogênio - ou seja, em situação similar à da Terra. Contudo, os cientistas alertam que isso não significa que o planeta é habitável - já que as condições dependem de diversos fatores, principalmente da composição da atmosfera.

O telescópio descobriu um sistema com cinco planetas que orbitam a estrela, chamada de Kepler-62. Suas massas variam de "meia-Terra" ao dobro daquela do nosso planeta. O "ano" desses corpos (ou seja, o tempo que demoram para dar uma volta ao redor de sua estrela) varia entre seis dias na Terra (o que indica um local muito próximo de seu sol e, portanto, muito quente) e nove meses - no planeta mais afastado descoberto, chamado de Kepler-62f. Este e o Kepler-62e são os dois que estão na zona habitável e eles têm 1,61 e 1,41 vez o tamanho da Terra, respectivamente.

O observatório espacial já vasculhou mais de 100 mil estrelas e descobriu diversos planetas - mais de 100 com tamanho inferior à nossa Lua. O telescópio já encontrou outros planetas em zonas habitáveis antes, mas, segundo a Science, não se sabe o tamanho deles, apenas sua massa mínima.

Para a pesquisadora Sara Seager, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a descoberta é importante, mas a missão "não diz 'é habitável, vamos lá ver'. As estrelas do Kepler são muito fracas; a quantidade de informação será muito pequena para demonstrar habitabilidade."

Segundo a Science, para caracterizar exoplanetas potencialmente habitáveis, os astrônomos precisam de estrelas mais próximas e mais brilhantes. O Satélite de Pesquisa de Trânsito de Exoplanetas (Tess, na sigla em inglês), aprovado neste mês pela Nasa - a agência espacial americana - e programado para ser lançado em 2017, pode encontrar esses sistemas mais brilhantes.

ESA descobre galáxia que produz estrelas "rápido demais"


O telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), descobriu uma nova galáxia que fabrica estrelas a uma velocidade 2 mil vezes superior à da Via Láctea, o que questiona as teorias atuais sobre a evolução de nossa nebulosa.

A nova galáxia, denominada HFLS3 e observada quando o Universo tinha menos de 1 bilhão de anos frente aos atuais 13.810 bilhões de anos, parece pouco mais do que um ponto na imagem capturada pelo telescópio espacial, disse nesta quarta-feira a ESA em comunicado.

Mas sua "decepcionante aparência" não deve ser enganosa, pois "essa pequena mancha é na realidade uma fábrica de estrelas que transforma furiosamente o gás em novas estrelas".

Apesar de sua curta idade, a galáxia recém-descoberta pelos cientistas tinha então uma massa similar à da Via Láctea na atualidade, por isso que deduzem que com outros 13 bilhões de anos de crescimento poderia ter se transformado na "galáxia de maior massa conhecida no Universo".

Essa dedução implica em um enigma pois, segundo as teorias que atualmente são feitas pelos especialistas sobre a evolução das galáxias, nenhuma deveria ter essa massa em um curto período de tempo - em escala espacial - desde a explosão do Big Bang.

"Esta galáxia em particular nos chamou a atenção porque era brilhante e muito vermelha se comparada com outras como ela", declarou o investigador do Imperial College of London Dave Clements.

Esse cor vermelha levou os cientistas a pensarem que a HFLS3 poderia ser encontrada a uma grande distância, em um universo que se expande, e algumas análises posteriores confirmaram que, efetivamente, se trata da galáxia desse tipo mais distante encontrada até hoje.

Trata-se, portanto, do que os especialistas chamam de "galáxia com foco estelar", ou seja, uma fábrica cósmica que produz o que depois se transforma em gerações de galáxias, estrelas e a maior parte da matéria conhecida. Os especialistas sabiam que existiam, mas nunca tinham descoberto nenhuma com idade tão avançada depois do Big Bang.

"O Herschel encontrou um estranho exemplo de uma galáxia abarrotada de estrelas em um período cósmico no qual havia muito poucas como ela", comentou o especialista da ESA Göran Pilbratt.

Holandeses recrutam voluntários para colonização de Marte


Uma organização holandesa, a Mars One, informou que, em breve, abrirá inscrições para voluntários que quiserem colonizar o planeta Marte. Mas há uma particularidade: a passagem será apenas de ida. Mesmo assim, a empresa já recebeu dados de milhares de possíveis candidatos a colonos.

Durante uma visita à BBC em Londres, o fundador da Mars One, Bas Lansdorp, explicou a razão de este ser um voo sem volta e quais características os candidatos precisam ter para serem escolhidos.

Segundo Lansdorp, os voluntários precisarão ser resistentes, flexíveis e engenhosos.

O projeto todo, desde a seleção dos candidatos até a viagem, vai ser transmitido em um programa de televisão, nos moldes de um reality show, como o Big Brother.

Os astronautas terão de enfrentar uma viagem que deve durar entre sete a oito meses e devem perder massa óssea e muscular.

Segundo Lansdorp, depois de passar um tempo vivendo no campo gravitacional bem mais fraco de Marte, será quase impossível se reajustar de volta à gravidade mais forte da Terra.

Os candidatos selecionados passarão por treinamento físico e psicológico. A equipe vai usar tecnologia já existente em todos os aspectos do projeto.

A energia será gerada por painéis solares, a água será reciclada e extraída do solo, os astronautas vão cultivar os alimentos que vão consumir e também contarão com suprimentos de emergência. A cada dois anos, novos exploradores vão se juntar ao grupo de colonos.

Ambiente hostil

Marte é um planeta varrido pelo vento solar. Na Terra, por outro lado, estamos protegidos do vento solar graças a um forte campo magnético. Sem ele, seria muito mais difícil sobreviver.

Apesar de Marte ter tido uma proteção parecida há cerca de 4 bilhões de anos, hoje, a maior parte da atmosfera do planeta se foi e não há mais um escudo protetor como este.

A superfície do planeta é extremamente hostil para a vida, segundo Veronica Bray, do Laboratório Planetário e Lunar da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Bray, no entanto, encara o projeto holandês com ceticismo.

De acordo com a cientista, não há água líquida, a pressão atmosféria é "praticamente um vácuo", os níveis de radiação são mais altos e as temperaturas variam muito.
"A exposição à radiação é uma preocupação, especialmente durante a viagem. Isto pode levar ao aumento do risco de câncer, um sistema imunológico mais frágil e, possivelmente, infertilidade", afirmou.

Para minimizar a radiação, os responsáveis pelo projeto vão cobrir com vários metros de terra as cúpulas onde os colonos vão viver. Ela será cavada pelos próprios habitantes do local.

"Não tenho dúvidas de que podemos, fisicamente, colocar um humano em Marte. Se ele vai conseguir sobreviver durante um período maior de tempo, é muito mais duvidoso", acrescentou Bray.

Gerard't Hoof, embaixador do projeto e um dos ganhadores do prêmio Nobel em física teórica em 1999, admite que existem riscos para saúde ainda desconhecidos. Ele afirma que a radiação é "de uma natureza muito diferente" do que qualquer coisa que já tenha sido testada na Terra.

"Comunicaremos aos candidatos que há riscos, mas será nossa responsabilidade manter estes riscos em níveis aceitáveis", afirmou.

Desafio

O astronauta da Nasa Stan Love já enfrentou dificuldades tecnológicas na Estação Espacial Internacional.

Os aparelhos que reciclam o lixo humano e transformam "o café de ontem no café de amanhã precisam de manutenção constante e provavelmente não sobreviverão a anos de uso contínuo em Marte".

Love voltou recentemente da Antártida e comparou o ambiente gelado com Marte.

"É cheio de água, você pode sair e respirar ar. É um paraíso comparado a Marte e, mesmo assim, ninguém se mudou permanentemente para lá", afirmou.

No entanto, apesar de suas dúvidas em relação ao financiamento, riscos da radiação e tecnologia, Love aprova a iniciativa da Mars One.

Ele acredita que organizações particulares como esta podem ajudar na elaboração de novas tecnologias para ajudar em viagens futuras ao planeta vermelho.

"Sonhamos com isso há 50 anos. A Lua seria apenas um trampolim para Marte. Mas quando você estuda o problema, você percebe que é imensamente difícil", afirmou.

Alison Rigby, 32 anos, se candidatou, e afirma que o fato de ser uma viagem sem volta não é tão assustador.

"Uma passagem só de ida me assusta, mas não é o bastante para me fazer mudar de ideia. Uma vida bem-sucedida em Marte será o grande feito da minha vida e fico feliz de deixar minhas preocupações de lado na esperança de algo melhor", disse.

Dinheiro

Outro problema em relação ao projeto é o dinheiro. O custo para o envio do primeiro grupo é estimado em US$ 6 bilhões.

Chris Lintott, da Universidade de Oxford, afirma que o projeto é tecnologicamente plausível, mas ele não acredita que vai conseguir a verba necessária.

"Está relacionado à vontade política e à solidez financeira para fazer isto acontecer. E [isto] ninguém conseguiu resolver até agora", afirmou.

Mas, o fundador da Mars One acredita que é possível levantar o dinheiro e cita os direitos de transmissão das Olimpíadas de Londres.

"Este será o maior evento da humanidade. Em 15 anos as pessoas ainda estarão assistindo. Explorar nosso mundo e, agora [ir] além, é o que os humanos fazem, está em nosso genoma. O sonho dos colonos de ir para Marte se tornará realidade."

Ainda não se sabe se a missão vai alcançar o objetivo, mas a publicidade gerada pelo processo de seleção ao estilo do Big Brother deve gerar a audiência esperada.

Telescópio localiza galáxias primordiais em tempo recorde


Uma equipe de astrônomos utilizou o novo telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) para determinar a localização de mais de 100 galáxias com formação estelar intensa no Universo primordial.


O ALMA é tão potente que, em apenas algumas horas, fez tantas observações destas galáxias como as que tinham sido feitas por todos os telescópios semelhantes de todo o mundo ao longo de mais de uma década.

Os episódios de formação estelar mais intensos no Universo primordial tiveram lugar em galáxias distantes que continham uma enorme quantidade de poeira cósmica. Estas galáxias são a chave para compreender a formação e evolução galática ao longo da história do Universo, no entanto a poeira as obscurece, o que torna difícil a sua identificação com telescópios ópticos. Para observá-las, os astrônomos precisam de telescópios como o ALMA, que observa a radiação a maiores comprimentos de onda, por volta do milímetro.

"Os astrônomos esperam por dados como estes desde há mais de uma década. O ALMA é tão potente que revolucionou o modo como observamos estas galáxias, e isto ainda quando o telescópio não se encontrava completamente operacional, altura em que foram feitas as observações", disse Jacqueline Hodge (Max-Planck-Institut für Astronomie, Alemanha), autora principal do artigo científico que descreve estas observações.

Usando menos de um quarto da rede final de 66 antenas, separadas por distâncias de até 125 metros, o ALMA precisou de apenas 2 minutos por galáxia para localizar cada uma delas numa região pequeníssima, 200 vezes menor que as enormes manchas desfocadas observadas pelo telescópio Atacama Pathfinder Experiment (APEX), também operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), e com três vezes mais sensibilidade. O ALMA é muito mais sensível que os outros telescópios do seu tipo e, em apenas algumas horas, duplicou o número total de observações deste gênero já feitas.

A equipe conseguiu não apenas identificar de forma clara quais as galáxias que apresentavam regiões de formação estelar ativa, mas também descobriu, em metade dos casos, que várias galáxias com formação estelar tinham sido misturadas numa única mancha nas observações anteriores. Os olhos do ALMA conseguiram assim separar as diferentes galáxias umas das outras.

"Pensávamos anteriormente que as mais brilhantes destas galáxias estavam formando estrelas mil vezes mais depressa do que a nossa própria galáxia, a Via Láctea, com o risco de explodirem em pedaços. As imagens ALMA revelaram galáxias múltiplas menores formando estrelas a taxas relativamente mais razoáveis", disse Alexander Karim (Universidade de Durham, Reino Unido), um membro da equipe e autor principal dum artigo científico complementar deste trabalho.

Os resultados formam o primeiro catálogo estatisticamente confiável de galáxias empoeiradas com formação estelar do Universo primordial e fornecem uma base fundamental para avançar na investigação sobre as propriedades destas galáxias em diferentes comprimentos de onda, sem o risco de má interpretação, devido às galáxias aparecerem juntas, quando na realidade são objetos separados entre si.

A estrela mais distante já observada?


Quão distante está a estrela mais longínqua que conseguimos observar? Youichi Ohyama (Academia Sinica, Taiwan) e Ananda Hota (Centro UM-DAE para Excelência nas Ciências Básicas, Índia) podem ter uma resposta.


Usando observações ópticas e ultravioletas de vários instrumentos, a dupla identificou o que pode ser a estrela mais distante já observada espectroscopicamente - a uns vertiginosos 55 milhões de anos-luz de distância.

O objeto é uma fonte compacta chamada SDSS J122952.66+112227.8, uma bolha brilhante e azulada na cauda gasosa e grumosa da galáxia IC 3418, com 55.000 anos-luz de comprimento. IC 3418 está caindo na direção do aglomerado de galáxias de Virgem, e é provavelmente formada devido à pressão dinâmica do quente meio intra-aglomerado, que arranca o frio gás galáctico em queda.

O brilho da cauda em comprimentos de onda ópticos e ultravioletas sugere que as estrelas estão se formando dentro do seus invólucros, e por isso Ohyama e Hota decidiram observá-los em mais detalhe. Usando o espectrógrafo FOCAS acoplado ao Telescópio Subaru e imagens de telescópios terrestres e espaciais, a dupla descobriu que SDSS J1229 não tem muitas das linhas de emissão esperadas numa região de formação estelar. Em vez disso, as suas impressões digitais espectrais coincidem com a emissão de uma supergigante azul, uma estrela do tipo-O, massiva e quente, que chegou ao fim da sua fase de fusão de hidrogênio.

É impossível determinar se a sua emissão é proveniente de uma ou várias estrelas, mas os autores pensam que uma única supergigante azul seria brilhante o suficiente para explicar as características. A confirmação vai demorar: os instrumentos atuais simplesmente não têm a resolução necessária, por isso os astrônomos terão que esperar pelo planeado Telescópio de Trinta Metros ou por outros futuros parentes gigantes.

"No meu ponto de vista, não é realmente importante saber se existe uma supergigante ou mais estrelas desse tipo," afirma Mattia Fumagalli (Universidade de Leiden, Holanda), que concorda que pelo menos uma tal estrela deve estar presente para explicar as características espectrais. "O estudo mostra claramente que a espectroscopia estelar de estrelas super-luminosas vai ser viável às distâncias do enxame de Virgem, onde as condições são muito diferentes das que temos na nossa Via Láctea."

Normalmente, a formação de estrelas ocorre em nuvens moleculares gigantes, vastos complexos gasosos e frios, onde nós densos colapsam sob a sua própria gravidade para formar estrelas. As caudas amontoadas de IC 3418 e um punhado de outras galáxias são diferentes. Estas nuvens estão abalroando plasma com temperaturas 1 milhão de graus superiores, a milhares de quilômetros por segundo. Nestes ambientes a turbulência pode ser mais importante do que a gravidade, com remoinhos formando densas pepitas gasosas que podem arrefecer rapidamente e colapsar para formar estrelas. O estudo de IC 3418 e ambientes similares pode ajudar os astrônomos a melhor compreender a formação estelar nestes locais excêntricos.

Telescópio que usa detectores em tanques d'água produz 1ª imagem


Astrônomos divulgaram nos Estados Unidos a primeira imagem feita pelo telescópio HAWC (High-Altitude Water Cherekov Observatory, ou Observatório Cherekov de Raios Gama, como é conhecido no Brasil). Sediado no México, o equipamento detém o recorde de captura de luz com a mais alta energia e funciona com detectores instalados no fundo de tanques d'água.

A imagem da sombra deixada pela Lua, bloqueando luz e partículas, foi revelada em um congresso da Sociedade Americana de Física.

O telescópio, localizado a 4,1 mil metros de altitude em um parque nacional na cidade de Puebla, é atualmente composto por 30 detectores, que devem ser ampliados para 300 no ano que vem.

Cada um deles está instalado no fundo de tanques de 4 metros de altura e 7,3 metros de diâmetro preenchidos com água pura, mas eles não capturam os raios cósmicos e raios gama diretamente.

Ao atingirem moléculas na atmosfera da Terra, os raios cósmicos e raios gama dão início a uma reação envolvendo outras partículas que se movem em alta velocidade, e são essas partículas que o HAWC detecta.

Velocidade da luz

Enquanto a velocidade da luz no vácuo não pode ser ultrapassada, a velocidade em outros meios pode ser bem mais lenta.

Quando essas partículas atravessam a água dos tanques do HAWC, elas geram ondas eletromagnéticas que os detectores localizados no fundo dos tanques podem capturar.

Outros telescópios Cherenkov, localizados na Namíbia e nas Ilhas Canárias, capturam este processo diretamente da atmosfera, no ponto em que essas partículas chegam à Terra.

Tom Weisgraber, da Universidade de Wisconsin-Madison, destaca uma das vantagens do HAWC.

Ele diz que enquanto o novo telescópio captura menos eventos deste tipo no alto da atmosfera, ele pode investigar uma quantidade maior destas ocorrências todos os dias e noites.

"Complementamos estes outros instrumentos - mas vemos uma fração muito grande do céu. O HAWC não precisa apontar para uma direção, e não é afetado pelo Sol, a Lua o tempo ou qualquer outra coisa - ele só depende da atmosfera", diz.

Recorde

O novo telescópio também detém o recorde de captura de luz com a energia mais alta - até 100 TeV, ou seja, luz com dezenas de trilhões de vezes mais energia do que aquela visível pelo olho humano.

Partículas e luz com esse nível de energia fornecem uma nova maneira de analisar fenômenos cósmicos, desde os resquícios de supernovas até gigantes buracos negros.

E é somente quando os capturamos em imagens que podemos entender como essas regiões do universo criam tais fenômenos.

Apesar dos avanços, no entanto, o HAWC está apenas começando sua missão, e para garantir que seus 30 detectores estão funcionando da forma prevista, a equipe capturou uma imagem justamente de onde se não se esperava que seja emitido nenhum raio cósmico: a sombra da Lua.

Espera-se que mais um conjunto de cem detectores esteja instalado e em funcionamento até agosto.

"É aí que poderemos realmente começar a fazer um trabalho mais aprofundado", avalia o cientista Tom Weisgraber.